sábado, 31 de março de 2012

Este País dos mansos, embrutecidos e felizes

É com enorme tristeza que continuamos a ver desfilar esta gente parada no tempo.
Desta vez pelas juntas de freguesia.
E perguntamos.
Este ainda é o nosso povo depois de 40 anos de "evolução"?
Será que as gaitas de foles, os bombos e as pandeiretas são os instrumentos reivindicativos ou contestários que julgam adequados ?
E os trajes regionais ?
E as frases sem sentido ? 
E as "parangonas" do piegas e do relvas ?
E o triste espetáculo da carneirada festiva era para quê ou para quem ?
Depois de terem dado toda aquela musica para onde é que foram ou o que é que conseguiram para lá da  triste figura de passeante anónimo decorado a rigor ?
Quem é esta gente de merda que nem "colhões" tem para partir um vidro ?
O que é que ali foram fazer esses estropicios políticos que dão pelo nome de Jerónimo de sousa  e américo carlos ? Se calhar estou a confundir com o padre Américo.
Bom. Certamente para se assegurarem que a manifestação seria pacífica e que a estabilidade do regime não seria posta em causa.  Para isso já chegaram os "infaustos" acontecimentos da manifestação dos indignados.
É bom recordarmos que somos um país de gente pacífica, sofredora, crente na virgem e no seu filho e no seu pai. Assim são felizes estes pobres de espírito, para gáudio dos homens do regime.
Mais uma vez demonstraram que somos gente "civilizada" e "esclarecida", que compreende as dificuldades do país e aceita os sacrifios que lhe são impostos.
É certo que não gosta que lhe tirem as freguesias.
Mas dizem isso com um sorriso nos lábios e ao som de musica folclórica.
Que mais poderá querer este regime ?

Deliberado, por acidente ou acaso, o certo é que ainda se vai mantendo e acarinhando esta cultura secular que continua a ser a grande fornecedora do produto nacional.
O povo deve continuar a ser formatado desde pequeno e o novo estado continua a dar-lhes o mesmo que lhes deu o estado novo
A única coisa que mudou foi a lei do "ajuntamento".
Hoje já podem circular em grupos por todo o País.
O antigo lobo passou a cão de guarda. Assim o rebanho terá sempre por perto um qualquer jerónimo ou arménio, que velará pelo bom comportamento do mesmo.

terça-feira, 27 de março de 2012

Chegou o tempo de actuarmos

Todos os que contestam o actual sistema podem agora tomar uma opção pela Democracia Direta.
Esta solução é a que de melhor forma assegura a nossa capacidade de podermos controlar e exigir responsabilidades a quem assume o poder politico.
É também a forma mais direta e rápida de podermos correr com esta escumalha que sobrevive enquadrada nos actuais partidos.
A Islândia não é apenas um marco. Demonstra acima de tudo a eficácia e a capacidade desta forma de acção politica poder possibilitar níveis de desenvolvimento e efetiva participação civíca que ultrapassam qualquer outro modelo instalado.
Como sempre dissemos, apoiamos de forma empenhada toda e qualquer iniciativa que vá ao encontro desse objetivo.
Assim, aconselhamos a tomarem conhecimento do projeto englobado na iniciativa http://www.26abril.org/.
Seria bom que todos os que pretendem um País mais equilibrado e solidário, onde a justiça seja de facto um dos pilares essenciais da sociedade e se possa finalmente construir um Regime Democrático, que acedam a este site e façam a sua divulgação se entenderem que dali poderá sair uma solução de futuro para o nosso País.
Este poderá ser um momento histórico se em breve podermos ter uma opção de escolha que venha a permitir uma efectiva participação e controlo da coisa publica que a todos diz respeito.
Temos que contribuir para tirar este povo da banheira de ignorância em que continua imerso.
Isso é para nós um objetivo e uma obrigação.
Se entender que tem condições e interesse em participar aceda a http://www.26abril.org/.
Esta iniciativa está aberta ao País. 

domingo, 25 de março de 2012

Tudo isto já soa a falso, a estranho, a fora de tempo.....a ridículo

Desliguem as televisões.
Façam um favor à vossa integridade mental.
Nada do que sai destes congressos nos interessa. Entres eles e o País existe um fosso cada vez maior. A politica e a estratégia de que falam são cada vez mais estranhas e difíceis de enquadrar no conceito de democracia que gostaríamos de estar a viver e nas necessidades que a curto prazo seriam exigíveis. 
Esqueçam este país a duas cores.
Somos cada vez mais um País monocromático. Cinzento. Triste e com cada vez menos esperança.
Com a mesma comunicação social. Os mesmos comentadores. As mesmas opiniões.
O mesmo País que ao invés de se afirmar, regrediu quase um século nestes 40 anos de pseudo democracia. Aqueles que cresceram e avançaram, sempre se distinguiram pela cor rosa ou laranja que trazem na lapela. E esses sendo bastantes, são muito poucos.
Muito sinceramente estamos fartos dessa gente que se esqueceu do País. E nos engana. E nos quer fazer passar por parvos. E nos irrita. E de que maneira.
Desliguem as televisões !
Ou então escolham apenas canais temáticos com assuntos de história ou sobre a natureza.
Irão descobrir coisas interessantes e nunca se sentirão ofendidos ou irritados com aquilo que dizem os porta vozes destas politicas. Que nada sabem do País e parece que nem se interessam em saber.
As estatísticas são a sua única fonte de inspiração, como se os numeros fossem o substrato humanista residente na social democracia ou no socialismo de que se reclamam.
Tudo isto não passa de um grande embuste que urge desmascarar o mais rapidamente possível.
O povo, o verdadeiro, quer e exige democracia tal como pensou que iria obter em Abril de 74.
Não a que o PCP gostaria de ter implantado e que tudo fez na altura para o conseguir.
Aquilo por que lutamos é por uma estrutura de poder que permita a escolha livre e controlada pelos cidadãos.  Não mais poderemos permitir que a gestão da "coisa publica" possa ser entregue a gente sem princípios nem competência e a sociedade estar inibida de lhes poder exigir responsabilidades ou por término aos descalabros eminentes. Um sistema destes teria evitado a actual tragédia que se vive no País e josé socrates estaria preso neste momento.
Queremos um Sistema que implique Transparência e Responsabilidade politica e criminal.
Já hoje se encontra quem esteja a lutar por isso e a propor soluções para uma maior capacidade de intervenção por parte dos cidadãos.
É isso que se propõe no site  http://www.plataforma231.net/
Existe um nome que será necessário começar a dar atenção.
Marco Dias. Este economista e revisor oficial de contas lidera um grupo que pretende alargar a capacidade de intervenção politica e está a desenvolver um interessante trabalho de aproximação a outros movimentos que lutam por dotar a sociedade com uma maior capacidade de intervenção nas decisões publicas que a todos dizem respeito.
É com esta gente que pretendemos vir a estabelecer laços de cooperação de forma a contribuirmos para se tentar inverter o rumo porque segue a politica nacional.
Em breve pensamos poder apresentar as linhas gerais daquilo que poderá ser uma esperança e uma certeza para um novo destino possível para o nosso País.

sábado, 17 de março de 2012

Reflexos de um país parado

A frase mais vezes repetida pelos agentes políticos instalados, tem sido esta;
Estamos no bom caminho !
Certamente que para algum do "bom povo", este tipo de informação é capaz de surtir efeito. É mesmo frequente ouvirmos dizer, seja o que deus quiser.  Eles concerteza que não foram para lá para querer o nosso mal !
Quem diz isto é normalmente gente que a única coisa que desfrutou na vida foi sofrimento, miséria e esperança na recompensa final. Dos homens só esperam que o tempo passe. Acreditam que o "senhor" lhes irá "deitar as mãos".
Provavelmente, este tipo de frases pode parecer estranha a alguns seguidores deste blogue. No entanto esta é ainda hoje a realidade de parte considerável do nosso país. É assim na Beira Interior onde estivemos alguns dias e aproveitámos para falar com várias pessoas. 
O País parado, lá continua como há 40 anos atrás.
Sim, é verdade que existem novas estradas e principalmente rotundas.
Nalguns serviços há um acréscimo de modernidade.
Fizeram-se mesmo algumas "praias fluviais". 
Mas....o país está parado.
As estradas e as rotundas que em muitos casos não se justificavam, estão lá porque o grupo Lena e a Mota Engil ali encontraram mais um "nicho de mercado". Para a restante "modernidade" os fundos europeus foram servindo para que os políticos fossem mostrando obra.
Mas....aquela gente continua parada !
Em quase 40 anos não se viu uma politica de desenvolvimento que servisse para dotar aquela região com capacidades que lhe permitisse atingir patamares de sustentabilidade.
Muitos dos que aos 20 anos pensaram que a revolução lhes iria proporcionar melhores perspectivas de vida são os mesmos que hoje nos sessenta, ainda e apenas, esperam que a "mão de deus" não lhes falte. 
Há 40 anos, era a "Cáritas" que lhes levava o queijo e o leite em pó.
Hoje, é o subsidio de sobrevivência que já nem sequer chega para pagar a mesma quantidade de alimentos que na altura recebiam.
As aldeias e as vilas estão praticamente desertas. Não se sente o pulsar de vida. O comércio acabou. Muitas das pessoas que ainda mantêm as lojas abertas, fazem-no, porque dizem que se fecharem a porta ainda ficarão mais deprimidas.
Ao mesmo tempo vamos ouvindo a frase agora batida, Portugal está no bom caminho.

Perante este cenário, a frase causa-nos um incómodo acrescido.
Mais incómodo ainda nos causa, quando revemos o passado e nos lembramos que há cerca de 22 anos apresentámos algumas ideias e projetos que poderiam ter dotado toda aquela região com capacidades acrescidas para o seu desenvolvimento, aproveitando as "matérias primas" existentes, com particular destaque para a Ruralidade e os Produtos regionais. E a isto, podia-se colocar o rotulo de politica de Desenvolvimento Sustentável.
No entanto os fundos europeus que iam chegando às Câmaras e aos agentes políticos que para idiotas já pouco lhes faltava, iam fazendo piscinas, parques desportivos, campos de futebol, praias fluviais, campos de tiro, etc, etc, esquecendo-se que os povos para se sustentarem precisam de um tecido económico e empresarial que lhes dê vida.
Hoje, alguns campos de futebol estão transformados em vazadouros, as piscinas nem sequer chegaram a ter água, os parques desportivos são aproveitados para estender roupa e o que sobeja para pouco ou nada serve.

O Povo, esse bom povo continua a rezar.
A EDP entretanto vai acelerando a velocidade de corte no fornecimento de electricidade. Num concelho de pequena dimensão como aquele, a média semanal já vai nos 40. Com este ritmo, no fim do ano uma boa parte da população já estará a viver pior que há 40 anos atrás quando não havia luz eléctrica instalada.
Tudo isto nos causa um forte sentimento de revolta que terá mais dia menos dia que se concretizar numa qualquer reação contra esta escumalha que se apoderou do País.
Pensamos que este sentimento é cada vez mais generalizado. Qualquer pessoa com um mínimo de integridade terá de se revoltar contra aqueles que conduziram o País até esta miséria.
Portugal não está no bom caminho !

sábado, 10 de março de 2012

A escumalha política ao rubro

Tanto faz. Eles estão nos principais partidos e não só.
Como é evidente, o ps pelo apoio incondicional que sempre deu a esse excremento politico de nome socrates, tem responsabilidades acrescidas na situação a que se chegou no País.
As solidariedades entre eles, tem sido a nossa desgraça. Quando se ouve falar em falta dela, até suspeitamos que algo não deve estar a ser bem esclarecido.
Vamos ser claros. Para nós todos os que apoiaram ou foram "solidários por omissão" com as politicas deste últimos anos, são criminosos de delito publico.
Voltarmos a ver e ouvir essas aberrações que dão pelo nome de silva pereira, ou francisco assis, ou o actual porta voz da escumalha que dá pelo nome de "burrinho", faz-nos soltar os nervos, que até ficam em franja. Ver a fotografia do excremento mor no Correio da Manhã de hoje, fez-nos lembrar que ele está vivo, parece que ainda mexe e consegue falar ao telefone.
Não haverá por aí alguém que esteja disposto a compor-lhe a dentadura ?
Tudo isto continua a afetar muita gente. Leia-se:
Prefácio ou epitáfio?
A semana que chega ao fim foi um desastre em termos de credibilidade dos políticos.  A luta de galos no governo no que diz respeito à gestão do QREN é incompreensível para o cidadão comum.  A gestão do episódio da Lusoponte, mesmo na interpretação mais benigna, só pode ser vista como uma tremenda trapalhada. De que resulta a certeza de que é muito mais fácil mandar portugueses para a emigração do que afrontar os interesses instalados nesta corporocracia em que vivemos.  A proliferação de excepções nos cortes salariais (TAP e, agora, a CGD) só pode gerar estupefacção.  A troca de argumentos baratos entre António José Seguro e Pedro Passos Coelho no debate quinzenal na Assembleia da República constitui uma triste forma de representação dos eleitores.  As referências no processo Face Oculta a situações de imoralidade na gestão da coisa pública protagonizadas por Sócrates, mais do que atingir o próprio (que carácter existe para assassinar se ele nunca teve um?), atingem em cheio a imagem de uma Justiça que nos recorda a cada passo que é cega porque não quer ver e minam a confiança dos cidadãos no sistema político e nos seus actores.  Neste cenário, a polémica em torno do livro de Cavaco Silva é apenas a confirmação do lamaçal em que aqueles que elegemos decidiram chafurdar.  O PS tem razão. Cavaco não tem moral para falar de falta de lealdade.  E Cavaco tem razão. Sócrates não só não foi leal como não tem moral.  E o PS não tem lealdade para falar de falta de moral.  No fundo, o que tudo isto revela é um conjunto de políticos inábeis, mesquinhos, interesseiros, focados no seu umbigo e alheados dos interesses dos portugueses comuns.  E estes ficam como o tolo no meio da ponte, sem perceberem para onde vão as portagens de Agosto, mas com a certeza de que esta lusa ponte só leva a um de dois caminhos: ou a mais desemprego, ou a mais impostos e menos salários.  Neste cenário, mais do que um prefácio, as palavras do livro de Cavaco Silva são o epitáfio de um sistema político putrefacto e insuportável por aqueles que pagam para assistir a este espectáculo.
Rui Rocha

sexta-feira, 9 de março de 2012

Nunca é demais

BPN - A MAIOR BURLA DE SEMPRE EM PORTUGAL
Este número é demasiado grande para caber nos jornais (9.710.600.000,00€) !!!
Além disso, reparem bem, nos nomes dos protagonistas!!!
Tudo “gente fina”, bem posicionada e intocáveis!!!
 Parece anedota, mas é autêntico: dia 11 de abril do ano passado, um homem armado assaltou a dependência do Banco Português de Negócios, ou simplesmente BPN, na Portela de Sintra, arredores de Lisboa e levou 22 mil euros. Tratou-se de um assalto histórico:
foi a primeira vez que o BPN foi assaltado por alguém que não fazia parte da administração do banco.

O BPN tem feito correr rios de tinta e ainda mais rios de dinheiro dos contribuintes.
Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como 9.710.539.940,09 euros.
Com esses nove biliões e setecentos e dez milhões de euros, li algures, podiam-se comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo), 16 plantéis de futebol iguais ao do Real Madrid, construir 7 TGV de Lisboa a Gaia, 5 pontes sobre o Tejo ou distribuir 971 euros por cada um dos 10 milhões de portugueses residentes no território nacional (os 5 milhões que vivem no estrangeiro não seriam contemplados).
João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que “é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, “tapado” por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva”.

O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo “é o exemplo máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí?”
O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.
O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando "colocações" para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de Investimentos e pelo Finibanco.
O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros.
Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.
Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores.
O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar.
Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações “suspeitas” que geraram lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.
Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD.
Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também accionista do BPN.
Em 31 de julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN.
O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD.
O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).
As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com ele.
Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência.
Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros.
Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 euros e resultou de uma permuta efectuada em 1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.
Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista(!!!): Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de ir parar à prisão....ah,ah,ah.

O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus.
Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema político.
Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares, já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN estão a ser julgados por juízes "condescendentes", vão apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais.
Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça.
Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas cinco mil euros.
Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht:
“Melhor do que roubar um banco é fundar um”.
Maria Alice Filipe

quinta-feira, 8 de março de 2012

Má Despesa Pùblica

Isto vem a propósito da transferência indevida de um pagamento à Lusoponte. É uma "gafe", uma irresponsabilidade ou um descuido, seja como quisermos considerar, o facto é que é mais um caso indiciador da forma como são geridos os dinheiros públicos.
Isto é o mesmo que dizer que a organização do Estado e a sua gestão, tem sido entregue a amadores ocasionais que de forma irresponsável e incompetente vão desbaratando os recursos financeiros da nação. Com graves consequências  e sem responsabilização.
Pior que o acontecimento em si, tem sido a corrida feita pelo ps atrás deste caso.
E referimo-nos apenas ao ps, pois o bloco de esquerda que o despoletou, limitou-se a fazer a exposição dos factos que desde há alguns dias já circulavam na NET.
E referimo-nos ao ps pelo simples facto de lhes caber a responsabilidade maior pelo descalabro das finanças publicas, pois compete-lhes e terão de responder pela maioria dos contratos relativos às PPP, assinados por representantes seus e que são provavelmente o grande motor e sustentáculo da corrupção instalada.
A transferência indevida para a Lusoponte pode ser corrigida.
Os contratos das PPP ainda nem sequer os conhecemos e torna-se urgente que o mais rápido possível possam ser do domínio publico.
Sobre a forma irresponsável e totalmente inadmissível como se vão delapidando os recursos financeiros disponíveis, aconselhamos uma visita ao Blogue "Má Despesa Publica". Sem duvida um excelente trabalho e uma fonte de informação de grande qualidade e rigor.
http://madespesapublica.blogspot.com/

sexta-feira, 2 de março de 2012

Essa flor de Abril. Finalmente, comecei a empobrecer !

Obrigado, meu deus, por essa dádiva maior que é a politica de empobrecimento que em tão boa hora nos foi anunciada.
A cada dia que passava sentia essa proximidade quase como se fosse um conforto ou uma fatalidade.
Antes de sermos pobres todos pensamos que é mau isso poder acontecer-nos. Enquanto não experimentamos a sensação de ir perdendo qualquer coisa, pensamos tratar-se de um assunto trágico ou deprimente ou até mesmo vergonhoso.
Não queremos ver o lado bom da coisa. E tem de ter um lado bom pois de outra forma não nos seria proposto como objetivo politico para a nossa vida nos próximos tempos.
Antigamente os pobres eram uma coisa pouco actualizada, eram apenas as sobras das guerras, das desgraças, da incúria dos governantes e até mesmo do destino. Na altura não eram precisas políticas  para fabricar pobres. Eles aconteciam naturalmente.
Depois, há uns anos atrás, alguns decidiram que era preciso acabar com isso e começar a fabricar novos ricos.
Deu-se inicio a essa produção em 1974.
Um conjunto de jovens "inteligentes" e prespicazes, moldados no conceito de democrático e com uma bandeira de "socialistas", lançaram as bases para as Unidades de Produção designadas por "incubadoras de riqueza".
O conceito era verdadeiramente inovador pois não eram precisos capitais próprios e tudo se resumia a entrelaçar a politica, o erário publico e os grupos de interesses já instalados.
Bastava-lhes usar a imaginação e os slogans, pois o resto viria por arrasto.
Foi assim natural vermos sair da miséria algumas franjas da população. Alguns deles iam mesmo demonstrando como se conseguem grandes fortunas, tanto para eles como para a família.
Bastava-lhes usar apenas um poder. O "democrático". Com esse poder consideraram-se inimputáveis, ao mesmo tempo que foram juntando a incompetência á irresponsabilidade, levando este País até ao esgotamento dos recursos financeiros e que nos conduziu á agora situação de empobrecimento seletivo. 
Com a mesma argúcia de sempre, a velha classe politica continua a manipular a população, que agora começa a voltar aos tempos antigos em que os pobres eram o produto corrente, mas os novos ricos saídos das incubadoras Autárquicas, do governo, BPNs e outras, são a face visível da qualidade dos políticos que ao longo dos anos desbarataram os recursos em proveito próprio e em projetos sem sentido nem justificação.
A hora do empobrecimento seletivo tinha que chegar.
Assim as frases patéticas, sem sentido e mesmo apalermadas, vão aflorando pelos lábios de muitos políticos. Uma comunicação social lastimável e que foi a primeira a assumir o estatuto de sobreveniencia extrema pois vive entrelaçada à escumalha política que a controla e lhe paga, depressa as difunde e amplia.
O povo, este povo manso e bruto, tudo absorve sem muitas vezes perceber ou questionar.
Por isso, é natural que até o presidente já tenha querido assumir o estatuto de pobre, não tendo pejo em faltar à verdade ao colocar o patamar da pobreza  nos 13.000 euros mensais. Como se isso não basta-se, emite frases sem sentido como a de termos de "continuar todos unidos para ultrapassar as dificuldades".
Estarmos unidos em que e para quê ? A massa dos pobres em conjunto com o pobre mor da presidência?
O País caiu nas mãos de gente sem vergonha em que se destacaram os limas, os loureiros, os socrates, acompanhados por toda uma vasta quadrilha de gente sem vergonha nem princípios.
A politica de empobrecimento decretada pelo actual primeiro ministro é de facto uma consequência. Só que os Países não se recuperam empobrecendo.
Era preciso lucidez e rasgos de competência inovadora para tirar o País do ciclo de miséria a que foi conduzido.
Infelizmente não temos políticos com essa capacidade de gerar e distribuir riqueza.
Assim, finalmente vou conseguir alguma paz ao empobrecer tranquilamente e deixar-me dormir até ao despertar anunciado para 2013.
Será um ano de tranquilidade absoluta.
Alegria maior foi a de ter conseguido arrastar para o empobrecimento mais oito bravos portugueses e deixar em espera outros dezassete que aguardam á dez anos que se possa avançar com o projeto que lhes daria trabalho. Na altura não percebia porque é que o País se podia dar ao luxo de ignorar aqueles que tinham ideias e capacidade para realizar obra e criar empregos. Só mais tarde é que percebi que o problema era meu. De facto tudo tinha que "passar pelas mãos" da classe politica. E esta, através dos tempos foi variando nas opções até termos chegado à solução final.
Tudo isto me dá um "orgulho" enorme em ser português.
E sinto que estou sintonizado com as politicas e expectativas dos nossos governantes.
E irei absorver essa nova sensação de engrossar a lista dos explorados e oprimidos.
E irei deixar de ver televisão e ouvir rádio.
E quando vier para a rua por já não ter comida, irei festejar com a restante massa famélica, esse acto de amor supremo pela pátria que é o de ostentar uma kalashnicov, uma G3, ou Uzi, para disparar algumas salvas em honra dos nossos governantes.
Irei bater-lhes palmas á saída do parlamento e depois irei pedir esmola para ultrapassar o final da crise.
Esperarei ansioso que chegue 2013.
Então, já de calças cossadas e camisa rota, olharei com orgulho para a bandeira e correrei para junto dos meus antigos funcionários. Começarei a espalhar a boa nova. A miséria acabou. Vamos todos poder voltar de novo ao trabalho.
Mas.... antes vamos ter de levar em ombros alguns destes políticos que tanto fizeram pelo País.
Eu mesmo gostaria de "transportar" josé socrates e escrever o epitáfio que ele merece.
E lá dirá.
Ao maior canalha politico da história contemporãnea e responsável pela desgraça que se instalou no País. Ser-lhe-ão confiscados todos os bens provenientes dos roubos efectuados durante a vigência dos cargos que ardilosamente foi ocupando e a sua tumba será transformada num mictório publico.
Depois sim, voltarei a sentir orgulho em ser português.
Isto se ainda cá estiver depois de ter passado pelos "festejos" pela recuperação da dignidade no País.
Carlos Luis