sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Povo e o Folclore

A teoria relativa ás nossas origem enquanto povo e Nação, acaba por mais uma vez ser cabalmente demonstrada.
De facto somos os herdeiros dos enjeitados da sorte e dos estropiados da vida, que por incapacidade ou invalidez por estas terras foram ficando.
Consta que a maior parte dos nossos antepassados eram surdos e pouco inteligentes, pois a cada nova chegada dos emigrantes da altura, estavam sempre a rir e virados de costas, de forma a poderem receber a canga e o respectivo pontapé no traseiro. E riam muito e parece que até eram felizes.
Com o andar dos séculos a coisa foi-se mantendo. Se era preciso metê-los nos barcos ou nas caravelas, não havia problema. Então se estávamos aqui presos por Castela e pela água, não era de avançar para o mar?
Pessoal não faltava para os trabalhos braçais, ou para irem ficando espalhados pelos mais diversos cantos do Mundo. E qual era o problema ? A maior parte deles até sentia que uma das costelas não era deste sitio onde nascera.
E iam e ficavam e alguns ainda vinham. Parece que sempre com a mesma vontade de agradar aos "mestres". A imbecilidade, foi mesmo algumas vezes apelidada de heroísmo! É verdade, fomos heróis do mar. Até houve um poeta que exagerou e disse que éramos uma Nação valente e imortal. O "marketing" que na altura ainda não tinha sido descoberto, já começava a dar os primeiros passos por aqui.
Aqueles que entretanto vinham de fora, tal como alguns oriundos da Germânia e que foram Reis por cá, ficavam muito confusos e admirados quando de cada vez que saiam do palácio para visitar uma qualquer terra, eram sempre recebidos com foguetes e uma grande animação em que o folclore não podia faltar.
Este povo sempre foi assim. Nunca compreendeu o papel subalterno que ao longo dos tempos vem protagonizando. Nunca percebeu que a sua parte no País são apenas as sobras e o desprezo das elites que vêm detendo o poder.
Este povo só serve para sorrir ou bajular. Essa caracteristica, tornou-nos hospitaleiros e bons para o turismo.
Estamos cada vez mais aptos para servir e darmos graças a Deus por continuarmos a ter paz e um primeiro ministro que tão bem cuida do interesse nacional.
E tudo iremos fazer para que ele trate do nosso futuro e não possa dar Passos errados.

Esta velha Nação precisa de uma escovagem enérgica e incisiva.
Este povo continua sem pensar, nem perceber a razão da sua existência.
Da mesma forma que há pouco mais de 100 anos dançava o folclore para um qualquer rei, hoje ainda continua a dançar ao som de uma musica roufenha e já gasta, onde o chefe de orquestra há muito que devia estar preso. Mas este Povo surdo, bruto e cego, apenas conhece a cantiga de embalar com que há muito o adormeceram.

Caros amigos. A musica não poderá continuar a ser mesma.
Se assim fosse, era porque também nós teríamos de fazer parte da tal orquestra de que não gostamos.
E isso não queremos, nem podemos permitir, mas confessamos que este povo continua a ter essa grande capacidade de nos ir surpreendendo.
Agora a pergunta.
Acha mesmo que esse estropicio politico que dá pelo nome de Sócrates, ainda terá hipóteses de continuar a desgovernar este País?
O quê? Não me diga !

domingo, 17 de abril de 2011

O país artificial

A DIVIDA.
Somos bombardeados diariamente com explicações sobre tudo o que gira á volta dos diversos intervenientes e possível resgate, a par da intervenção dos agentes políticos nacionais, sugerindo soluções para resolver o problema.
Por vezes interrogamo-nos se estamos a ver bem ou se alguma coisa se nos está a escapar.
É que nunca vimos um debate sério sobre como é que foi possível chegar-se a esta situação.
Mês a mês, ao longo de vários anos, fomos vivendo artificialmente de empréstimos que foram permitindo que se ocultasse a situação de falência que se anunciava. Ninguém com responsabilidades se levantou. O presidente da Republica deste País artificial, falhou rotundamente na sua obrigação de tomar uma posição firme e definitiva.
Há cerca de 2 anos, para lá de termos solicitado ao primeiro ministro que se demitisse, também fomos a Belém entregar um pedido para que o presidente demitisse o governo.
Ninguém se incomodou connosco. O certo é que o País se afundou.

Hoje fazem-se reuniões de emergência no BCE, no FMI, na UE, com diversos Países e vários banqueiros. Tudo para se tentar camuflar as responsabilidades desta classe politica, ao mesmo tempo que assistimos a essa descarada tentativa do ps, em sacudir culpas, para esconder as responsabilidades que em grande parte lhe cabem.
A conversa do pec 4 é um verdadeiro atentado á nossa capacidade de resistência.

Vivemos num país orquestrado para ocultar a essência do problema.
E essa é a responsabilidade de quem nos conduziu até se contrair uma divida desta dimensão.
Está se a ocultar a verdadeira causa e conduzir toda a discussão para as possíveis soluções, pretendendo-se com isso fazer esquecer que existem culpados por esta autêntica tragédia.
Tudo se está a passar como se aos políticos fosse permitida a isenção de qualquer responsabilidade que sobre eles possa recair, quando os actos praticados na gestão da coisa publica conduzem a resultados que manifestamente demonstram, incúria, incompetência, corrupção, desvio de dinheiros, compadrios, esbulho nacional.
Os milhares de famílias que vão a caminho da miséria não nos irão desculpar se nada fizermos para levar esta escumalha até á justiça.
Temos que exigir responsabilidades pelos actos de lesa pátria cometidos.
Não podemos continuar a permitir que a única punição possível, tenha que ser a de não lhes darmos tantos votos na próxima eleição.
Se é esta a essência deste regime, temos que derrubá-lo já.

Este País não pode ter apenas algumas vozes dissonantes que aos poucos vão sendo ostracizadas. Veja-se que nos últimos anos, apenas um canal televisivo às sextas feiras, tinha a coragem e a capacidade de expor aquilo que eram as evidências do estado de corrupção que grassava neste País.
Hoje, alguns jornalistas e comentadores como José Gomes Ferreira e Mário Crespo, têm apenas espaços limitados de tempo e ainda assim sujeitos a uma lei de imprensa feita á medida da defesa do Sistema.

A verdade oculta, é que por incompetência, desleixo, incapacidade e gestão de interesses diversos, fomos conduzidos de empréstimo em empréstimo até á Bancarrota final.
Há responsáveis. Chamam-se socrates e o seu governo, parte considerável do partido socialista, parte considerável do psd e do cds e aceitação demasiado passiva por parte dos outros partidos.
Nenhum deles quer por em causa o sistema em vigor.
É isto que temos que combater e exigir um novo REGIME, em que o voto sirva para ELEGER ou DEMITIR. O poder tem que ser do povo, não de uma classe pouco ou nada representativa dos interesses globais.
Esta Democracia não serve o interesse do País. Apenas alimenta aqueles que sem qualquer valor se vão acoitando nos diversos partidos e numa estrutura organizativa que lhes vai permitindo repartir os recursos disponíveis.

É necessário encontrarmos forma de irmos em frente e acabar com a estabilidade que só serve a quem nos colocou nesta desgraça.
Vamos "perder a cabeça" e sujar mesmo a camisa num confronto ao murro e ao pontapé contra esta escumalha politica. Isto, enquanto a outra justiça não se puder aplicar.
Afinal quantos somos nós ?
Sim, refiro-me a todos os que temos estado a ser enganados. Talvez 95% ?
Vamos a eles e rápido.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Revolta que já tarda. Chegámos ao Estado Misericórdia

Os responsáveis pela desgraça a que chegámos, continuam presentes e confessam:
Só temos dinheiro até ao próximo mês!!!!
Esta simples afirmação deveria ser suficiente para termos já avançado para S.Bento e exigir a prisão imediata de todos os que conduziram o País a esta Bancarrota.
E logo de seguida, desmantelar todos os órgãos de comunicação que têm alimentado essa gigantesca máquina de propaganda, paga por nós e que só foi ultrapassada nos tempos de Goebels, ou que ainda hoje continua em vigor na Coreia do Norte.
A similitude é tal, que alguns imbecis do ps, até já chamam "querido líder" a esse excremento politico que continua á frente do "governo".
Das poucas excepções que com alguma clarividência ainda militam naquele partido, destacou-se alguém que ousou dizer o que de facto o País precisava de saber.
Mas ninguém ouviu ?
Ninguém se apercebeu ?
Parece que não havia Órgãos de Comunicação no local onde o excremento politico estava a ser louvado.
Aceda por favor a este vídeo e espante-se.
http://www.youtube.com/watch?v=aT6qTn5FhkO

Isto deveria ser assim se fossemos de facto um POVO de gente com "cabeça" e capacidade de perceber aquilo que já nos aconteceu.
Mas não.
Continuamos a ser manipulados pela bem "oleada" máquina de Comunicação, onde muitos dos responsáveis continuam a viver "condicionados" pelos favores recebidos.
É revoltante vermos esta gente sem nível, sem uma estrutura de conhecimentos sequer razoável, sem ter que assumir responsabilidades e sem qualquer vergonha na cara, continuar a fingir que nada se passa e que eles estão cá para defender o INTERESSE NACIONAL.
isto depois de terem passado 7 anos á frente do governo e terem delapidado grande parte do património e dos recursos disponíveis.
De terem alimentado artificialmente a economia com base no recurso a empréstimos externos que nos conduziram a um patamar de endividamento do qual dificilmente sairemos.
De terem originado o maior ciclo de desemprego alguma vez vivido nos tempos modernos.
De terem destruído grande parte do tecido empresarial de base, factor essencial para qualquer tentativa de relançamento económico.
Terem destruído as esperanças NUMA melhor qualidade de vida para as classes de mais baixo rendimento, as quais estão hoje remetidas para as boas vontades de algumas Instituições de solidariedade, que confessam já não ter capacidade para responder ao crescente aumento de pedidos que lhes vão chegando.
Chegámos ao Estado Misericórdia
Este governo derrubou assim a ultima bandeira que ainda flutua na velha Europa.
O Estado Social.
Isto não o REVOLTA ?
ESTAMOS Á ESPERA DE QUÊ ?

Nota - Parece que já existem dificuldades em aceder ao site indicado. Poderemos enviar por mail o link que ainda funciona.

domingo, 10 de abril de 2011

Banco Central Europeu

Imagine que isto é exactamente assim !!
A quem pertence o Banco Central Europeu?

Vamos perceber PORQUE O BCE EMPRESTA O DINHEIRO A 1% AOS BANCOS PARA ESTES EMPRESTAREM AO NOSSO PAÍS A 8%.
O Banco Central Europeu, ou BCE, pouco ou nada tem a ver com a União Europeia.
Ao juntar os termos "Central" e "Europeu", a ideia era transmitir a sensação de que este fosse o Banco da União. E a ideia passou, pois confundem-se as duas coisas. Mas a verdade é bem diferente. Se existirem dúvidas acerca da total independência do BCE, é bom ler o Artigo 130 (ex-artigo 108 do TCE): "No exercício dos poderes e no cumprimento das tarefas e deveres que lhes são conferidos pelos Tratados e pelos Estatutos do SEBC e do BCE, nem o Banco Central Europeu, nem os bancos centrais nacionais, nem qualquer membro dos respectivos órgãos de decisão podem solicitar ou receber instruções das instituições, órgãos ou agências da União, dos governos dos Estados-Membros ou de qualquer outra entidade. Instituições, órgãos e agências da União e os governos dos Estados-membros se comprometem a respeitar este princípio e a não tentar influenciar os órgãos de decisão do Banco Central Europeu ou dos bancos centrais nacionais no exercício das suas funções". No documento de 18 de Dezembro de 2003, "Das percentagens detidas pelos bancos centrais europeus no esquema de subscrição dos capitais do Banco Central Europeu", assinado pelo Presidente Jean-Claude Trichet e publicado na Gazeta Oficial da União Europeia (15.1.2004 L 9/28), é possível observar a quem pertence, de facto, o mesmo BCE.
Eis as percentagens detidas pelas várias instituições financeiras: Nationale Bank van België/Banque Nationale de Belgique 2,8297 % Danmarks Nationalbank 1,7216 % Deutsche Bundesbank 23,4040 % Bank of Greece 2,1614 % Banco de España 8,7801 % Banque de France 16,5175 % Central Bank and Financial Services Authority of Ireland 1,0254 % Banca d'Italia 14,5726 % Banque centrale du Luxembourg 0,1708 % De Nederlandsche Bank 4,4323 % Oesterreichische Nationalbank 2,3019 % Banco de Portugal 2,0129 % Suomen Pankki 1,4298 % Sveriges Riksbank 2,6636 % Bank of England 15,9764 %.
Duas coisas bastantes interessantes: a presença da Bank of England, isso é, do banco central dum País que ainda não adoptou o Euro como moeda oficial, e o facto do documento falar de forma explicita de senhoriagem: O mesmo princípio aplica-se à repartição dos proveitos monetários dos BCN [bancos centrais nacionais, NDT] em conformidade com o artigo 32.1 do Estatuto, à distribuição da receita de senhoriagem, à remuneração dos créditos dos BCN iguais aos activos de reserva transferidos para o BCE [...] Um assunto particularmente complexo este último, mas que cedo ou tarde terá de ser enfrentado dada a sua importância.

A quem pertencem os bancos nacionais?
Estabelecido o facto da BCE pertencer aos vários bancos centrais, a próxima pergunta que segue é: a quem pertencem os bancos centrais dos vários Países? Também neste caso a resposta pode parecer óbvia: tal como o Banco Central Europeu deveria pertencer à União Europeia, assim os bancos centrais nacionais deveriam pertencer aos vários Estados nacionais. Deveriam, mas não é. Descobrir os verdadeiros donos é muito difícil: os bancos centrais não gostam de divulgar este tipo de noticia. Mas temos sorte.
O banco central italiano, a Banca d'Italia, publica na internet a lista das instituições que detêm as quotas de participação e que têm direito de voto. Eis alguns exemplos: Intesa Sanpaolo S.p.A. 91.035/50 UniCredit S.p.A. 66.342/50 Assicurazioni Generali S.p.A. 19.000/42 Cassa di Risparmio in Bologna S.p.A. 18.602/41 INPS 15.000/34 Banca Carige S.p.A. - Cassa di Risparmio di Genova e Imperia 11.869/27 Banca Nazionale del Lavoro S.p.A. 8.500/21 Banca Monte dei Paschi di Siena S.p.A. 7.500/19 Cassa di Risparmio di Biella e Vercelli S.p.A. 6.300/16 Cassa di Risparmio di Parma e Piacenza S.p.A. 6.094/16 Cassa di Risparmio di Firenze S.p.A. 5.656/15 Fondiaria - SAI S.p.A. 4.000/12 Allianz Società per Azioni 4.000/12 ......etc, etc. Total quotas: 300.000 Total votos: 539
No meio desta floresta de bancos privados é possível encontrar duas participações do Estado Italiano: INPS, com 15.000 quotas e 34 votos, e INAIL, 2.000 quotas e 8 votos. Assim, no total. o Estado é representado no Banco Central Italiano com 42 votos, menos de 10%.
Para perceber a importância destes factos, é possível observar a "evolução" das antigas moedas italianas, hoje substituídas pelo Euro. Neste caso a comparação é entre uma nota de 500 Lire (1974 - 1979) e uma de 1.000 Lire (1990 - 1998): No primeiro caso, 500 Lire, temos uma nota do Estado Italiano. No segundo caso, uma nota dum banco privado.
É exactamente o que se passa com as notas dos Euros: se o Euro for da União Europeia, não seria lógico encontrar a escrita "UE"?. Mas em lado nenhum podem encontrar "União Europeia", apenas "BCE". Uma ligeira diferença...

A quem pertencem os bancos privados? (o caos intencional). Este esquema repete-se na maioria dos bancos centrais nacionais que, de facto, são privados. Mas a quem pertencem os bancos privados? Aqui entramos no sancta sanctorum, uma espécie de caixa de Pandora na qual é difícil penetrar. Os bancos não pertencem a uma pessoa mas a conjuntos de accionistas que, por sua vez, pertencem a outros accionistas.
O Banco Unicredit, por exemplo, conta entre os próprios accionistas um banco líbio, o grupo Allianz (Alemanha), um banco inglès com um cadastro assustador (Barclays: ajuda ao governo do Zimbabwe, acusações de reciclagem de dinheiro, envolvimento no comércio de armas...), uma sociedade americana (BlackRock) com participação inglesa (Merlin Entertainments), a Autoridade de Investimentos da Líbia.
O Monte dei Paschi di Siena conta com a participação do grupo francês Axa e da JP Morgan (!!!).
Concluindo: o BCE é privado Uma super-Matryoshka que constitui a melhor forma de protecção: uma maneira para afastar os curiosos e para tornar o esquema incompreensível, pois tudo se perde num jogo de percentagens de empresas espalhadas pelo globo. O que pode ser afirmado com certeza, é que os bancos centrais nacionais não pertencem aos Estados (há muitas poucas excepções neste sentido) mas aos privados.
Agora, se o BCE é independente da União Europeia e de propriedade dos bancos nacionais, que são privados, o mesmo BCE não passa dum banco privado.
RESUMINDO: a economia da União Europeia está nas mãos dos interesses privados, o que não é uma novidade: também a Federal Reserve é um banco privado...
Assim talvez se compreenda melhor porque é que os bancos acedem ao crédito do BCE á taxa de 1% e o emprestem ao País a 8%.
Está esclarecido, ou acha que não é bem assim?
Desconhecemos o autor desta interessante análise

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A BANCARROTA

Não resistimos a inserir parte de um artigo do economista Eugènio Rosa. É interessante sabermos como se processam os fluxos financeiros que têm alimentado a crescente divida do Estado Português. A partir desta análise também conseguimos perceber melhor porque é que a BANCA agora já não quer continuar a comprar divida publica. O bom negócio acabou. Finalmente reconhecem que o Estado chegou perto do aterro sanitário. Consta que a camioneta do lixo continua a ser conduzida por um tal josé socrates.

O BCE ESTÁ A FINANCIAR A ESPECULAÇÃO DOS BANCOS.
A banca em Portugal lucrou com isso já 3.828 milhões € à custa das famílias, empresas e do Estado.
O DILEMA ACTUAL: OU ESTA SITUAÇÃO É ALTERADA RAPIDAMETE OU O PAÍS TEM DE SAIR DA ZONA EURO tal como aconteceu antes da crise de 2008, em que os bancos financiaram os especuladores, a uma taxa de juro baixa, para que pudessem depois obter elevados lucros, agora também o Banco Central Europeu (BCE) está a financiar a banca a uma taxa de juro também muito baixa (1%), não impondo quaisquer limites na utilização desse dinheiro, para que depois os bancos possam obter lucros extra à custa das taxas de juro elevadas que cobram não só aos Estados, mas também às famílias e às empresas. É um esquema que interessa tornar claro para todos, embora os
comentadores oficiais com acesso privilegiado aos media nunca se refiram a ele, procurando assim ocultá-lo. Por isso vamos voltar a ele.
E esse esquema “diabólico” é o seguinte.
Antes de ter entrado para a Zona Euro, Portugal possuía um Banco Central (Banco de Portugal) que podia emitir moeda (escudos), e que comprava divida ao Estado a uma taxa reduzida, assegurando assim o seu financiamento e também garantindo que nunca o Estado entrasse em falência porque o Banco de Portugal disponibilizava sempre os meios financeiros para que o Estado pagasse os seus compromissos. As únicas limitações eram, em relação à divida externa, que teria ser paga em divisas o que obrigava o Estado a recorrer fundamentalmente ao endividamento interno para se financiar, e a necessidade de evitar que a inflação disparasse.
Com a entrada para o euro, o Banco de Portugal e o Estado português perderam esse poder que passou para o Banco Central Europeu (BCE). Só ele é que pode emitir euros. Para além disso, foi introduzida uma norma nos Estatutos do BCE que proíbe que este banco compre directamente divida aos Estados. No entanto, pode comprar divida soberana, ou seja, dos Estados no chamado “mercado secundário” onde têm acesso os bancos. Portanto, está-se perante a situação caricata que permite à banca especular com a divida emitida pelos Estados, que é a seguinte: o BCE não pode comprar directamente a divida ao Estado português, mas já pode comprá-la aos bancos que
a adquirem. E então o esquema especulativo montado pela U.E. e pelo BCE para enriquecer a banca à custa dos contribuintes, das famílias, e do Estado português é o seguinte: a banca empresta às famílias, às empresas e ao Estado português cobrando taxas de juro que variam entre 5% e 12%, ou mesmo mais, depois pega nessa divida, titularizando-a, e vende-a ao BCE obtendo empréstimos a uma taxa de juros de apenas 1%.
Vejamos então quais têm sido os efeitos para Portugal deste sistema especulativo, que tem sido sistematicamente oculto pelo governo e pelos comentadores oficiais, financiado pelo BCE, banco este que, em principio, devia servir os Estados que constituem a Zona Euro e não a especulação.
EM APENAS 3 ANOS A DIFERENÇA DE TAXAS DE JURO DEU À BANCA PORTUGUESA UM LUCRO DE 3.828 MILHÕES DE EUROS

Segundo o Boletim Estatístico de Março de 2011 do Banco de Portugal, a banca a operar em Portugal obteve, do BCE, financiamento no valor de 14.407 milhões € em 2008; de 19.419 milhões € em 2009; e de 48.788 milhões €, pagando uma taxa de juro de apenas 1%, o que determinou que, por este volume de empréstimos, deverá ter pago ao BCE cerca de 826 milhões €.
Segundo também o Boletim do Banco de Portugal, a banca cobrou pelos empréstimos que, com esse dinheiro obtido do BCE, depois concedeu a particulares, a empresas e ao Estado, taxas de juro médias que variaram entre 5,05% e 6.87%, o que permitiu à banca embolsar, nos três anos, juros que somaram 4.683 milhões €. Se subtrairmos a esta receita de 4.683 milhões €, os juros que teve de pagar ao BCE – 883 milhões € - ainda restam 3.828 milhões €, que constitui a sua margem financeira liquida obtida só com o financiamento do BCE à taxa de 1%.
O BCE está a financiar a especulação dos bancos contra a divida soberana portuguesa –A BANCA AUMENTOU TAMBÈM OS LUCROS LIQUIDOS À CUSTA DE IMPOSTOS NÃO PAGOS
Mas não é apenas o BCE e os mecanismos criados na Zona do Euro que financiam a especulação dos mercados, ou seja, dos bancos à custa das populações. Como isso já não fosse suficiente, em Portugal, através da multiplicação de benefícios fiscais concedidos à banca, aprovados pelos sucessivos governos e mantidos numa altura em que são impostos sacrifícios à maioria dos portugueses, os lucros da banca têm aumentado também à custa dos impostos que não paga.