sexta-feira, 30 de abril de 2010

Os dentes do Coelho - Fábula lafontainiana

Era uma vez um coelho branco, peludo, jovem, atraente. Todas as coelhas o consideravam distinto entre os demais. Um dia esse coelho, apesar de não violento quis mais protagonismo e propôs umas eleições para governar a comunidade de coelhos local. Era um direito e, por encantar tantas coelhinhas, o coelho ganhou as eleições. Coelho passou a escrever o seu nome com maiúscula: Coelho.

Não parava de receber elogios pelas suas belas palavras e todas as coelhinhas sorriam e trocavam olhares matreiros ao agora Coelho. Mas perante a ameaça de que uma família de raposas se aproximava do seu território, foi pedido ao Coelho que tomasse medidas para resolver essa crise no seio da comunidade de coelhinhos fofos... Coelho sentia-se um chefe, discursava, encantava as doces coelhinhas inocentes, mas não convencia o Coelhão, seu antecessor no poder. Ele observava-o como um pai observa o filho. O Coelhão era antes o n.º 1 do poder e dominava melhor o território que o agora recente nomeado Coelho. Vendo que Coelho não resolvia a crise das raposas convenientemente, Coelhão resolveu então retirar o poder a Coelho. E como o faria?

Simplesmente não faria nada, pois sabia que a vaidade de Coelho e a sua inexperiência o levariam a perder aquilo que tanto ambicionara: o poder...!!!

No dia seguinte Coelho reuniu-se com outro Coelho, da colónia de coelhos mais próxima, conhecido como o Coelho Pinóquio, pelo seu grande nariz que tudo cheirava. Sentaram-se durante uma manhã inteira em conversações e, depois de muitas cenouras comidas e trocas de palavras e elogios, sairam da toca e anunciaram para as suas comunidades de coelhos:

- Caros amiguinhos peludos,

A solução para esta crise das perigosas raposas passa apenas por isto: todos os coelhos mais velhos, feridos ou sem tarefas específicas na nossa comunidade deixarão de se poder sentar à nossa mesa de refeições para comer conosco. Assim, serão obrigados a procurar comida na floresta e servirão de alimento às raposas, que desta forma, deixarão os elementos mais fortes e saudáveis da nossa comunidade em paz.

A comunidade de coelhinhos brancos estava já com as longas orelhas em pé, mas mesmo assim não queriam acreditar nas palavras que estavam a ouvir. Coelho, adorado na comunidade, tinha desiludido profundamente os seus semelhantes. Ninguém imaginara estar perante um Coelho-chefe tão insensível e cruel. Uma coelhinha fofa, candidata a sua esposa não aguentou e discursou do meio da multidão:

- Senhor Coelho - disse - tinha-lhe o maior respeito, mas agora que revelou a sua verdadeira natureza quero dizer-lhe que, por muito que me custe, abandonarei hoje mesmo esta comunidade por não lhe reconhecer mais o mérito de ser chefe da comunidade. E quem estiver de acordo comigo, que somos uma comunidade inseparável, acompanhe-me e fundaremos uma comunidade mais justa e pacífica.

Coelho, confiante respondeu:

- Amiga coelhinha, és muito bonita mas de política nada percebes. Podes ir-te embora, mas arriscas-te a ser comida pela raposa.

A coelhinha respondeu:

- Antes ser comida por uma raposa com pele de raposa, que enganada por uma raposa com pele de coelho...!!!

E dizendo isto a coelhinha abandonou a comunidade, e a ela se juntaram TODOS os outros. Coelho, sozinho e abandonado, foi assim uma presa fácil para as raposas, que se banquetearam com a sua carne suculenta de político bem alimentado...

MORAL DA HISTÓRIA: Vida de Coelho é curta.

posto por Pedro Duarte

terça-feira, 27 de abril de 2010

Orçamento da Assembleia da República para 2010

Seguem-se algumas das rubricas Existentes no Orçamento da AR para 2010 publicado em Diário da República e que revela além dos milhões, o carácter dúbio da definição das verbas:

1 - Vencimento de Deputados....................................12 milhões e 349 mil €
2- Ajudas de Custo de Deputados................................ 2 milhões e 724 mil €
3 - Transportes de Deputados........................................ 3 milhões 869 mil €
4 - Deslocações e Estadas........................................... 2 milhões e 363 mil €
5 - Assistência Técnica .............................................. 2 milhões e 948 mil €
6 - Outros Trabalhos Especializados ............................. 3 milhões e 593 mil €
7 - Serviço Restaurante, Refeitório, Cafetaria................................. 961 mil €
8 - Subvenções aos Grupos Parlamentares...................................... 970 mil €
9 - Equipamento de Informática................................... 2 milhões e 110 mil €
10 - Outros Investimentos .......................................... 2 milhões e 420 mil €
11 - Edifícios............................................................. 2 milhões e 686 mil €
12 - Transfer's Diversos............................................. 13 milhões e 506 mil €
13 - Subvenção a Partidos repres. na AR..................... 16 milhões e 977 mil €
14 - Subvenções Estatais p/ campanhas eleit............... 73 milhões e 798 mil €

( para consulta em - WWW.dre.pt - Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 - RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010 )

Em resumo o TOTAL da despesa orçamentada para esta modesta "casa" chamada Assembleia da República, relativamente a 2010, é de 191 Milhões 405 mil 356 euros e 61 cêntimos. (folha 372 do Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010). Nos termos do disposto no Artigo 148º. da Constituição da República Portuguesa :"(...) A Assembleia da República terá um mínimo de cento e oitenta deputados e um máximo de duzentos e trinta, nos termos da Lei Eleitoral (...)". Neste mandato, todas as 230 cadeiras ficaram preenchidas... Sinais da crise dos "pobres" deputados...?

posto por Pedro Duarte

Lista de Schindler à portuguesa

A crise é anunciada pela boca de Sócrates e Teixeira dos Santos. O objectivo é apertar o cinto... do povo português, porque os políticos, eses banqueteiam-se com prémios de milhões, tal como os seus amos e senhores da UE lhes ordenam. Ora vejamos:

Mata da Costa: Presidente dos CTT, 200.200 €
Carlos Tavares: CMVM, 245.552 €
Antonio Oliveira Fonseca: Metro do Porto, 96.507 €
Guilhermino Rodrigues: ANA, 133.000 €
Fernanda Meneses: STCP, 58.859 €
José Manuel Rodrigues: Carris 58.865 €
Joaquim Reis: Metro de Lisboa, 66.536 €
Vítor Constâncio: Banco de Portugal, 249.448 €
Luís Pardal: Refer, 66.536 €
Amado da Silva: Anacom, ARCS, ex-chefe gab. de Sócrates, 224.000 €
Faria de Oliveira: CGD, 371.000 €
Pedro Serra: AdP, 126.686 €
José Plácido Reis: Parpública, 134.197 €
Cardoso dos Reis: CP, 69.110 €
Vítor Santos: ERSE, Entidade Reguladora da Energia, 233.857 €
Fernando Nogueira: ISP, Instituto dos Seguros de Portugal, 247.938 €
Guilherme Costa: RTP, 250.040 €
Afonso Camões: Lusa, 89.299 €
Fernando Pinto: A TAP, 420.000 €
Henrique Granadeiro: PT, 365.000 €

(in, Jornal SOL de 22.01.2010)

E ainda faltam as Estradas de Portugal, EDP, Brisa, Petrogal, todas as outras Observatórios e reguladoras ... É um fartar vilanagem...! E pedem contenção!!!... Imaginem o que é pagar um Subsídio de férias ou de Natal a estes senhores:''Tome lá meu caro amigo 350.000 ? para passar férias ou fazer compras de Natal''. E pagar-lhes esta reforma ... É no mínimo imoral e no máximo corrupção à sombra da lei ... Até porque estes cargos não são para técnicos, mas de nomeação política ... É isto que lhes retira toda e qualquer credibilidade junto do povo e dos quadros técnicos.

posto por Pedro Duarte

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Impotência

Seja ela qual for, é sempre uma sensação de incapacidade em se poder responder aos desafios que nos são colocados.
A impotência é tanto maior quanto mais justificadas forem as razões que lhe estão subjacentes e pode mesmo gerar sentimentos de revolta quando sentimos estar a ser espoliados por alguém ou alguma classe, que através de enganos sucessivos nos coloca nessa posição.
Este estado de alma em que fomos obrigados a cair, exponencia-se quando são os próprios agentes que o criaram a evidenciarem esse direito mínimo que nos assiste e que dá pelo nome de revolta.
Assim, se já andamos abatidos, taciturnos, perplexos e impotentes, mais difícil se torna assistir ás comemorações de Abril.
Não se questiona a pequena melhoria verificada na liberdade de expressão que ainda se viveu durante algum tempo.
No entanto até isso já vai sendo posto em causa e passados 36 anos temos de olhar para a situação miseravelmente encoberta a que estamos a chegar.
Aquilo que resultou, foi o emergir de uma classe de gente corrupta e o País estar agora mais atrasado em relação ás Nações mais desenvolvidas em que era pressuposto estarmos integrados. Os desníveis sociais são mesmo mais acentuados e tornámo-nos numa Nação sem chama e sem objectivos.
Do presidente da republica a diversos agentes políticos ouvimos agora consagrar-se este direito inalienável que é o de não nos sujeitarmos á indignidade constante de quem nos governa.
À Injustiça prevalente neste novo estado criado e artificiosamente composto para servir apenas a nova classe.
À incapacidade mais que demonstrada por quem assume o dever de governar e que apenas se governa.
Ao crescente desagregar de estruturas básicas de sustentabilidade social, reflexo de politicas económicas e fiscais cegas e que apenas visam a receita imediata para cobrir as incompetências.
Tudo isto seria mais que suficiente para fazer vibrar os homens e as mulheres que se espalham por este País amorfo e sentem dia a dia a incomodidade de nada verem que possa despertar a esperança.
E a quem por vezes ouvimos os desabafos e apelos.
E onde sentimos também alguma revolta.
E muitas vezes ouvimos o pedido para se reagir.
Mas que.....quando a oportunidade surge nunca aparecem.
Somos de facto um País de moribundos e impotentes, onde cada vez mais nos custa assumir a nacionalidade e até o cheiro dos cravos já nos incomoda.

posto por Carlos Luis

domingo, 25 de abril de 2010

UE: o novo Olimpo...!!!

Inúmeros políticos de toda a Europa estão a lutar para entrarem rapidamente, a todo o custo, na administração da EU, sabe porquê ?

Foi aprovada a aposentação aos 50 anos com 9.000 € /mês para os funcionários da EU...! Este ano, 340 agentes partem para a reforma antecipada aos 50 anos com uma pensão de 9.000 € /mês. Para facilitar a integração de novos funcionários dos novos Estados-Membros da UE (Polónia, Malta, países da Europa Oriental ...), os funcionários dos países membros mais antigos na função (Bélgica, França, Alemanha...) receberão da Europa uma prenda de ouro para se aposentarem.

A diferença entre o povo e os Deuses do Olimpo é cada vez mais notória !!!

Giovanni Buttarelli, por exemplo, que ocupa o cargo de Supervisor Adjunto da Protecção de Dados, adquire depois de apenas 1 ano e 11 meses de serviço (em Novembro 2010), uma reforma de 1.515 € / mês. O equivalente daquilo que recebe em média, um assalariado francês do sector privado após uma carreira completa (40 anos). O seu colega, Peter Hustinx, acaba de ver o seu contrato de cinco anos renovado. Após 10 anos, ele terá direito a cerca de 9.000 € de pensão por mês. Roger Grass, Secretário do Tribunal Europeu de Justiça, receberá € 12 500 por mês de pensão. Pernilla Lindh, o juiz do Tribunal de Primeira Instância, 12.900 €/mês. Damaso Ruiz-Jarabo Colomer, advogado-geral, 14.000 € /mês. Consulte toda a lista em:


Não só as suas pensões atingem os limites, mas basta-lhes apenas 15 anos e meio para validar uma carreira completa. Originalmente, estas reformas de luxo estavam apenas reservadas aos membros da Comissão Europeia mas, ao longo dos anos, têm também sido concedidas a outros funcionários. Agora eles são um exército inteiro a beneficiar delas:: juízes, magistrados, secretários, supervisores, mediadores, etc. Mas o pior ainda, neste caso, é que eles nem sequer descontam para a sua grande reforma. Nem um cêntimo de euro. Tudo é à custa do contribuinte…

Esteja ciente, que até mesmo os juízes do Tribunal de Contas Europeu que, portanto, é suposto «verificarem se as despesas da UE são legais, feitas pelo menor custo e para o fim a que são destinadas», beneficiam do sistema e não pagam as quotas. Numa altura em que o futuro das nossas pensões está seriamente comprometido pela violência da crise económica e da brutalidade do choque demográfico estes benefícios são uma clara provocação à democracia. Pensões de 12.500 a 14.000 € / mês após somente 15 anos de carreira não podem ser aceites pelos cidadãos europeus.

«Sauvegarde Retraites» realizou um estudo rigoroso e documentado que revela toda a dimensão do escândalo:

http://www.lepoint.fr/actualites-economie/2009-05-19/revelations-les-retraites-en-or-des-hauts-fonctionnaires-europeens/916/0/344867 .

quinta-feira, 22 de abril de 2010

21 Notícias: 1 boa, 20 más

São assim os tempos que correm. Por isso hoje tenho apenas uma notícia boa:

01. Os profissionais de saúde terão de optar entre sector público e privado (arre até que enfim...!);

E tenho 20 notícias más:

01. Os deputados continuam a poder acumular a sua função parlamentar com o sector privado;
02. José Sócrates continua à frente do Governo;
03. Teixeira dos Santos continua a confundir "economia" com "economizar";
04. Cavaco Silva internacionalizou-se à conta do déficit português crescente de 8% quando "irritou", com a sua indiferença em relação a este grave problema, o presidente checo;
05. As portagens das SCUT vão mesmo avançar ao abrigo das medidas do PEC;
06. Os investidores internacionais da bolsa diminuirão em função do novo imposto;
07. O desemprego continua a aumentar;
08. As empresas continuam a falir;
09. O PS continua a confundir "Governar" com "governar-se";
10. As eleições presidenciais ocuparão a agenda política dos portugueses até final do ano;
11. Inês de Medeiros ainda não sabe quem lhe vai pagar as suas viagens a Paris;
12. Pedro Passos Coelho fala amenamente com José Sócrates, talvez na esperança de Alberto João Jardim o sentar ao lado do Primeiro-ministro na Festa de Chão de Lagoa para a qual Jardim já ameaçou não o convidar;
13. O Processo Casa Pia já corre em tribunal há mais de 5 anos e Carlos Cruz, acusado de pedofilia homossexual ainda está convicto da sua total inocência;
14. Os orçamentos nacionais passarão a ser controlados directamente pela UE caso não se cumpram as metas para reduzir o déficit português;
15. Sócrates confunde género da palavra "manso" aplicando-a no masculino à tia de Louçã;
16. Depois da "dura" lei do trabalho aprovada em 2009, as empresas continuam a contratar a recibos verdes, fazendo perdurar o eterno problema da falta de apoio social àqueles que caem em situação de desemprego;
17. Paulo Marques, presidente da ANSR promete "esmagar" portugueses com multas em 3 dias para melhor "servir" os interesses do Estado, ao arrecadar assim mais depressa os milhões devidos por multas rodoviárias;
18. Louçã chamou a atenção para os gastos de milhões pela falta de políticas de emprego;
19. British Airways e Iberia unem-se deixando de fora a TAP;
20. Pinto Monteiro, depois de mandar destruir as escutas, pede agora tréguas à PJ.

E é justamente esta última notícia a que mais me preocupa.

Depois de todos os episódios que envolveram criminalmente de forma directa ou indirecta José Sócrates e que foram "apagados", minimizados, "abafados", ou mesmo "triturados", vem agora o Procurador-Geral da República apelar à "calminha aí" à Polícia Judiciária. Ora a Polícia Judiciária tem os seus próprios poderes de investigação de casos de corrupção passiva ou política, e não pode também ela ser manipulada pelo Procurador com uma simples reunião de "entendimento"...

Afinal o que pretende Pinto Monteiro? No fundo, o trabalho de "limpeza" e manipulação da liberdade de expressão da sociedade portuguesa, começada com o caso TVI, parece estar ainda em curso... Carlos Enes, por exemplo, poderá ter de levantar o sigilo profissional para responder na comissão de inquérito sobre o caso TVI, a pedido do PS. Quanto a Pinto Monteiro, vejamos a entrevista ( http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=O-Procurador-Geral-da-Republica-e-a-Judiciaria-querem-acabar-com-o-conflito-entre-as-duas-entidades.rtp&headline=20&visual=9&article=338075&tm=8 ), e corrijam-me se estiver errado...

posto por Pedro Duarte

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Estado Latente

Ou a estranha mansidão de um País a apodrecer devagar.
Os sinais vitais são quase imperceptíveis. Ninguém grita, ninguém chora, ninguém se movimenta. A morte desce de mansinho no recato da paisagem.
Estranho País este em que a política para lá de folclore, é embuste assumido. É traição consagrada e aceite. É o destino merecido dos cobardes.
Hoje somos uma Nação sem sangue e sem alma. Sem vigor e sem ideias. Incapaz.
A bofetada na face apenas serve para nos ajeitar a cabeça.
Já não reagimos ao insulto, ao descrédito, á dor.
Chegámos ao Estado Latente.
Ainda temos órgãos vitais mas já quase sem vida.
Alguns deslocam-se devagar e sem reacção. Assumiram a condição inactiva e inerte em que se encontram. Não ouvem, não lêem, não sabem nem acreditam.
A realidade e a evidência, são coisas estranhamente negadas.
Seja quem for que nos tente alertar para a desgraça eminente, é de imediato contradito por estes seres moribundos que até para falarem já sentem dificuldade.
Estamos no patamar da inconsciência, com a morte a bater á porta e os coveiros a alargarem o buraco. Ninguém parece capaz de lhes tirar a enxada das mãos.
Estamos em plena lactescência do Estado.
Caímos na imberbidade senil de quem só abre a boca para sugar umas pingas de leite. Satisfazemo-nos com a mentira e a miséria, à espera que a morte não seja rápida.
Estranho País, este.

Veja-se a triste figura que fazemos;
http://videos.sapo.pt/iECLU4Z1HBBvDVCulieO

Entretanto lá fora, onde a vida flui e se redige a nossa certidão de óbito, alguns analistas vêm dizer:
Portugal em subida vertiginosa, já está em 3º lugar depois da Grécia e da Islândia, no que se refere aos chamados Credit Default Swaps. Isto é, os títulos de divida Publica emitidos, são cada vez mais títulos de risco agravado.
Chegámos ao ponto de sermos citados como um País que baseia o seu financiamento publico num esquema tipo Pirâmide.
E assim é de facto.
Portugal em vez de abater os juros da divida, tem vindo a refinanciar o pagamento de juros através da emissão de nova dívida.
Bernard Maddof não conseguiria fazer melhor.
Só que este já está preso e os nossos ainda continuam à solta.

posto por Carlos Luis

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Destruição

Como é que foi possível ?
Um simples homem decidiu o futuro do País.
Bem, talvez dois. Noronha do Nascimento e Pinto Monteiro.
Ignoraram o parecer de juízes, as dúvidas do País, os pedidos da Assembleia da Republica.
Ignoraram o BOM SENSO. Este só por si seria suficiente.
Dois simples homens que não estão possuídos por nenhum espírito de clarividência.
Que não têm qualquer capacidade especifica de interpretação de palavras.
Que não podiam tomar só por si uma decisão com esta gravidade e que visou única e simplesmente dar cobertura a quem está a conduzir o País ao maior buraco financeiro da nossa história e a levar-nos para o maior ciclo de convulsões sociais que a breve prazo se irão fazer sentir.
Esta decisão apenas visou manter o obscurantismo já implantado e a prazo irá demonstrar a falta de rigor destes actores menores de um País que precisava de outras gentes e outras mentalidades.
Nada irá desculpar esta decisão.
Estes homens não poderão continuar a dormir descansados.
Esta decisão apenas provou que o Juiz de Aveiro tinha razão e que o gang do primeiro ministro anda há muito tempo à solta. Se as gravações nada tivessem de incriminatório certamente que não haveria qualquer necessidade de as destruir.
Este passo no encobrimento da verdade, pode ter sido um dos últimos.
O fôlego de irresponsabilidade que trespassa a sociedade portuguesa, está prestes a sucumbir perante a triste realidade para que fomos conduzidos.
O dinheiro fácil começa a escassear, os subsídios começam a não ser pagos e aqueles que até agora têm estado mudos, vão de repente perceber que terão de começar a falar.
Somos já um País em decomposição acelerada e continuamos a não ver quem possa assumir a condução do barco.
Cuidado que as águas começam a ficar agitadas.
A maldita estabilidade que tanto nos tem prejudicado, irá muito rapidamente começar a ser posta em causa. O povo poderá morrer, mas não será à fome. Aí, ele irá "estrebuchar".


posto por Carlos Luis

sábado, 17 de abril de 2010

Tudo em família: " MANSO É A TUA TIA, PÁ"...

Em Portugal os "bons" políticos, aqueles de quem o povo é "obrigado" a gostar, têm sempre um ar familiar. São estes que, feliz ou infelizmente, são recordados na história de Portugal.

Muitos diziam que Salazar era ditador, mas o que nos lembramos dos seus discursos era de um homem cansado, cuja oratória era calma, ponderada, coloquial e familiar. Falava como falam os padres nos seus sermões, como se todos os portugueses de então fossem pessoas simples, do "interior". Assim, desde os seus "compadres" e "afilhados" das hostes políticas ao mais afastado "filho" da nação (e na altura tínhamos muitas colónias), toda a "família" o entendia.

Alguns acusaram Salazar de tratar os portugueses como crianças, retirando-lhes assim toda a sua autoridade contestária, tão própria de, pelo menos..., um jovenzinho...

Assim crescemos infantis, pessoas simples, calmas, com ordenados mitigados, vidas cinzentas, cidadãos não contestatários...

Neste contexto deu-se o 25 de Abril. Um povo desgastado, pobre, desdentado, farto de não ver inscritos os seus actos, é liberto por um movimento militar nacional, sem tiros nem sangue, talvez porque já não nos corresse nas veias... Os cravos vermelhos davam a cor necessária, um inteligente substituto do líquido vital, tão vital às revoluções sociais da história, que hoje muitos jovens se perguntam: o 25 de Abril existiu mesmo?

A República portuguesa agitava-se. Manifestações. Gritos. Sindicatos de Trabalhadores. Os partidos sociais da "Nova" República nasciam e renasciam. Meninos ricos de Lisboa, do Porto e de Coimbra infiltravam-se, gadelhudos e com barba, nas fileiras dos partidos. Todos queriam muito amor e muita revolução. Um despertar tardio dos anos 60 reprimidos pela ditadura.

Mas a inocência não é "moeda" política. Os partidos cresceram. A CEE prometeu uma nova era. Cavaco "levou" o povo a acreditar. As barbas e guedelhas políticas foram caindo e dão lugar hoje ao botox, aos implantes capilares e às dispendiosas cirurgias plásticas. Os filhos e familiares foram sendo infiltrados engrossando as fileiras dos partidos e absorvendo todos os cargos do Estado e dos governos. Nepotismo? Não. Essa palavra em português foi substituída por uma muito mais assimilável pelas massas: "compadrio". Compadre, por definição, o "padrinho"...

E o mesmo povo que gritava nas ruas pelas injustiças sociais é o mesmo que assiste impávido à publicação em Diário da República de louvores aos trabalhos dos motoristas dos políticos aos seus familiares directos, ou que vê publicado em grandes parangonas em primeira página os casos de corrupção política que desviam milhões dos bolsos dos contribuintes:

Passados 100 anos da mudança de regime, o sentido "familiar" português imortaliza-se na boca do homem que "dirige" hoje o destino desta nação condenada à bancarrota por políticas erradas e despesistas: "MANSO É A TUA TIA, PÁ"...

posto por Pedro Duarte

quinta-feira, 15 de abril de 2010

De olhos trocados

7h e 23 minutos da manhã. Passo rápido porque o tempo ameaça chuva. O cidadão dobra a esquina e pára na primeira banca de jornais. É uma paragem habitual.
Chama-se José Costa e é um velho conhecido do vendedor.
Primeiro as noticias desportivas.
Como o campeão está encontrado, ambos se mostram satisfeitos. São do mesmo clube.
A seguir vê os titulos das outras pois não ganha para comprar jornais. Trocam apenas um comentário conjunto. A merda continua na mesma.
Segue a pé para o trabalho, junto á Assembleia. É empregado de balcão. Tem 58 anos e ganha 560 Euros mês.
Espera ansioso pelos 65 para ver se vem a reforma. Trabalha desde os 12 anos.

10h e 15 minutos. Chega á banca um cliente habitual, de nome Joaquim Rocha, mais conhecido pelo comendador e assim tratado pelo ardina que lhe dispensa mesmo alguma reverência.
Até existe uma razão para tal.
Pertence á "numenclatura" instalada e o vendedor há muito que o sabe.
Mesmo sem ser uma grande figura, o homem dá sempre ares disso e faz sentir todas as manhãs a sua presença.
Tem uma missão. Ele já conhece as noticias do dia e não lhe agrada ter de voltar a ouvir a repetição das mesmas. Mas alguém tem que esclarecer quem vende toda esta "falsa informação". Há meses que anda nisto.
Já tudo o incomoda e não fosse o emprego chorudo que lhe arranjaram já tinha desistido. Mas um vencimento de 4.270Euros por mês não pode ser descurado. Diz-se socialista e assim o proclama.
E tem a reforma garantida dentro de pouco tempo. Já trabalha há 6 anos para o partido.

Diga-se em abono da verdade que lhe custa bastante suportar os olhares de malícia que o ardina sorrateiramente lhe dispensa.
Mais lhe custa ainda quando ele lhe chama a atenção para aquilo que ele já sabe. Sobretudo a forma como o diz.
Senhor comendador, as cabalas contra o "nosso" primeiro continuam.
Ouvir aquilo é porem-lhe ferro em brasa nas mãos.
O ardina sabe e continua. Já viu o Correio da manhã de hoje? Agora também querem meter ao barulho o gabinete do nosso primeiro. Não há duvida que somos um País de invejosos.
Já viu que até o Penedos parece que está a querer fazer fora do bacio!!
Diz que não quer que destruam as escutas. Já ouviu falar nisso?
Aquilo é desgastante para o "comendador".
Ele sabe o que o "chefe" espera dele, pois não é por acaso que está em S.Bento.
Assim sendo, esforça-se por esclarecer as coisas, na esperança que o ardina se convença com as explicações que quase diariamente lá tem que ir fazer.

Os 42 anos de vida que já tem, não evidenciam os "sacrifícios" que vem fazendo. Os fatos são de bom corte e a postura é conveniente.
Veio da Beira Interior há quase 30 anos e passou por diversos empregos menores até ter chegado a S.Bento. Não tinha grandes qualificações, pois apenas possuía a escolaridade básica. Teve a sorte de conhecer e ser amigo de um tal Vara, que rapidamente lhe explicou como tirar um curso superior.
Não foi fácil e levou mesmo alguns meses a concluí-lo. Mas como era esperto e tinha sentido de aventura aceitou o desafio para ser assessor. Hoje está bem de vida.
Vê-se que é um homem escolhido a rigor para a função. Mas o "facies" denota bem as origens. Foi trazido para a cidade por um tal Silva Pereira, que veio da mesma aldeia onde ambos nasceram. Eram então conhecidos pelos "bosta de vaca". Só mais tarde se percebeu bem o porquê desta alcunha.
Quando o "primeiro" precisou de alguèm por perto que soubesse mexer na merda que vinha fazendo, sabia bem onde encontrar. O critério de escolha do Rocha estava justificado. O homem tinha nascido para aquilo e o cheiro nunca o incomodava.

Ás 10.48 pára na pastelaria onde trabalha o José Costa. Passa os olhos pelos jornais que foi buscar. Depois de almoço encerra o trabalho, pois não saiem jornais á tarde.
Mesmo assim ainda há quem o critique dizendo que não faz nada. Sempre a mesma inveja.

Ás 19 horas o José Costa deixa a pastelaria e segue para casa, na Arrentela, onde chega por volta das 21 horas.
Continua sem perceber aquilo que lhe disseram há 35 anos. Que ia passar a viver num País mais justo e solidário, onde as injustiças e os desníveis sociais iriam terminar.
Para já só espera que o negócio se aguente e ele possa ir mantendo o emprego.
Sabe que o senhor socrates se preocupa com ele. O dr. Rocha já lhe explicou isso muitas vezes.

Chegámos assim a;
Um País, dois homens, destinos diferentes.
Um governo, uma ideologia, dois países.
Uma vergonha, um socialismo, a grande corrupção.
A afronta, a ignomínia, o despudor.
Vamos continuar a permitir que os Varas, os Pereiras, os Socrates, desfaçam os conceitos de Dignidade e Justiça que se incorporam na palavra socialismo?
Acabemos quanto antes com estes homens, este País e esta Desgraça.
Se não, eles aos poucos vão acabar connosco.

posto por Carlos Luis

terça-feira, 13 de abril de 2010

Viver da Política, de "Facto" e Gravata

Já alguém imaginou a vergonha nacional e internacional se José Sócrates fosse preso e filmado em directo para as televisões? Seria a primeira vez na história recente que um Primeiro-ministro era envergonhado a este ponto. Por isso o Procurador-geral da República teve de mandar destruir as gravações. Mas a mensagem ficou: Sócrates é culpado, mas nós limpamos a porcaria que os altos cargos políticos fazem..."é para isso aliás, que somos pagos"...

Algumas histórias vamos recolhendo deste baralho de cartas dos políticos portugueses, que tantas vezes dizem que a vida política é uma causa de "serviço" à República e aos Portugueses. Vejamos neste link o verdadeiro sentido de "serviço" e sacrifício que estes nobres cavaleiros dedicam à nossa amada pátria: http://f-emergente.blogspot.com/2010_04_01_archive.html#78551732515380756 .

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Os salários de MILHÕES dos gestores públicos

No site oficial da Força Emergente ( http://www.forcemergente.pt/ ) encontra-se publicado todo o excelente artigo sobre os ordenados dos gestores públicos portugueses, escrito pela equipa da última Revista Sábado, n.º 310. Vale a pena ler em detalhe: http://f-emergente.blogspot.com/2010_04_01_archive.html#722783472075463085 .

Enquanto uns portugueses não têm emprego para poderem sequer pagar a comida aos seus filhos - graças às políticas irresponsáveis, incompetentes e que envolvem corrupção ao mais alto nível do Estado - outros, os gestores de empresas públicas do Estado, auferem milhões de euros por ano, além de despesas de avião, automóvel, gasolina, TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO, PAGO PELOS CONTRIBUINTES PORTUGUESES, os mesmos que têm a pior Segurança Social e o pior Emprego da Europa.

Ontem foi decidido na Comissão Europeia que Portugal está obrigado a emprestar 775 MILHÕES de euros à Grécia, ou seja, um país que está em queda livre a emprestar a outro que, em queda livre está. Tudo isto com os deputados europeus sentados a observarem: um autêntico espectáculo de gladiadores, para gáudio dos países mais ricos da UE. A Grécia, no entanto, está a aplicar uma medida muito inteligente: um tecto máximo para salários públicos, em que os administradores de empresas públicas ficam com ordenados na média de 2.500 € !!!...

E na semana passada, vários jornais nacionais publicaram artigos sobre a falta de actuação da Justiça face aos casos de corrupção em Portugal: apenas 3,6% dos casos apresentados em Tribunal tiveram como desfecho a condenação, tudo porque os juízes alegam quase sempre falta de provas, segundo informações prestadas pelo DCIAP (Departamento de investigação e Acção Penal) e pelo CIES (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE (ver artigo em: http://amafiaportuguesa.blogspot.com).

Ficam aqui alguns valores dos ordenados de 2009 (declarados) destes gestores e de alguns políticos:

António Mexia, presidente da EDP, 3.1 milhões €
Manuel Ferreira de Oliveira, presidente executivo da Galp, 1.6 milhões €
Zeinal Bava, presidente da PT, 2.1 milhões €
Almerindo Marques, director da Estradas de Portugal, 252.431 €
Faria de Oliveira, presidente da CGD, 440.336 €
Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, 249.447 €
Cavaco Silva, presidente da República, 127.115 €
Henrique Granadeiro, presidente do Cons. Administ. da PT, 1.6 milhões €
Rui Pedro Soares, ex-administrador da PT, 1.5 milhões €
Ana Maria Fernandes, administradora da EDP Renováveis, 2.3 milhões €
Rodrigo Costa, presidente executivo da ZON, 1.0 milhão €
José Penedos, presidente da Com. Execut. da REN, 620.816 €
Rui Cartaxo, presidente da Com. Execut. da REN, 497.066 €
Fernando Faria de Oliveira, presidente da CGD, 440.336 €
Fernando Pinto, presidente executivo da TAP, 420.000 €
Guilherme Costa, presidente da RTP, 254.304 €
Estanislau Mata da Costa, presidente do Cons. Admin. dos CTT, 251.248 €
Daniel Proença de Carvalho, presidente do Cons. Admin. da ZON, 250.000 €
Carlos Tavares, presidente da CMVM, 233.857 €
Manuel Sebastião, presid. Cons. Admin. Autorid. p/ Concorrência, 233.857 €
Murteira Nabo, presidente não executivo da GALP, 210.000 €
José Amado da Silva, presidente da Anacom, 198.730 €
Ricardo Fonseca, presid. Cons. Admin. do Metro do Porto, 150.220 €
Pedro Cunha Serra, presid. Cons. Admin. da Águas de Portugal, 134.288 €.

Não devia o Governo começar por fazer cortes nestes salários públicos e colocar-lhes um tecto máximo, seguindo o exemplo da Grécia?

posto por Pedro Duarte

sábado, 10 de abril de 2010

Congressos, Papa, Presidenciais: nacionalismos "ocos"

Desde que, durante este governo, as televisões se adaptaram mais à agenda do Primeiro-ministro, as técnicas de adormecimento mediático em Portugal se tornaram mais subtis e eficazes. O objectivo passa, tal como em Itália, por atingir um ponto de saturação tal junto dos espectadores, que estes explodem sempre da mesma maneira: "nestas eleições não vou votar"...!!!

1 medida anunciada pelo Governo = 3 dias de notícias.

Assim que se aproxima o 33º Congresso do PSD, todas as televisões correm a entrevistar o presidente do partido, que, a passos de coelho, lá vai soltando umas palavras comedidas de oposição às políticas do actual governo. Um congresso de 3 dias, um pouco para reforçar o n.º do congresso: o 33.º . Um desfile de "3"'s, talvez em honra do Papa que está para vir, já que 33 é o número de Cristo. Não importa que a localidade onde se realiza tenha um gigantesco esgoto a céu aberto na maior praia da freguesia - Carcavelos - há mais de 20 anos, e que esta freguesia e que o concelho de Cascais sejam do mesmo partido do congressista. Isso são pormenores de "fregueses"...

1 congresso partidário = 1 semana de notícias.

Claro que alguns congressos, triunfam de vontade mais do que outros, mas na verdade, PS e PSD habituaram-nos nos últimos 15 anos a congressos e "estados da nação" de dimensão nacional. Discursos inflamados, gentes congregadas com um objectivo comum, em suma, um quadro bonito de se ver. Depois as declarações formais às televisões e aos jornais, o desfile de viaturas diplomáticas no exterior, os flashes dos jornalistas. Finalmente chega o dia das eleições, são eleitos e... nada. Tudo fica rigorosamente na mesma. Portugal em queda, os ricos mais ricos, os pobres mais pobres, os fundos europeus cada vez mais magros. Sem fundos, as empresas fecham, pois o perfil da empresa portuguesa não é a de criar riqueza, mas a de distribuir e "derreter" fundos estruturais... Ficou-nos este estigma do monarca que lança moedas de ouro ao povo miserável que, assim, vive o duro contraste entre o poder e o não-poder.

Talvez por isto, todos os congressos sejam tão parecidos e todos os discursos que neles se fazem contêm as mesmas palavras repetidas vezes sem conta, como martelinhos a baterem sem parar nos nossos cérebros. Técnica muito conhecida da CIA, esta da lavagem cerebral pelo ritmo da repetição ad aeternum... Congresso por congresso, lembro-me deste, que marcou para sempre a história do nacionalismo (socialista) na Europa e no Mundo:

Depois vem o Papa alemão, pisar o mesmo solo. E o povo volta a adormecer...

1 Papa em solo Nacional = 1 mês de notícias.

E finalmente as Presidenciais, marcadas estrategicamente para o final do ano.

1 eleições presidenciais = 1 ano de notícias.

Entre estas notícias e os teatrinhos de problemas comezinhos das novelas portuguesas, o povo tem a liberdade de escolher. Talvez por isto, deixou de poder optar sobre o seu futuro, resignando-se às escolhas que os políticos fazem "por ele", e sempre "contra ele". Decorridos 100 anos de República, os 36 anos em que vivemos a "liberdade" acabaram-se. Eis que mergulhamos novamente na escuridão, na miséria, na pobreza de espírito, na corrupção, na sociedade separada entre ricos-políticos-todo-poderosos e povo-pobre-miserável.

Obrigado, Afonso, por te teres zangado com a tua mãe. Ao menos deixas-te-nos acreditar que o sonho português de liberdade seria um dia possível...

posto por Pedro Duarte

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Raíz do Mal

Tivemos dúvidas sobre este titulo. Talvez se aplicasse melhor a "marcha atrás".
Isto porque aqui há uns anos a Europa resolveu ajudar alguns dos Países mais atrasados que iam integrando a U.E., fornecendo meios financeiros para a execução de projectos estruturantes tanto para o sector privado como para o sector publico.
Quiseram puxar-nos para a frente. Para junto dos mais desenvolvidos, dos mais prósperos, com melhores níveis educacionais, com sistemas políticos mais representativos e mais responsáveis perante os cidadãos.
Pensavam que nos estavam a permitir avançar e evoluir.
Como julgavam que estavam a lidar com gente séria, não foram cuidadosos na atribuição e encaminhamento de verbas que nos foram fazendo chegar.

Os anos passaram e para lá de algumas estradas e muitas rotundas, a formação dos portugueses foi nula, o Estado não se alterou, os desníveis sociais são cada vez maiores, a economia está á beira do colapso total, os desempregados em breve irão começar a "agradecer" a linda situação em que foram colocados e...... pasme-se .........Portugal conseguiu descer para o último lugar no concerto dos Países que integram a União Europeia.
Ver dados da OCDE no Site da Força Emergente.

Aqui chegados bem se poderia dizer que o titulo deveria ser marcha atrás.
Mas....ainda não acabámos.
A Europa ainda nos mima com mais uns dinheiros, designados por F.P.A.P.C., a integrar num programa a que chamaram QREN, para o qual puseram um prazo e um lote de realizações a cumprir.
E é aqui que surge a Raiz do Mal, ou seja a classe política que infesta o País.
Com efeito, as estruturas empresariais privadas em processo de rápido desmantelamento e a orgânica de gestão publica, não conseguem sequer definir e aplicar as verbas consignadas para a realização do previsto nos vários programas deste Quadro de Apoios.
Após dois anos de execução, apenas 25% dos fundos foram aplicados. O País não só passou para o fim da tabela, como conseguiram desfibrar a espinha dorsal de um Povo, que de manso passou a adormecido.

Caros amigos, qualquer um pode ser político, chegar mesmo a primeiro ministro mesmo sendo incompetente, mentiroso, incapaz e irresponsável, tal como aquele que ainda temos. O que já não se admite é que aqueles que vão percebendo o embuste em que se caiu não façam nada.
Para onde é que pensam que vão as verbas ainda não aplicadas ?
Para onde é que pensam que foram as verbas já aplicadas ?
Quem é quer quer saber as verdadeiras responsabilidades já assumidas pelo Estado e que nos irão surgir mais á frente?
Quem é que vai subscrever títulos de Dívida Publica ?
Quem é que vai permitir que continue esta bandalheira ?
Será que esta gente mais esclarecida apenas quer continuar refugiada nos blogues à espera que meia dúzia dê o corpo ao manifesto ?
Quem é que ainda não percebeu que já estamos de novo em recessão ?
Estamos á espera de quê ? Que o Passos Coelho resolva o problema ? Que o António Costa substitua o socrates ?
Estamos apenas a atrasar a recuperação do País.
Estes políticos não têm ideias nem capacidade para fazer evoluir o Sistema que já está esgotado. Tudo isto é pura ilusão. O facto de serem melhores pessoas não faz deles os políticos que se necessitam para fazer a ruptura que se impõe.

Temos que gerar um vasto movimento que imponha a revisão das leis eleitorais.
O Sistema politico virá por acréscimo.
Isto, será nossa obrigação fazê-lo e em consequência forçar a tomada de medidas de excepção.
Contudo se nada fizermos nada se irá alterar e a Raiz do Mal continuará a gerar novas sementes que nada de bom trarão ao País.
Quer continuar a afundar-se ?

posto por Carlos Luis

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sinais preocupantes

A Comissão de Inquérito da Assembleia da República apenas conseguiu que o Procurador-Geral da República enviasse o despacho sem as escutas de José Sócrates e Armando Vara. Pinto Monteiro deseja vê-las destruídas a todo o custo, talvez para se livrar do mesmo destino de todos os que já enfrentaram os poderes "executivos" do Primeiro-ministro.

A mentira, os jogos de interesse, as influências, as pressões, os encobrimentos, alinham-se e sucedem-se. Os portugueses observam, em silêncio. Lá fora, o frio ainda dá fortes sinais de crise. A fórmula repete-se: em 2009 as eleições legislativas marcadas para o final do ano mantiveram a "plebe" ocupada com o folclore jornalístico das eleições; em 2010 as eleições presidenciais prometem o mesmo folclore, o mesmo "pão e circo", a mesma falta de medidas do executivo para salvar Portugal da pobreza extrema em que estamos a entrar.

Um ano passou.

Não foram tomadas medidas anti-crise. O desemprego aumenta exponencialmente. Os centros de emprego não dão soluções. O Governo mandou retirar ontem os subsídios a fundo perdido para criação do próprio emprego. A Segurança Social penhora 7.000 contas bancárias de pessoas falidas, em pleno fim de semana da Páscoa.

Maquiavelismo? Não...!!!

O Governo poupou com estas medidas milhões e assim responde fielmente aos deputados-barões europeus que puxam os cordelinhos e que obrigam o PS a cumprir o seu PEC, o mesmo que foi aprovado também pelo "responsável" voto do PSD.

Estes sinais estão à vista de todos.

Mas também do Brasil nos chegam testemunhos gravados, de que esta corrupção, não é senão estratégia política global, da mesma origem: dos defensores da Nova Ordem Mundial. Ora vejam este video da deputada brasileira Cidinha Campos: http://www.youtube.com/watch?v=G-SHAak_stc&feature=email .

Apesar de já serem muitos a diagnosticar a origem da corrupção, poucos ou nenhuns se propõem lutar para verem o seu futuro salvaguardado. É que, meus amigos, o futuro está a desaparecer-nos por entre os dedos, todos os dias...

posto por Pedro Duarte

domingo, 4 de abril de 2010

Em plano inclinado

Já por diversas vezes nos interrogámos sobre as origens ou os motivos que levaram a constituirmos esta associação.
Refiro-me aos pressupostos que nos obrigaram a que tivéssemos avançado.
Seria porque de cada vez que ouvimos as intervenções do Dr.Medina Carreira sentimos uma total convergência de pontos de vista, assim como nos identificávamos com a forma frontal como expressava as suas opiniões?
Quando tivemos o privilégio de o ter encontrado, pudemos comprovar estarmos perante um dos poucos Portugueses a quem confiaríamos sem hesitação, a tarefa de estabelecer um conjunto de princípios e objectivos tendentes a reformular o Sistema Politico que vergonhosamente continua implantado no País.
Partilhamos as mesmas ideias sobre o Sistema Judicial e sabemos que sem um Sistema Económico activo e dinâmico, não será possível invertermos o plano inclinado em que nos encontramos.
Assumimos que não será expectável que o Sistema evolua e se altere só por si.

Isto significa que aquilo por que vimos pugnando desde o inicio e que se refere ao facto de termos que encarar formas mais dinâmicas de contestação, será a única forma possível que seriamente poderá levar à reversão do sistema.
Se se mantiver a mesma passividade, habilmente escondida no apelo à estabilidade feito pelos principais agentes políticos, nada se irá alterar.

Este sentimento que implica combate e enfrentamento, leva-nos contudo ás nossas origens.
De facto o Dr.Medina Carreira foi-nos elucidando de forma clara e sem margem para duvidas, mas o Jornal de sexta da TVI, foi o detonador de emoções que nos obrigou a avançar para de forma directa assumirmos a nossa posição face a este Regime e a estes políticos.
O País tem uma dívida de gratidão para com aqueles profissionais, que ousaram de forma directa expor algumas das maiores barbáries feitas por vários responsáveis políticos.
Foi e é triste vermos o abandono a que foram remetidos.
Competia-nos a nós, mais 2 milhões de assistentes diários, termos tido pelo menos um assomo de incomodidade por nos ter sido cerceada a principal fonte de informação séria e sustentada que nos era oferecida por Manuela Moura Guedes, Carlos Enes e Ana Leal, entre outros.

Uma coisa é cada vez mais sentida por todos. O País afunda-se e atrasa-se.
Cada vez estamos mais pobres.
Cada dia aumentamos mais a nossa divida ao estrangeiro. As noticias sobre corrupção sucedem-se. O lodaçal é abrangente. A única coisa que diverge é a nossa incapacidade em assumirmos a nossa obrigação perante a história e o futuro.

É a nós que compete a defesa do que consideramos necessário e urgente fazer. Recuperar a dignidade do País e julgar quem de forma sistemática tem usado o sistema habilmente implantado para lhes permitir escapar impunes perante a delapidação que têm feito dos recursos e bens públicos.
Este tem sido o combate que temos feito com os poucos meios humanos e financeiros de que dispomos. Mas, não lutamos por cargos ou favores e apenas pretendemos colaborar com aqueles que tenham ideias e objectivos ajustados àquilo que o País exige.
Para isso contam connosco, seja de que forma for.
Mas, por favor, mexam-se. Por cada dia que passa, será sempre tarde de mais.
Os que ainda têm ilusões, percam-nas. Não há solução enquanto se mantiver esta gente e este sistema político.
A crise vai continuar e vamos chegar ao ponto de negociar a nossa sobrevivência. Não será altura para começarmos a agir?
Ou está à espera que alguém faça o trabalho por si?

Posto por Carlos Luis

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Corrupção portuguesa chega à Europa

A corrupção política portuguesa é tanta que já é discutida no Parlamento Europeu.

Esta semana Astrid Lulling, eurodeputada democrata-cristã luxemburguesa, questionou Constâncio sobre os casos BCP, BPP e BPN. Disse-lhe mesmo: "não admira que os portugueses estejam contentes que saia". Afirmou ainda que, entregar a supervisão do BCE a Constâncio "é como dar dinamite a um pirómano". Nós, portugueses, sabemos que é mais como "dar dinamite a uma criança", pois os comentários de Constâncio nas televisões estiveram sempre ao nível técnico, de uma qualquer criança entre os 8 e os 13 anos.

No Reino Unido, o caso Freeport teve novas provas do envolvimento de Sócrates: foi descoberto um manuscrito onde estavam escritos os montantes entregues em dinheiro ao então Ministro do Ambiente, José Sócrates.

Agora o caso dos dois submarinos alemães comprados pelo Estado português em 2004 e que envolveram um suborno de 1,6 milhões de euros pagos pela Man Ferrostaal ao cônsul português naquele país. Teve destaque na primeira página no diário Der Spiegel online esta semana.

Mas por cá, os assuntos nos corredores do nosso parlamento passam por saber se Inês de Medeiros vê as suas viagens a Paris (onde vive) de 1.200€ / semana, pagas ao abrigo das despesas de deslocação para deputados e ajudas de custo. No final do mandato de 4 anos, contas feitas, terá gasto ao Estado português cerca de 216.000 €. É o preço das "bandeiras" eleitorais de Sócrates.

Cravinho, no hemiciclo, ataca o seu Partido ao falar contra o grave problema de corrupção política vivido em Portugal.

Os portugueses, esses têm de se contentar com estes tristes filmes de uma sinarquia que nunca mais cai de vez. Todos esperam que Portugal melhore, mas o barco já vai a pique em direcção ao fundo. Serão precisos muitos milhões para que este barco volte algum dia à superfície, e, se isso acontecer no futuro, será com um custo muito superior ao do valor do barco em si, pedaço de ferrugem em que entretanto se tornou...

Quando pensamos que na Suíça o Presidente da República tem um mandato de um ano e que o seu cargo se intitula "Ratsvorsitzende" o que na nossa língua equivale a "Presidente do Conselho", que os ministros e secretários pertencem a todos os partidos e que os postos são distribuídos de modo proporcional de acordo com a percentagem que obtiveram nas eleições para o "Concelho", percebemos o luxo que é, nos dias de hoje, viver num país realmente "europeu", humanista e civilizado. Mas claro, para se viver assim, tem de se branquear muito dinheiro sujo que circula por aí...

posto por Pedro Duarte