quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O mapa do tempo

O tempo, é aquilo que nos resta.
Depois, se perdermos muito tempo, é tudo tempo passado.
Assim e enquanto é tempo, é tempo para se perceber que já não temos muito tempo.
O tempo, acaba por ser como uma mulher que vemos aproximar-se com uma farta cabeleira, mas que quando passa, vemos que é completamente calva atrás. Só a conseguimos apanhar enquanto caminha em direção a nós. Depois de passar, não adianta tentar segurá-la.

A verdade é que a máquina que faz o tempo é continua e não recua.
São 15 mil milhôes de anos a fazer este nosso tempo.
É tempo suficiente para se entender que ocupamos um espaço minusculo no Universo sem qualquer relevo ou significado especial. Somos apenas viajantes acidentais sem história nem significado. Só conta o tempo presente. Só temos justificação se o soubermos utilizar. Apenas existimos numa minuscula fração de tempo.
Ousámos contudo criar deuses para justificar a espécie e a imortalidade, ao mesmo tempo que fomos desbravando o pequeno espaço em que habitamos.
Com o pouco tempo que até agora tivemos, desenvolvemos ideias, invenções, artes, tecnologias, e imagine-se, Humanidades.
Houve mesmo tempo para se proceder á invenção mais extraordinária que o homem alguma vez teve em mãos. A Democracia.
São cerca de 4 mil anos de desenvolvimento. Os Gregos antigos deram-lhe sem duvida a maior expressão.
Actualmente é o suporte de vida e o verdadeiro pulmão artificial da classe politica dominante, seja qual for a ideologia subjacente.
Foi-se mesmo muito longe no aprimorar do conceito.
Em povos de gente mais atrasada e retrógada a quem instalaram o sistema, possibilitou o nascimento da actual escumalha politica.
A eficácia do conceito é tal, que garante a esta gente apresentar-se perante a sociedade de fato e gravata, sempre com postura de gente séria, apontando a total legalidade dos seus actos, enchendo as contas bancárias com os subsidios e subornos obtidos, gerindo a máquina do estado como se fosse uma empresa sua, fazendo leis para terem sempre a tal legalidade que apregoam, compartindo entre si os recursos da Nação e acima de tudo clamando sempre por inocência e conseguindo mesmo absolvição, mesmo quando os factos são claros e evidentes.
Esta Democracia foi o berço desta escumalha e está a ser a cova de um Povo.
Este tempo no entanto ainda é o nosso. Mas....não é por muito tempo.
Assim e porque temos responsabilidades geracionais que nos obrigam, é tempo de acção contra este estado de sítio. A ninguém de boa fé pode ser permitido isentar-se do dever de intervir. E será exatamente o que deveremos fazer na defesa do tal conceito de Democracia.
Limpar o País desta canalhada é uma obrigação, pois caminhamos para um beco sem saída.
Por enquanto ainda não contestamos a boa fé de alguns dos actuais governantes. Mas já deu para perceber que não foram talhados para as exigências das tarefas.
Com efeito, não se tratam infeções com paninhos quentes. É preciso gente de coragem para fazer uma limpesa em profundidade.
Para isso, nós daremos a cara e o corpo para uma posição de força contra este estado de coisas.
A solução para o País está em muita gente que de boa fé esgrime argumentos e põe os dedos nas verdadeiras feridas do Regime. Basta esta gente. Por poucos que pensemos ser, estamos certos que seremos os suficientes.
Temos que criar instabilidades.
Os suportes do Regime estão praticamente esgotados.
Afinal de contas, trata-se apenas de uma questão de oportunidade e de tempo.

1 comentário:

Diogo disse...

Tem toda a razão. Não é necessária a acção de 10 milhões de portugueses cuja esmagadora maioria não percebe (nem tem capacidade para perceber) o embuste que a está a atirar para a miséria. Bastam poucos milhares de cidadãos bem informados e firmemente decididos.

E nada de batalhas campais com a polícia. A coisa pode começar com um infeliz acidente a um comentador da televisão, um assalto a um deputado que termina tragicamente, um raio que cai na cabeça de um secretário de estado…