quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Que diferença !

Mesmo sabendo que estamos a viver rodeados por um monte de imbecis, ainda somos por vezes surpreendidos.
Vamos por partes.
Primeiro, vamos àqueles que nos envergonham pela ausência de respeito e consideração por quem lhes paga e lhes permite todo o conjunto de atropelos e abusos sobre o património comum que vão desbaratando sem controlo nem responsabilidade.
De entre eles, um homem já do passado e "meio passado" ao que parece.
Chama-se Almeida Santos.
Embora com mais idade, está agora ao nível de um Pinho ou de um Lino e mesmo muito perto de um Soares. Faz parte dos seniladores da Republica.
Esta gente assumiu que o País é deles.
Perderam o respeito pelo povo.
Dizem os maiores disparates e continuam a sorrir de forma superior, como que a apreciar o dislate, seguindo de braço dado com outro qualquer imbecil que está sempre por perto.
O mundo deles é a posta restante de um País, só que as sobras somos nós.
São os defensores do "capanga mor", que na sua inconsciência assumida, lhes vai garantindo o estatuto e os proventos que ilegitimamente vão usufruindo, tal como aconteceu com a colocação de Pinho na Universidade de Colúmbia, a fim de garantir a j.socrates a possibilidade de um discurso, ainda por cima em mau Inglês.
Isso custou ao País quase 3 milhões de Euros. Uma afronta.
De facto ninguém acredita que Pinho tenha alguma coisa para ensinar numa Universidade dos E.U.A. Este homem é um básico e embora simplista e simpático é por isso utilizado quando dá jeito.
Ele aceita isso tudo. Talvez porque também é amigo do Sebastião, esse mesmo que esteve na Universidade do Obama e que por isso o pôs a "regular" aí qualquer coisa. E de facto o homem é tão bom que desde então os petróleos nunca mais foram os mesmos. Os mais de 40.000 mil Euros que custa ao erário publico todos os meses, são mais que merecidos.
Não há duvida que esta gente projecta de forma superior a imagem do nosso País.

Hoje no entanto queremos focar Almeida Santos.
Teve o descaramento de dizer que "o Povo tem que sofrer tal como o governo também sofre". Isto demonstra uma senilidade galopante ou então pior, considera que somos todos parvos.
Mas talvez possa mesmo nem ser uma coisa nem outra.
É que esta gente convenceu-se que pode impunemente manipular a informação ou mesmo utilizá-la de forma descuidada, desde que na sua "cabecita" isso sirva para justificar a manutenção do Sistema Politico que apenas lhes serve a eles.
Estes são aqueles que se servem da Pátria, sem responsabilidade nem respeito, ao considerarem que um governo que mente, esbanja o erário publico e não cumpre nenhuma das funções básicas do contrato de governação estabelecido, sofre!
Isto é uma afirmação afrontosa e que fere a sensibilidade de qualquer cidadão.
E dizem isto quando vemos os responsáveis políticos a comprarem novas viaturas, aumentarem as despesas de representação, admitirem mais assessores e acima de tudo vermos as chamadas derrapagens financeiras provenientes do aumento significativo dos valores contratualizados para as obras publicas, que evidenciam corrupção ou incúria.
Daí resulta, isso sim, mais sofrimento para o Povo.
Será possível internarem Almeida Santos ?

Vejamos agora o caso oposto.
Centro de Investigação Champalimaud.
Um projecto, um orçamento, uma realização.
Acordado o valor e assumido o prazo, a obra realizou-se.
Sem derrapagens, concluída em tempo e evidenciando um projecto cujas caracteristicas globais se afiguram de grande abrangência e superior interesse para o País.
Isto demonstra duas coisas.
Primeira, que é possível realizar grandes projectos, cumprindo prazos e mantendo custos se á frente dos mesmos estiverem pessoas capazes e responsáveis. Leonor Beleza demonstrou isso e envergonhou todos os políticos que têm passado pelo governo deste País.
Segundo, que temos que mudar o paradigma da função política.
As consequências gravosas que estamos a sentir, são resultantes da governação feita por gente incompetente e desresponsabilizada nas decisões que toma.
Se de facto sofressem as consequências, como seria aconselhável, este País seria outro.
Assim só sairemos da crise quando for possível pedir contas a quem nos governa.
Até lá, ainda iremos continuar a ouvir mais alguns almeidas.
Só que este País precisa é de uma grande varridela.

posto por Carlos Luis

6 comentários:

Fenix disse...

"Assim só sairemos da crise quando for possível pedir contas a quem nos governa.
Até lá, ainda iremos continuar a ouvir mais alguns almeidas.
Só que este País precisa é de uma grande varridela"

A Desobediência Civil não é um Direito (?)...

JotaB disse...

«O presidente do PS (almeida santos) considerou hoje que o esforço pedido pelo Executivo com novas medidas de austeridade “não são sacrifícios incomportáveis” e que “o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre”.
…“são medidas impopularíssimas”, mas que deverão chegar para “afastar o FMI”».
(Público, 06-06-2010)

Pois eu, chegados onde chegamos, desejo que o FMI, ou outra organização qualquer, estranha a Portugal, isenta, venha, quanto antes, pôr ordem na minha casa, na nossa casa, dado que nós não temos gente capaz de o fazer…

miguel disse...

Que bem escreve,caro Carlos Luis.
Mas neste caso eu tendo a solidarizar-me com Almeida Santos!
Se os portugueses tivessem direito a sofrer a crise como o seu causador,o governo,tornar-se-iam o povo com melhor qualidade de vida do mundo.
Todos andariam de Mercedes,teriam motorista,largos repastos em restaurantes de luxo,férias em resorts,comprariam casas para as suas mãezinhas através de offshores,aposentavam-se com meia dúzia de anos de serviço...
Oh,como seria bela a vida em Portugal...
Almeida Santos ao poder! Já!

Cumprimentos.

JotaB disse...

Crónica semanal de Henrique Neto, publicada no semanário Jornal de Leiria:

Crónicas sobre o futuro
Viva a República

Não quero deixar passar
o primeiro centenário
da República
sem uma palavra
de apreço e de admiração
pelos homens que antes do
dia 5 de Outubro de 1910 e no
período que se seguiu à implantação
da República, lutaram pela
liberdade e pela democratização
da Nação Portuguesa. Os dezasseis
anos que se seguiram ao 5 de
Outubro de 1910 não foram fáceis,
as fortes mudanças políticas havidas
nesse período e os enormes
constrangimentos existentes ao
tempo na sociedade portuguesa,
não facilitaram a tarefa. Todavia,
muitos desses republicanos deixaram
uma marca de honradez e
de patriotismo que pode hoje ser
considerada exemplar e que podemos
evocar com orgulho Apesar
dos adversários da República e do
regime democrático, em particular
depois de 1926, sempre terem
procurado minimizar os avanços
democráticos obtidos nesses anos,
o certo é que o regime Republicano
e a democracia lhes devem
o início de um processo de democratização
que culminou em 25
de Abril de 1974, após o interregno
salazarista.
Como sempre acontece em tempos
de grande convulsão social,
os primeiros dirigentes republicanos
eram pessoas de grande qualidade,
verdadeiros homens de
Estado que serviram com coragem
Portugal e os portugueses. As
divisões e os excessos que se seguiram,
muito exagerados pelos adversários
da jovem democracia, foram
o resultado da reacção monárquica
e conservadora, tanto quanto
provocados pela inexperiência
democrática de um povo ainda
muito marcado pela baixa escolaridade
e pela ignorância política
e cívica. O que não impediu
avanços civilizacionais obtidos
durante a Primeira República no
campo da educação, da justiça,
dos direitos humanos, da economia
e em todos os domínios que
dependiam da intervenção do Estado
Republicano.
Infelizmente, tal como acontece
hoje, os partidos políticos
da época não estiveram à altura
dos grandes ideais republicanos
e democráticos e rapidamente
se tornaram em centros
de defesa de interesses espúrios
e, tal como hoje, colocaram frequentemente
o interesse partidário
e de pequenos grupos acima
do interesse nacional e dos
interesses da generalidade dos
portugueses. Ressalvadas as naturais
diferenças de época, as semelhanças
nos comportamentos
dos partidos políticos entre os
dois períodos da nossa história
recente, são por demais evidentes.
Tal como hoje, os partidos
políticos da Primeira República
foram assaltados por oportunistas
e por videirinhos ambiciosos
e sem escrúpulos, que
pouco a pouco foram expulsando
da vida política activa os
homens honrados que iniciaram
o movimento republicano. Tal
como hoje, surgiram no interior
dos partidos políticos verdadeiras
máfias organizadas para a
mentira e para o descrédito da
democracia. Tal como hoje, os
dirigentes partidários foram pouco
a pouco perdendo qualidade
e a República e a democracia
ressentiram-se disso, o que facilitou,
se é que não incentivou,
a chegada de Salazar ao poder.

(continua...)

JotaB disse...

Podemos hoje com toda a razão
recear que a história se repita. Por
exemplo, a semana passada José
Sócrates utilizou a mais desavergonhada
demagogia e mentira
para anunciar um novo pacote de
medidas draconianas destinadas,
segundo ele, a equilibrar as finanças
públicas. O cidadão ouve e
pasma perante tanta inversão de
factos e de valores. Aqueles que
há anos previram a crise da nossa
economia e reivindicaram medidas
correctivas que nunca foram
levadas a sério pelo poder politico,
passaram à velha e sempre
evocada categoria dos pessimistas
e de adversários do consenso;
os que ainda hoje alertam para a
injustiça relativa das medidas que
privilegiam o Estado gastador e
corrupto à custa da generalidade
dos portugueses, são acusados de
não conhecerem as dificuldades
da governação. No final da arenga,
restou o acerto do primeiro
ministro em assumir as medidas
difíceis, o que, segundo parece, lhe
retirou o sono. Seguiram-se-lhe
os trombeteiros do costume, como
Francisco Assis e João Soares, para
confirmar a grande coragem do
primeiro ministro e, finalmente,
caiu o pano sobre os comediantes.
Não sem que o inefável Almeida
Santos tenha acrescentado com
o seu habitual despudor: “ O povo
tem que sofrer as crises como o
Governo as sofre”. Não teve a lata
de acrescentar que ele também
sofre a crise. São coisas como estas
que, felizmente, os homens honrados
da Primeira República nunca
fizeram, ou disseram.

HENRIQUE NETO
empresário
netohenrique8@gmail.com

Diogo disse...

A varridela podia ser à bala…