quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Crónica do tempo perdido

Hoje estamos certos que por enquanto não irá haver povo para fazer a reversão do tempo, das ideias, das politicas, das opções.
As mentes estão toldadas e preparadas para este festim que sob a protecção do legalismo criado, vai permitindo que as novas elites se vão banqueteando com as ofertas generosas dos servos do regime. De servos a parasitas é um pequeno passo.
O regime não se importa. Enquanto houver crédito exterior irão continuar a subsidiar todos aqueles que lhes vão garantindo a permanência no aparelho de estado.
Se tínhamos dúvidas e algumas esperanças, o dia 27 foi esclarecedor do povo que temos. E isto caros amigos, não é o "nosso" povo.
Se já é mau dar a maioria a um partido que conseguiu endividar o País de forma dramática, acabaria por não ser muito melhor que os outros, dos outros partidos, assumissem o poder.
O que está mal é esta "construção" que ao longo de 35 anos deu origem a isto que chamam o Portugal democrático.
Na verdade aquilo que somos é o país dos bandalhos e dos corruptos, que nos roubaram a honra e a dignidade e lançaram o País para a posição humilhante em que nos encontramos.
Todos os que se identificam com esta terra, gostariam de ver outras gentes e outras politicas que não nos envergonhassem perante a história e as outras nações que estão mais perto de nós.
Hoje somos uma sociedade incaracteristica, esventrada de sentidos e sentimentos, povoada por gente manhosa e incapaz de vislumbrar um futuro e de tal forma moldada ao jeito de alguns, que já nem sentimos o toque de alma que os feitos de outrora nos galvanizavam o sentimento de termos uma pátria e de nos chamarmos Portugueses.
Hoje o que temos é um produto sintético e gente adestrada e comandada.
O resultado destes 35 anos está aí.
Ouvir noticias na rádio. Tempo perdido.
Ver e ouvir os Telejornais. Tempo perdido.
Ler os jornais. Tempo quase perdido.
Ouvir os comentadores. Tempo totalmente perdido.
Observar o que dizem os políticos. Tempo irremediavelmente perdido.
Pretender escutar gente séria e esclarecedora é tempo quase perdido.
Acreditar que este Povo ainda pode levantar a cabeça é por enquanto tempo perdido.
Muitos dos que hoje estão "cegos e surdos", alguns mesmo sedados, outros razoavelmente instalados, outros principescamente pagos, alguns só razoavelmente subsidiados, outros metodicamente instruídos, alguns culturalmente adestrados, outros socialmente integrados e politicamente definidos, todos estes e muitos mais terão a breve prazo de enfrentar a revolta dos verdadeiros Portugueses que fatalmente terão de confrontar o sistema que os está a levar á miséria.
Esperamos que ainda seja no nosso tempo, porque esse tempo não será tempo perdido.