segunda-feira, 5 de julho de 2010

Portugal Medieval

Nesta altura do ano multiplicam-se as feiras medievais por terras e castelos, outrora lugares vivos deste espaço temporal. Paga-se um bilhete, raramente barato, vestem-se roupas tradicionais de época (nas feiras mais à séria...) e pode-se circular por entre barracas de vendedores, assistir a espectáculos de saltimbancos ou até assistir ao cortejo do monarca, que por entre o povo passa. Actividade lúdica de Verão, especialmente indicada para crianças e bem mais realista do que um filme no cinema.

Mas é aí que começa o problema. Ao vaguearmos por entre este cenário, ao vestirmos a pele destes personagens fictícios, tornamo-nos um pouco neles. Apercebemo-nos das limitações da vida naquele período. Mas percemos, acima de tudo, que a felicidade estava mais disponível, que nos dias de hoje,... talvez...

Mais assustador é quando, depois de meia-hora nos começamos a sentir realmente cidadãos medievo-portugueses e nos apercebemos que o que nos separa desse tempo é apenas e tão só... tempo. Na realidade hoje estamos já a viver uma nova Idade Média. Em apenas um mandato de governo, o partido socialista, chefiado por José Sócrates, conseguiu projectar-nos para uma realidade espacio-temporal, à qual julgávamos nunca mais ser possível voltar.

Mário Soares lançou a primeira pedra do sonho europeu: uma comunidade para todos, a partilha dos males e das regalias da companhia dos aços, do pós-guerra de 1945. José Sócrates, coloca agora a lápide na campa social portuguesa, um rectângulo à beira mar plantado, onde o sonho, tão próximo de acontecer pelas excelentes condições geográficas, climatéricas e de riquezas naturais inexploradas dá lugar ao maior pesadelo da história lusa: a do fim de uma civilização, outrora evangelizadora, no sentido positivista, de ligar o mundo pela união dos povos.

Este "mercado" europeu, aberto pela banca europeia, fecha agora as suas portas pela mão invisível de obscuros interesses de outros continentes, que manipulam a economia mundial, puxando os fios das marionetas que colocaram previamente nos lugares políticos de liderança da maioria dos países do mundo. O secretismo deixou de ser necessário. Navega-se a céu aberto. A missão outrora secreta desenrola-se agora á luz do dia, ante a perplexidade daqueles que se consideram ainda "homens e mulheres livres"... Uma nova Idade das Trevas é anunciada todos os dias, às claras, nos noticiários televisivos e nas capas dos jornais.

A sociedade portuguesa mergulha agora no mesmo medievalismo vivido entre-muros destes cenários, destas feiras medievais, que se estão a confundir com a realidade, pois alguns dias nos separam entre pagar o bilhete para entrar, ou querer pagar bilhete para sair do pesadelo de já não conseguir distinguir a realidade virtual deste "mercado" europeu da feira de corrupção a céu-aberto que sufoca o ar que ainda respiramos, apesar de moribundos...

posto por Pedro Duarte

6 comentários:

JotaB disse...

Nasci numa terra que se orgulha de ser “CIDADE, VILA MEDIEVAL E CIDADE HISTÓRICA”!
Será, provavelmente a única TERRA deste país que ostenta estes três títulos.
Também é uma terra de quem o saudoso “Diário de Lisboa”disse que “não vale por aquilo que é mas por aquilo que foi”.
Falo de TRANCOSO, que visito frequentemente e que recomendo vivamente a todos aqueles que gostam deste nosso pobre país, mas ainda habitada, maioritariamente, por GENTE BOA.

Tal como a minha terra, os Portugueses e Portugal não valem por aquilo que são, mas por aquilo que foram ao longo da sua história.
Não será mau valermos por aquilo que fomos, mas será altura de também VALERMOS POR AQUILO QUE SOMOS.

JotaB disse...

ERRATA

O correcto é:

"CIDADE, VILA MEDIEVAL E ALDEIA HISTÓRICA"

JotaB disse...

Artigo semanal de Henrique Neto, no Jornal de Leiria da semana passada:

Crónicas sobre o futuro Se na
Ter razão antes de tempo

Estou habituado a ter
razão antes de tempo.
Durante os Governos
de António Guterres
e, em particular,
na moção Portugal Primeiro, critiquei
o modelo económico seguido
e defendi uma prioridade clara
ao sector produtivo – indústria,
agricultura e pescas - e dos bens
transaccionáveis, que é hoje o discurso
oficial de muita gente, porventura
devido à crise, ainda que
sem quaisquer consequências práticas.
Aqui no Distrito, fui o primeiro
e certamente o mais violento
contra a construção do estádio
em Leiria, decisão que é agora
geralmente considerada como
um erro histórico e de custos insustentáveis.
Sempre defendi o principio
do utilizador pagador nas
auto-estradas, tendo recebido no
PS criticas ferozes por isso, mas
agora o mesmo PS tenta fazer isso
mesmo, ainda que da maneira trapalhona
que temos visto.
Além disso, em muitas outras
coisas que tenho defendido ao longo
dos anos, será apenas uma questão
de tempo até ser completamente
visível a razão que me assiste.
Por exemplo: é através do ensino
pré-escolar que poderemos vencer
o ciclo vicioso da pobreza e
da ignorância, quando ainda a
semana passada o Professor Bruto
da Costa reivindicou a “implementação
de um sistema de ensino
ajustado às necessidades das
crianças pobres”, mas onde também
lamentou que “a pobreza
não seja um problema prioritário”,
nem para Portugal nem para
a Europa. Já hoje muita gente compreende
a importância estratégica
de um porto de “transhipment”
para contentores, cuja construção
defendo há uma dúzia de anos,
mas ainda estamos longe de ser
entendida toda a dimensão do problema.
Na questão da estratégia
nacional, nomeadamente na sua
formulação Euro Atlântica, que
apresentei pela primeira vez numa
comunicação ao 3º Congresso da
Sedes em 1998, apenas a AIP a
aceitou na sua Carta Magna, mas
estamos longe da sua compreensão
pelo poder político e pela comunicação
social. Sobre a necessidade
e a importância, para o nosso
processo de desenvolvimento,
de uma administração pública profissional
e não partidarizada, não
progredimos nada e o actual Governo
até colocou na lei a escolha
política para os altos cargos da
administração. Poderia apresentar
muitos outros exemplos, mas recordarei
apenas que o deputado Osvaldo
de Castro fez um ataque violento
à moção Portugal Primeiro,
considerando-a então “totalmente
errada”, sendo que hoje a justeza
da generalidade das propostas
ali contidas é uma evidência, que
nem o mais cego sectarismo consegue
desmentir.

(continua...)

JotaB disse...

(conclusão...)

A semana passada apresentei
uma comunicação ao I Congresso
Nacional de Segurança e Defesa,
com o título Forças Armadas de
um Novo Modelo, que foi recebida
com cepticismo e mesmo com alguma
animosidade pela maioria da
grande assistência ali presente. A
comunicação propôs uma evolução
no sentido da especialização
das Forças Armadas Portuguesas,
que, sem perderem o seu carácter
de forças armadas altamente disciplinadas
e com um elevado nível
de prontidão, possam evoluir para
missões de paz no espaço do Atlântico,
nomeadamente desastres naturais
e desastres provocados pelo
homem, combate à criminalidade
internacional e à droga, conflitos
de pequena dimensão ao serviço
da ONU, controlo da poluição marítima,
etc. Compreendi naturalmente
a já esperada reacção dos participantes
no Congresso, nomeadamente
dos muitos militares ali presentes,
mas não posso deixar de
lamentar que muitos não tenham
compreendido que se nada for feito
no sentido de inovar nos objectivos,
missões e material, o futuro
das nossas Forças Armadas será a
irrelevância, quer por razões financeiras
do Estado, quer pelo poder
dos grandes países na construção
das futuras Forças Armadas Europeias,
quer pela previsível incompetência
do poder político nacional.
Lamento que muitos militares
não compreendam ainda que a
actual indecisão europeia é uma
oportunidade para Portugal colocar
no terreno, ao caso no espaço
do Atlântico, corpos especializados
que correspondam às futuras
necessidades da Europa e que,
porventura mais importante, concitem
a admiração e a emoção positiva
dos portugueses. Em qualquer
caso já estou habituado, mas não
deixarei de chamar a atenção de
que no futuro apenas os povos que
anteciparem as mudanças e as transformações,
poderão progredir num
mundo crescentemente mais competente
e mais competitivo. _

HENRIQUE NETO
empresário
netohenrique8@gmail.com

Lusitano disse...

NO MEIO DO CAOS NASCE UMA FLOR!!!

É curioso quando todo o país desaba e se está transformar num enorme lameiro, ande toda a gente preocupada pelo facto do Ronaldo ter um filho, o ter encomendado, tê-lo comprado ou lá o que for, mas o que é que isso interessa no meio deste Caos todo???
Não percebo este interesse, mas quem é Ronaldo???
Será o Messias anunciado???
Será o homem que vai salvar Potugal???
Será por via dele, que todos os investidores vão reduzir os juros sobre o dinheiro que emprestam a este país de contos de fada???
Se não é, nem vai contribuir para que se resolvam os gravíssimos problemas que afligem Portugal, se calhar, o melhor era em vez de perder tempo com assuntos da treta, tentarmos arranjar uma solução para dar a volta ao problema, antes que o problema dê cabo definitivamente cá do quintal.
Não vejo aqui, ninguém preocupado com o sector que ainda vai aguentando aqui esta chusma de patetas alegres em que se converteram (foram convertidos), os portugueses, refiro-me naturalmente ao pequeno e médio comércio de rua, todos os dias fecham lojas, na ordem de alguns milhares por mês, estes estabelecimentos tem assegurado para além do ganha-pão, quer aos seus proprietários, quer aos seus empregados, quer ainda aos seus fornecedores, em geral pequenas empresas ou fabricantes, que de outro modo, sem esses clientes, terão inexoravelmente fechar portas.
Ora, para quem não sabe, esses comércios pagam em média, mais impotos por unidade de valor vendido do que os grandes grupos comerciais, para além disso, ainda mantém uma classe, que um dia destes, fica a chuchar no dedo, refiro-me, naturalmente, aos senhorios, com o fecho das lojas, mas não são só os seus proprietários que ficam a perder, o próprio Estado perde também uns milhões largos de Euros, pois, as arrendatários pagam directamente ao Estados 15% de IRS - agora apartir deste mês 16,5% - portas fechadas não pagam nada, mas tambéms as empresas de águas, electricidade, telefones, as próprias Câmaras Municipais, etc, ficam a perder com o fecho desses pequenos estabelecimentos.
Ora, nunca vi ninguém interessado em analisar estes problemas, o que me leva a pensar, que no meio disto tudo, o burro sou eu, pois farto-me de discursar para os peixes, fico com a impressão que os portugueses, pelo menos aqueles que vão lendo as "prosas" que vou escrevendo, se estão nas tintas para o assunto, possivelmente pensam que há-de haver um milagre e ir-se-á resolver tudo de um dia para o outro, mas não é verdade, e a salvação, se a houver, terá de partir dos próprios portugueses.
(continua)

Lusitano disse...

(conclusão)
Muitas vezes, ao ver as enormes filas de carros, que aparecem nos serviços informativos sobre o trânsito, nos telejornais da manhã, quer a caminho de Lisboa, quer do Porto, penso cá para comigo, mas afinal estou enganado, não é possível isto estar assim tão mal, se há tanta lata a rolar por essas estradas fora deve haver dinheiro, mas depois lembro-me; é Pá! mas tens a gaveta cheia de trabalhos que ninguém vai levantar, então espera aí, se calhar não há dinheiro para te pagar, porque as gasolineiras não fiam, e meus Caros Amigos, esta é que é a verdade. À boa maneira portuguesa , o que é preciso é fazer vista, depois, se se não paga a quem se deve, isso é outra coisa, que esperem...
Ainda há uns poucos meses, uma cliente, me contava que tinha uma loja de malas de mão, de viagem, cintos e outros materiais de marroquinaria, mas ia fechar, por um lado, as pessoas cada vez tem menos dinheiro e compram menos, por outro, começaram a pedir fiado e algumas depois não pagam, e por fim, as lojas orientais estavam a fazer-lhe uma concorrência com a qual não conseguia competir, pois os preços dos produtos vindos desses países são muito mais baixos, isto pode ser visto por milhares por esse país fora.
Ora, há por aí uns fulanos, que por terem nascido apenas com meia dúzia de neurónios e porque são invejososo ds seus próprios concidadãos, acham muito bem e entendem que vale tudo, claro, que essa gente ou são boys do sistema, ou vive de esquemas, ou de rendimentos sociais, pois, alguém com um minímo de inteligência, sabe que não temos condições para podermos abrir as portas de par em par, isso tem-nos acarretado um endividamento brutal, dívida essa que tem de ser paga nem que tenham de pôr os fundilhos a render, e toda essa indiferença me faz uma certa confusão, mas será, que o embrutecimento dos portugueses atingiu tal estado, que já não percebem que está em causa não só a sua sobrevivência como a dos seus descendentes???
Será que os bovinos dos portugueses não compreendem que ninguém lhes irá dar nada, que um dia passarão à condição de escravos e prostitutas???
Não entendem, que estes pseudo-governos, para se safarem e safarem os seus amigos, tem-nos empenhado até ao tutano, e vai haver uma altura em que já não vai haver nada para empenhar, e depois, como vai ser???
Realmente, das duas uma, ou eu estou a ficar doido, ou então, uma estranha doença se apossou dos portugueses, parece que andam na Lua, deve ter sido isso.
Não digam depois que não foram avisados, continuem a deixarem-se ser manipulados, continuem preocupados com os Ronaldos, que, quero ver, quando lhes aparecer o "Homem do Fraque" à porta de casa (digam que não devem nada, digam), depois quem se vai interessar por vós.
Olhem para a cotação que lá fora dão às nossas "melhores" empresas os bancos, e pela amostra podem deduzir o estado das restantes.
Será, que só nos resta fugir daqui para fora e entregar o barco aos estrangeiros, a resposta é vossa, se se quiserem dar ao incómodo, o que duvido!!!
Cumprimentos.

LUSITANO