Somos um País á deriva de ilusões e com referências muito pouco nítidas e limitadas.
A alma que tínhamos e que fez de nós um povo com história e orgulho, vai ficando diluída nos campos de futebol, ou nos mediatismos saloios de alguma imprensa arregimentada em favor da desgraça cultural que enforma a vastidão deste povo manso.
E inculto.
E estranhamente alheado de si e das suas necessidades.
Come pouco, mas come com fé.
Tem esperança nos homens, mas acredita sobretudo em Deus.
Nada têm. Grande parte nada tem.
Mas acreditam na hora que irá chegar e fazer deles outra gente.
Gente de bem. Importantes. Vistosamente vestidos, mesmo que o risco do cabelo fique irregular. Ou mal traçado.
Ou que os sons continuem estridentes, típicos, característicos, próprios dos bairros onde nasceram e que querem deixar.
Não compreendem ainda bem o novo mundo de que lhes falam.
Mas ensinaram-lhes a ler. Pensar nem tanto.
Esta massa humana, homogénea, contínua e sustentada, estende-se pela rua, pela estrada, pelo campo.
Fala alto, porque já se sente importante. E parte.
Para a cidade.
Olha de cima a baixo e aponta a escadaria. Sobe.
Está na morada certa.
Para lá da graciosidade da vestimenta, transporta um cabaz na mão.
Abotoa o casaco e põe a rosa na lapela.
Bate á porta. Sente que tem que agradecer.
As oportunidades que teve e o bem que lhe fizeram, deram-lhe uma nova identidade.
Hoje é um cidadão nacional. Electronicamente apetrechado.
Domina as novas tecnologias.
Tem dificuldade em ler, mas escreve bem algumas palavras.
Contas? Não precisa de saber.
Abriu o cabaz e tirou o Magalhães.
Olhou em frente e aceitou o diploma. Que guardou. De forma descuidada e misturado com o farnel.
Partiu de casaco aberto e sorriso rasgado.
Já tinha uma nova referência, que iria mostrar, não fosse o caldo de azeitonas que entretanto se entornou.
O diploma ficou a secar ao sol.
Na parte da frente da casa para todo o Bairro ver.
Um Povo é mais que uma oportunidade, por muito nova que seja.
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Há 3 dias