quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

E depois do adeus?

Seja de que forma for, tem que haver uma despedida.
Tínhamos perspectivado o final de Março como o tempo necessário para que a crise fizesse os seus efeitos e se desse inicio á contestação que irá depois levar à queda deste sistema político.
Quando fizemos essa previsão tivemos em conta a situação na altura vivida e a evolução que qualquer leigo conseguiria prever, ou seja, que o País iria continuar a afundar-se.
Só não nos passou pela cabeça que um primeiro ministro incapaz e que não merece a confiança de quase 90% do população, continue a ser mantido no cargo a troco daquilo a que chamam a estabilidade democrática.
Este conceito é defendido pelos arautos da "inteligência politica", com base na importância que tem para a governabilidade do País e o funcionamento das Instituições.
Isto significa que se defende a todo o transe, aquilo a que podemos chamar de saque selectivo e manutenção da irresponsabilidade governativa.
O apelo á estabilidade, tem de ser lido como uma afronta á inteligência Nacional.
O que significa é isto:
Não se mexam, não contestem, não duvidem, não discutam, não desconfiem, não nos incomodem.
Aceitem as nossas decisões mesmo que vos sejam prejudiciais, não se aborreçam se mentirmos, ou se agravarmos as dívidas que terão de pagar, ou fizermos acordos sem consultar ninguém, ou desenharmos as leis e o sistema judicial para nos protegermos, ou se fizermos do estado o nosso Banco privado, e dos bancos privados o nosso suporte no Estado, e do Estado o nosso Centro de Empregos.... e da nossa família.... e dos nossos amigos.....etc.
Esta é a Estabilidade a que apelam os políticos.
E então se resolvermos que esta gente é incapaz, que não resolve nada a não ser os interesses que lhes dizem mais directamente respeito e tomarmos a decisão de nos tornarmos reactivos a esta situação indigna e vergonhosa como temos vindo a ser tratados?
Isto é, se nos tornarmos INSTÁVEIS, o que é que poderá acontecer?
Talvez o seguinte;
1º Os "senhores" que agora estão perfeitamente bem, ou fogem ou assumem que não podem continuar como estão. Um povo é mais que uma classe.
2º O sistema político posto em causa é abalado e obriga a ponderarem-se novas soluções governativas mais de acordo com as noções de legitimidade e representatividade popular.
3º Com o governo a ser abertamente contestado, de imediato começarão a aparecer alguns dos melhores portugueses, muitos ainda no anonimato e outros já suficientemente conhecidos e que poderão ser úteis ao País se para isso tiverem oportunidade.
4º Com um governo a prazo põe-se fim ao agravamento da dívida externa. Só por isto vale a pena tornarmo-nos instáveis.
5º Param os investimentos em obras megalómanas que não têm cabimento a médio longo prazo. Por exemplo, um novo aeroporto seja onde for não se justifica neste País.
6º Exige-se a derrogação imediata do Sistema de Encobrimento de Políticos Corruptos, leia-se estrutura judicial e algumas leis.
7º Expõe-se de forma clara, qual a situação em que se encontram as finanças publicas e as responsabilidades do estado. Nessa altura o Povo Português irá tomar consciência da enormidade do embuste feito nas nossas costas. Temos que conhecer os Títulos de Responsabilização aceites pelo Estado Português.
Alguém sabe o que se passa sobre esta matéria? Alguém imagina as garantias dadas e a quem? Não será sobre nós que irão recair as responsabilidades assumidas?
Mesmo que fiquemos por aqui, e muitos outros factores haveria a considerar, alguém duvida das vantagens de pormos fim imediato a este Sistema Politico ?
Só de pensarmos nestas vantagens e sem avançarmos mais nada, parece sem sombra de dúvida que se justifica uma aceleração na nossa tomada de consciência.
Este sentimento de desconforto até parece que é quase generalizado.
Isto é, a grande maioria do povo português "tem consciência" que os tempos que estão a chegar nada de bom irão trazer. Mas, continua a não ter a lucidez de perceber que esta classe política, TODA, nunca irá largar o poder por mote próprio.
Tem de ser empurrada, ou ajudada a sair, ou mesmo convidada a isso. Sem uma afronta directa ou uma confrontação, não há saída.
O que está em causa, NÃO SÃO TODOS os membros dessa classe. Entre eles há gente digna e com príncipios. Sabemos que não são muitos, mas há. O que está em causa é ESTE SISTEMA POLÍTICO, que não serve o País e irá continuar a agravar a situação em que já mergulhámos.
A verdade é esta.
Não há recuperação económica, não há incentivos ao investimento, o tecido empresarial de base está destruído, o que resta vai a caminho, o povo está descrente e incapaz de reagir, a credibilidade da republica vai baixando no contexto internacional, a bolsa funciona aos soluços num desce mais do que sobe, não há soluções no horizonte, os conceitos de organização económica e política estão ultrapassados, e em cada dia que passa a nossa situação vai-se agravando.
Então para que serve esta Estabilidade ?
Só para garantir a esta classe política a continuidade no poder.
Para lutar contra isso, nós estamos disponíveis.
Contamos consigo? ou prefere que nos continuemos a afundar?

domingo, 24 de janeiro de 2010

A morte lenta

Parece inquestionável que o sistema politico em vigor não serve os interesses do País e é actualmente a grande FORÇA DE BLOQUEIO para podermos sair da situação de crise em que nos encontramos.
Analisando quase 20 anos de gestão estatal, somos forçados a concluir que a única certeza que temos é a de que se fomentou a criação de um País Amorfo, Infectado, Bafiento e Obscurantista.
O "grande salto" que foi dado nalgumas infraestruturas assim como em muito do enriquecimento ilícito que se verificou, foi feito com fundos Europeus e outros que nem tanto.
Estes políticos limitaram-se a esbanjar a súbita riqueza que lhes foi vindo parar às mãos. Sem criatividade e sem respeito nem resposta para os verdadeiros problemas que urgia resolver.
Não houve uma gota de suor ou de inspiração para se fazer aquilo que o País precisava.
Tudo isto porque lhes foi dado de "mão beijada" um fundo de tesouraria em alimentação constante. E aí esta classe de gente mal formada, oportunista e que mal sabia pronunciar a palavra Gestão, demonstrou que não tinha ideias do que era necessário fazer para colocar o País na senda do desenvolvimento com vista á nossa integração junto dos restantes membros da UE.
Nada no Estado é transparente. Bem,..... não é totalmente verdade.
Quem se dá ao cuidado de ler o Diário da República pode muitas vezes ser surpreendido com a facilidade com que se nomeiam assessores, se criam empresas publicas, se nomeiam directores, secretárias, se atribuem subsídios, se estabelecem reformas, ajudas de custo, se fazem e autorizam despesas, etc etc, por valores e condições que envergonham qualquer pessoa minimamente séria e consciente do País que somos.
Os custos com o funcionamento da Assembleia da Republica mais que duplicaram no breve espaço de poucos anos.
Os montantes das indemnizações que são pagos pelas mudanças de cargos nas empresas publicas, são verdadeiramente aviltantes e só possíveis por sermos o tal povo acima descrito. Numa sociedade esclarecida isto não era possível.
Por enquanto a nossa capacidade de reacção continua a ser quase nula.
O Povo que temos, amalgamado por emoções fáceis e distracções oportunas, parece alheado de tudo.
Uns rendimentos mínimos, uns subsídios de desemprego e umas reformas miseráveis, são suficientes para minimizar a fome e ainda acham que têm que dar "graças a Deus".
O País é pobre e já muito fazem eles, diz muitas vezes este "bom povo" que não percebe o que se passa, nem quer perceber, pois diz muito "seguro de si" que é melhor ter pouco que não ter nada.
Temos assim um País situado ao nível primário das coisas e das pessoas.
Nos antípodas deste "primarismo" temos os esclarecidos e alguns revoltados.
Nos esclarecidos, os chamados intelectuais e seus derivados, costumam escrever bem, analisar bem, criticar sustentadamente a situação política e até mesmo outros críticos que também a contestam.
Porque normalmente estão numa situação confortável do ponto de vista financeiro, "disparam" por vezes forte, mas o que sai é quase sempre pólvora seca. Não produz qualquer efeito.
No grupo dos revoltados, temos uma imensa variedade que acha que se tem de fazer alguma coisa, mas......é melhor esperar para ver quem avança primeiro não vá "o diabo tecê-las". Quando alguém toma uma iniciativa mais ousada, tem garantidos todos aqueles rótulos que normalmente apenas justificam a cobardia própria em se avançar com acções concretas de contestação.
Ainda nos lembramos daquele "parvo" da Força Emergente que em Março passado foi a S.Bento entregar uma carta a exigir a demissão do 1º ministro.
Ou daqueles 4 "palermas", também da mesma Força Emergente, que em Maio foram a Belém solicitar ao P.R. que demitisse o 1º Ministro.
Ou daqueles 5 elementos, por acaso também da Força Emergente, que entre Julho e Setembro tudo fizeram para tentar criar uma Plataforma de Intervenção Cívica e agendaram mesmo uma manifestação para 12 de Setembro, que acabou por ser inviabilizada por quem tinha aceite participar na organização da mesma.
O sentimento de revolta de muita gente, continua assim bloqueado pelo medo, pelo receio do desconhecido ou do pouco sustentado, pela ausência de "vultos" com especial peso na sociedade - Medina Carreira é dos poucos em actividade -, e acima de tudo por se ter perdido o fogo e a chama que movimentaram as juventudes de outros tempos.
Nessa altura também não haviam os vultos ou as referências. Lutava-se por convicções e ideais. E mudou-se o curso da história.
Afinal o Maio de 68 ainda está presente na nossa memória e na nossa vida.
Parece que nem percebemos que esta classe política cairá com muito menos esforço e ruído que aquele que na altura se fez.
Tenhamos consciência que eles estão já a lutar pela sobrevivência.
Porque é que não os ajudamos a ter uma morte assistida?
Não é a isso que chamam eutanásia?

ADENDA, 28.01.10 - Ricardo Salgado em entrevista no Jornal da Noite, veio confirmar que não gosta de ver o País a ter esta MORTE LENTA. Será que se inspirou no nosso post?
Sabemos que alguns socratinos são nossos fieis seguidores. Mas um banqueiro!!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Rota de Colisão

50 anos de história, os últimos, geraram um fluxo de novas tecnologias e conhecimentos que permitiram ao homem evoluir mais, que nos 10.000 anos que levamos de desenvolvimento civilizacional. Hoje, quase diariamente são apresentados novos produtos, novos materiais, novos tratamentos, novas tecnologias, em suma novos conhecimentos.
Esta rapidez no desenvolvimento tecnológico, não foi infelizmente acompanhada por uma evolução idêntica naquilo a que poderemos chamar as práticas da Organização Politica e Social dos Estados.
Poderemos mesmo dizer que assistimos já a uma regressão de conceitos e valores que não se conformam aos tempos ou necessidades que actualmente se colocam.
A politica faz-se com base em ideologias de há dois séculos atrás e há pouco mais de 50 anos o maior País do Mundo fazia a sua revolução cultural tendo como ponto de sustentação e referência um pequeno livro que se chamava e tinha cor vermelha e os pensamentos de um ditador bastante Mao. Marx, que o inspirava, já tinha escrito as suas ideias há quase 100 anos.
Digamos que a perversão dos valores e ideias politicas, entraram em rota de colisão com o interesse dos Povos quando o desenvolvimento Material e Cientifico foi proporcionando novos Produtos e Serviços.
Sem duvida que os tempos que correm se podem chamar de Modernidade.
O que não se entende é porque é que esses avanços civilizacionais foram usufruídos quase em exclusividade por uma nova classe social que ao longo destes 35 anos chamaram a si e aos seus grupos de interesses quase todas as benesses trazidas pelos tempos modernos.
E fizeram-no utilizando o que de melhor sustentava as chamadas ideologias humanistas ou de esquerda.
E utilizaram os rótulos Socialista, Comunista, Verdes, Sociais Democratas, Democratas Cristãos etc.
Em conjunto geraram o maior cancro social dos tempos modernos, que dá pelo nome de Classe Politica.
Este grupo bem organizado e sustentado naquilo a que chamam a legitimidade democrática, conseguiu no espaço de uma geração;
Delapidar os Fundos do Estado e os bens da Nação, como se fossem propriedade própria.
Criar um sistema de justiça especialmente desenhado e construído para proteger os membros deste grupo político.
Reverter a lógica de desenvolvimento civilizacional que nos obrigaria a evoluir de acordo com as necessidades futuras e as exigências postas pela massificação humana.
Esta gente produziu aquilo a que alguns apropriadamente chamam o logro inter-geracional.
Com efeito ao assumirem o estatuto dos chamados direitos adquiridos, aquilo que vai sobrar para as futuras gerações mais não é que o pagamento desses privilégios.
Se os jovens de hoje tivessem a educação e o esclarecimento que precisavam e mereciam, esta classe política já há muito que estaria desmantelada. A bem ou a mal.
Infelizmente até o sistema de ensino está desenhado para não dar "grandes ideias" aos jovens deste País, que parece que nem sentem nem sonham o futuro que os espera.
Contudo ainda temos esperança que a necessidade de colisão seja de facto um risco eminente.
Amigos jovens, não há milagres. A luta pelo vosso futuro já devia ter começado.
Esta geração de políticos vai deixar-vos um País totalmente endividado.
Demonstrem que talvez tenham andado distraídos mas não são estúpidos.
Este País precisa que rapidamente despertem.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Estado do País

De repente somos confrontados com uma reportagem que está a passar na RTP.
Tratava-se do caso de uma criança de 8 anos que, por decisão judicial, fora internada num lar de acolhimento.
Por acaso ou não, um lar evangélico.
Por acaso ou não, obrigada a práticas religiosas que se calhar nem sequer conhecia.
Por acaso ou não, forçada a viver contra vontade e fora do seu sistema normal de relacionamentos.
Isto porque a criança parece que se recusava a estar com o pai e o juiz entendeu que a culpada era a mãe. Definiu-se mesmo uma patologia adequada á situação. Que não é reconhecida pela OMS nem por outros organismos do foro psicológico ou psiquiatrico.
O resultado desta decisão, contestada por diversos juristas , psicólogos e pediatras, é frontalmente contrária á decisão judicial tomada.
Ouvindo a mãe e os avós, ficamos deveras perturbados pela situação em que estão obrigados a viver.
Há aqui um nítido erro de avaliação do caso e uma decisão judicial de "contra-natura". Parece que voltámos aos tempos medievais. O racionalismo parece que está ausente da vida nacional.
E perante isto o que é que se passa neste País?
NADA.
Muitos lamentamos, ou achamos inconcebível, ou ficamos revoltados, ou.....
NADA.
A criança vai continuar a estar retirada da família, dos amigos, dos afectos, e provavelmente a comprometer seriamente o seu equilíbrio mental.
A televisão deu a notícia e fez a reportagem. Amanhã outras coisas irão surgir. Como parece que os casos de corrupção já não são matéria a noticiar, vão variando a informação para descansarem um pouco os políticos.
Será que continuamos insensíveis e não somos capaz de ter uma atitude de contestação?
Este País e estas gentes não são certamente aquelas que gostaríamos de ter.
Este sistema judicial não é certamente aquele que precisamos.
Esta criança, contudo precisa do nosso auxílio.
Obrigatório, enquanto seres civilizados e com sentimentos.
Será que há gente para nos acompanhar num protesto publico contra a situação em que está forçada a viver, tanto ela como a sua família?
Trata-se de um caso de humanismo que nada tem de político.
Será que isto pode levar a assumirmos frontalmente a nossa revolta perante a injustiça que grassa neste miserável País?
Estamos disponíveis para avançar de imediato para um protesto público.
Temos de começar por algum lado.
O nosso mail é forcemergente@gmail.com
Se houver um mínimo de pessoas amanhã estaremos na rua.

Adenda- Infelizmente não houve.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O cheque em branco

É verdade.
Aquilo que estamos a fazer há demasiados anos é entregar a uns "senhores" que pretensamente gerem o País, uma autorização assinada em branco para fazerem o que lhes apetece com o património e os recursos do Estado.
Gastam o que querem e com quem querem.
Pagam-se como entendem e da forma que escolhem.
Seleccionam os amigos e dão-lhes as colocações adequadas.
Endividam o País com realizações duvidosas.
Utilizam os Fundos Europeus sem controlo nem justificação.
Fazem desaparecer esses fundos sem preocupação ou responsabilidades.
Abrem e fecham contas bancárias como entendem e querem.
Geram-nos responsabilidades sem sabermos a origem nem os montantes.
Em suma.
Diariamente somos roubados e nem sequer gritamos, "agarra que é ladrão"!
Nem sequer esboçamos um movimento de revolta.
Nem sequer vimos para a rua contestar abertamente este estado de coisas.
Nem sequer percebemos que é o nosso património que tem estado a ser delapidado.
Nem sequer damos conta que aquilo que se vai fazendo e inaugurando não é obra destes senhores. É dos nossos filhos e netos que depois as terão de pagar.
Nem sequer pensamos que muitas das realizações em curso como por exemplo as chamadas "novas oportunidades", mais não são que folclore político sem qualquer utilidade prática para as novas gerações.
Como já não o foram os milhões de contos vindos da UE destinados á formação profissional e enquadrados nos anteriores Q.C.
Como também não é o Sistema de ensino em vigor.
Aquilo que os nossos certificados em branco produziram foi o País mais atrasado da Europa, o Povo mais inculto e excluído, a sociedade mais desequilibrada e retrógrada.
Ainda e para nossa vergonha, fomos nós que passámos as certidões que lhes permitiram forjar este ardiloso sistema político que seguramente apresentará em breve uns bons 5 milhões de pobres com a etiqueta de produzidos em Portugal.
E os cheques em branco?
Não é necessário pois as contas já nem sequer são nossas.
Agora temos de nos começar a preocupar é com as facturas que vão começar a chegar.
Essas é que já vão ser pagas com os nossos cheques!
Isto é muito aborrecido, não é?

domingo, 3 de janeiro de 2010

Perigo de Explosão ?

Os políticos que ocuparam este País continuam a abusar da nossa paciência ao proferirem discursos rídiculos, que só os fazem, por saberem que continuam a contar com a passividade excessiva e já nada justificável deste miserável povo.
É triste vermos um Presidente da Republica assumir plena e publicamente, que o País de que é o responsável máximo está numa situação dramática, e a única coisa que faz é apelar ao diálogo e ao consenso daqueles que estão a enterrar esse mesmo País e que nunca serão capazes de gerar qualquer solução para resolver os graves problemas estruturais que ardilosamente foram, eles mesmo, construindo ao longo dos anos.
Um futuro melhor nunca será possível enquanto pairarem no horizonte nomes como Socrates, Loureiros, Varas, Morais, etc, etc.
O País precisa muito mais que consensos ou diálogos.
O País precisa de Acção. De gente que assuma o dever de se expor e demonstrar que somos mais e melhores que este pequeno aglomerado de gente corrupta e incompetente que há demasiado tempo nos vem sujeitando a esta indignidade que é o Sistema Político que metodicamente criaram para proveito próprio.

Aquilo que sentimos e pensamos foi muito bem explanado no Blogue Classe Politica em mais um texto de elevada qualidade. Leia-se por favor.
QUE FUTURO?
Para cumprir calendário, falaram aos portugueses através das TVs, primeiro o presidente do conselho de ministros, antes do embarque para as suas curtas férias na neve na Suíça, depois o presidente desta III República.
Sócrates, seguindo a estratégia de há tempos desenhada omitiu os problemas com que se confrontam os cidadãos - o desemprego, o trabalho precário, o encerramento de empresas, a degradação da Justiça e das outras Instituições do Estado, a desorganização, irracionalidade e disfuncionalidade da administração pública (que o PRACE acentuou mais ainda) e também a dívida externa, o défice e o endividamento publico, procurando lançar à oposição o ónus da sua “não governação” deste início de legislatura.
Cavaco Silva, parecendo já refeito das desastradas trapalhadas em que se deixou envolver, aproveitou a oportunidade para se afirmar como candidato indiscutível a novo mandato presidencial, enunciando alguns dos problemas nacionais e apelando a consensos partidários de regime, forjando e iniciando deste modo a sua nova estratégia como candidato.
Não se compreende o alarido que os média e os seus politólogos geram sobre o próximo Orçamento de Estado. O PSD, com um líder a prazo e não podendo suportar o ónus da rejeição do Orçamento, não tem condições políticas para se opor à sua aprovação pelo que, com mais ou menos teatralização, o PSD acabará sempre por abster-se na votação e assim permitir a continuidade da governação.
E desta situação tem consciência o PS, o PSD e o Presidente da Republica pelo que, conhecendo de antemão o seu resultado final, interessante será seguir os jogos de poder que até lá se irão desenvolver.
Não será com este orçamento ou com outro orçamento, com este governo ou com outro governo, com este presidente ou com outro presidente, que o País e os portugueses sairão do atoleiro, da desgraça, em que as elites partidárias deste “sistema político”, sobretudo desde há duas décadas, os colocaram.
O que está em causa, não é já este ou aquele governo saído do actual espectro partidário, mas o vigente sistema político em si mesmo.
Ele foi, ano após ano, meticulosamente arquitectado pela classe política, constituindo hoje um sistema político onde a corrupção se institucionalizou, a comunicação social se instrumentalizou, a Justiça se subjugou ao poder político, a administração pública se partidarizou com o fim último de obter mais e cada vez mais benefícios económicos às oligarquias partidárias que nos têm desgovernado.
Desmembraram e tornaram irracional e disfuncional a administração pública, aumentando brutalmente a despesa pública sem ganhos de produtividade para o cidadão, com o único objectivo de canalizarem para seu benefício as verbas assim geradas (como presidentes e vogais de órgãos do estado que foram nascendo como cogumelos ao longo dos últimos anos, Institutos, Comissões, Autoridades, Agências, … Empresas Municipais, …) verbas que não andarão longe dos 10% do PIB actual.
Dinheiro que é usurpado aos portugueses.
Ninguém poderá acreditar que uma classe política que engendrou um tal sistema político prescinda da situação privilegiada em que vive e que tão bem soube erguer. Pelo contrário, a tendência será sempre para ampliar os seus benefícios, com este orçamento ou com outro orçamento, com este governo ou com outro governo, com este presidente ou com outro presidente.
É este o cancro que vai alastrando ano após ano e corrói o corpo da economia nacional. É esta a verdadeira e crónica “crise” da economia portuguesa.

Assim sendo, estamos á espera de quê ?