Se existe personagem que nos exacerba os sentimentos esse é sem dúvida o imparável Mira.
Tempos houve em que nos incomodava a espuma branca provocada por alguma saliva mais rebelde que lhe ia saindo pelas extremidades bocais.
Depois o hábito foi-se acomodando e acabámos apenas por ir ficando perplexos perante o discurso e a "lata" do sujeito.
As explicações que nos foi dando para os elevados, ou diremos mesmo, extravagantes vencimentos ou reformas que vai auferindo, sempre foram rídiculas e de alguma forma atentatória dos conceitos de justiça social mínima.
Mas num País de gente sem vergonha era e sempre foi apenas mais um.
Ausente da ribalta durante alguns anos, surgiu novamente à luz do dia quando voltou a ser colocado à frente de um banco.
Assim, temos tido oportunidade de voltar a poder apreciar o borbulhar espumoso que já tanto nos havia incomodado.
No entanto a personagem surpreendeu-nos de novo.
Desta vez resolveu baixar de classe.
Antigamente justificava-se dizendo possuir conhecimentos e formação que lhe permitiam usufruir vencimentos só ao alcance de poucos previligeados. Se era um homem rico e bem pago era apenas porque os conhecimentos especiais que possuía, obrigavam a pagamentos também bastante superiores.
E nós ouvíamos este exemplar de "homospuma" e ficávamos com vontade de lhe chamar uns nomes feios tal era a falta de lucidez nas explicações apresentadas.
Entretanto o tempo passou e agora o "nosso homem" acumula aos anteriores rendimentos mais um como administrador de um banco.
E pasme-se ! Resolveu agora apresentar-se como um dos integrantes da classe média.
Como tal e já nessa qualidade, vimo-lo na televisão a mostrar-se sofrido e revoltado com os aumentos de impostos.
Instintivamente procurámos a espuma salivar. Essa seria para nós a garantia de que o sujeito era de facto o Mira.
E era.
A ofensa à classe média ficou gravada e o despudor demonstrado atesta bem o nível e a insensatez desta escumalha humana e politica com que por enquanto vamos tendo que conviver.
Esperemos que dentro de pouco tempo se possa fazer a vontade a este "cavalheiro".
Vamos ver se depois ficará na classe média ou se passará para o lixo da história.
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Há 1 dia
1 comentário:
Mira Amaral:
«O país está muito aflito, o único sítio para taxar era na classe média. Portanto, eu próprio não gosto, sou vítima disso, sou classe média, não sou rico, mas tenho de compreender que de facto não há outra alternativa senão taxar a classe média»
http://www.tvi24.iol.pt/aa---videos---politica/mira-amaral-classe-media-impostos-tvi24/1384451-5796.html
***
Entre outras actividades, integrou os quadros do BPI, de onde se reformou com indemnização e pensão substanciais.
Algum tempo depois, ingressou na CGD, por influência do PSD, mas ao fim de 18 meses, sairia com uma obscena pensão de reforma de 18.156 euros mensais da CGD.
É este o perfil do “sujeito classe média mira amaral.”
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