segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Falta de visão

Continuamos a não considerar o essencial do problema em que estamos envolvidos.
O País não irá ter solução minimamente digna se se mantiver no poder a actual classe politica.
Todos o sentem, muitos já o dizem e alguns já o pensam mas não dizem.
É aflitivo continuarmos a assistir a um projeto politico que assenta num conjunto de medidas e decisões que contrariam o racional, o lógico, o percetivel, o esperável.
Entretanto tudo se vai passando com a complacência ou o conluio dos poderes mediáticos instalados.
Dá-se voz, de vez em quando, a um Medina Carreira, a um Paulo Morais ou a um Tiago Guerreiro, nos canais de menor audiência. 
Continua-se assim a defender que o pluralismo e a liberdade de expressão é uma conquista desta "democracia". O curioso é que já na antiga ditadura também tínhamos uma ala liberal que deve equivaler em termos de exposição publica à actual ala contestatária.
Estamos a ser enganados e não conseguimos sair deste tremendo embuste enquanto não conseguirmos limpar este País.
Vejamos o comentário saído no jornal Sol e inserido certamente por um "homem do Norte":
'Caralhhoo temos um povo que santo deus ...contra aquilo que devia protestar não protesta, protesta sim contra aquilo que não deve, como por exemplo criticam a troika, dizem não pagamos e outras asneiras.
ABRAM OS OLHOS PORRAAAAAA PROTESTEM CONTRA OS CHULOS DOS DEPUTADOS QUE TÊM UMA EMENTA DIGNA DE MARAJÀS EM QUE EXIGEM 12 MARCAS DE VINHO TINTO ALENTEJANO 12 MARCAS DE VINHO DO DOURO e 12 MARCAS DE VINHO VERDE, A CARNE DE PORCO TEM QUE SER DE PORCO PRETO MANTIDO A BOLOTAS, tudo isto desde a entrada de queijos e sobremesa ,tudo por apenas 10 euros.
APETECE-me dizer; abram os olhos otários é por isso que temos impostos injustos para manter estes CHULOS DO CDS AO BE PASSANDO POR PCP,PS e PSD.
SABIAM QUE OS SR DEPUTADOS CHULOS SE AUTO AUMENTARAM EM 80 EUROS???
POIS A GRANDE MAIORIA NÂO SABE !!!
JÀ VIRAM OS CHULOS ALDRABOES DO PCP E DO BE PROTESTAR CONTRA ISSO ,não viram ? nem eu ,mas só vejo manifes estupidas contra empresarios, troka, pagamento das dividas e o raio que os parta, enquanto os chulos do pcp e de BE os incitam contra as medidas necessarias enquanto isto com a populaça distraida vão nos CHULANDO IMPUNEMENTE e o povo Nescio todo contente a fazer greves e a dizer besteira como NÂO PAGAMOS , se calhar querem comer MERDHA, povinho burro que só tem o que merece e continua a dar ouvido a embusteiros CHULOS que os exploram ate ao tutano mas dizem ser pelo povo, como os vigaristas CHULOS da DITA ESQUERDA.
SABIAM QUE OS 80 EUROS DE AUMENTO para os chulos dos deputados FORAM VOTADOS POR UNANIMIDADE ???? APRENDAM ÓTARIOS! Já nem falo nas outras mordomias obcenas!!!!

Depois disto leia-se o artigo de Pedro Marques Lopes
«Os deputados aprovaram o Orçamento do Estado para 2013. Aprovaram uma lei sem o mínimo de racionalidade económica, sem a mais remota possibilidade de atingir os objectivos a que se propõe e com evidentes desconformidades constitucionais. Aprovaram a obra dum pequeno grupo de aprendizes de feiticeiro que pensam que o truque é só fazer desaparecer o coelho sem que seja preciso fazer nada para que ele volte a aparecer. O problema é que aqui não há coelhos, mas sim pessoas.

Os deputados são assim responsáveis pela aprovação dum documento que, a ser implementado, arrasará o tecido económico do País, destruirá centenas de milhares de postos de trabalho sem que construa um que seja, conduzirá à fuga em massa de jovens portugueses para o estrangeiro, agravará enormemente o nosso problema de desigualdade, provocará o de-saparecimento da classe média e fará com que as instituições, entre outras os tribunais e repartições de finanças, deixem de funcionar regularmente.
Sim, nessa altura vai ser precisa uma refundação. Não uma refundação do acordo com a troika, não uma refundação das funções do Estado, não uma refundação constitucional, mas muito provavelmente uma refundação do próprio país. Não restarão senão escombros dum trabalho de quarenta anos de democracia. É bem verdade, o que se fez em Portugal desde o derrube da ditadura não foi brilhante, longe disso. Podia ter-se feito muito melhor, sem dúvida. Mas não ver os enormes avanços, esquecer as mudanças fundamentais, negar que nunca como nestas quase quatro décadas se fez tanto por tantos é cegueira. É crime. E aquilo a que estamos a assistir é a um plano para arrasar todo o trabalho desses anos.
Claro que seria preciso, seria importante, repensar as funções do Estado. Mas como será possível ter esse debate alcançar consensos, pensar soluções, numa altura em as pessoas vão estar nas ruas a gritar que têm fome, que não têm emprego, que os seus filhos emigraram? Sejamos honestos: a refundação é uma conversa oca. É uma conversa de quem já percebeu que a receita em que tanto acreditou falhou, que cada vez que se percebia que a coisa não estava a resultar achava que era melhor aumentar a dose. De quem está desesperado sem nada para nos dizer ou propor. Como será possível gente que todos os minutos prova não ser capaz de governar um país refundar o que quer que seja? Como querem que acreditemos que pessoas que não são capazes de explicar aos nossos credores que um país destruído não pode gerar receitas para pagar dívidas sejam capazes de fundar o que quer que seja ?
Esta é a parte que diz respeito ao Governo. Mas voltemos aos deputados, aos homens e mulheres que aprovaram esse crime lesa-pátria chamado Orçamento para 2013. Alguns, contra todas as evidências, pensarão que este é um bom orçamento. São os únicos que, apesar de estarem a contribuir para todas as desgraças que se avizinham, merecem respeito. Não se refugiam hipocritamente, como alguns, por detrás do inqualificável argumento de que ter um orçamento é melhor do que não ter nenhum. Ou, outros, que dizem até lhes custa muito aprovar mas não há alternativa. Como se a morte certa fosse alternativa, como se a loucura fosse um caminho. Também não nos tentam enganar sempre a falar do passado, como se erros passados justificassem crimes presentes. Acreditam no que estão a fazer mas tentam proteger-se do que possa vir a acontecer. Enganam-se. Desta vez os portugueses não se esquecerão: a devastação social, económica e política será tão imensa que não irá existir português que não lembrará quem foram os representantes do povo que autorizaram o que vamos viver.
Os deputados a quem não podemos mesmo perdoar são os que sabem exactamente o que estão a fazer. Sabem que este orçamento vai destruir o País e sabem as consequências dos seus actos. Que dirão quando as suas convicções se materializarem, ou seja, quando o caos se instalar? Sorrirão e dirão para os seus amigos que já sabiam?
É verdade, o nosso sistema parlamentar, o nosso sistema eleitoral, não está baseado na liberdade de voto dos deputados. Mas há uma liberdade que todos temos: é a de dizer que não. E nunca foi tão importante dizer que não. Talvez arriscando a carreira, talvez correndo riscos pessoais. Mas um homem ou mulher que não está disposto a correr esses riscos, um homem ou mulher que não está disposto a sacrificar-se em função da sua consciência e do mandato que o povo lhe deu, não serve para político, não serve para representante do povo.
Estes traíram o seu mandato. Pior, traíram-se a si próprios. E logo quando mais precisávamos deles.»   

10 comentários:

Anónimo disse...

Nada impede um deputado de votar desalinhado com o partido a que pertence.Não há impedimento legal.
Todos sabemos porque não fazem.
Sabemos o que os move a entrar nas listas eleitorais.
Enquanto todos fecharem os olhos ao calibre desta gente que elegem sistemáticamente,não há manif nem protesto que nos valha.

menvp disse...

Os gastos dos deputados são uma 'GOTA DE ÁGUA'... quando comparado com a roubalheira que os banqueiros fazem aos contribuintes.
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Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 19/6/2012
"Com estas artimanhas (...) os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."

JotaB disse...

A atitude de Seguro, ao assobiar para o lado, fingindo que nada tem a ver com o que está a acontecer, personifica bem a estirpe destes figurões da política.
Nada de bom poderemos esperar denta gentalha, independentemente dos partidos em que se acoitam.

Qualquer cidadão, minimamente informado, sabe muito bem onde se deverá reduzir na despesa:
- Extinção dos inúmeros organismos, em duplicado ou triplicado, só para aparcamento do pessoal dos partidos.
- Abolição definitiva dos distritos como unidade administrativa, com o desaparecimento de inúmeras delegações distritais dos mais variados ministérios.
- Acabar com mais de metade das câmaras e respectivas cortes municipais.
- Acabar com todas as fundações públicas e subsídios e isenções às privadas.
- Acabar com a maioria dos institutos, observatórios, direcções-gerais e regionais, etc., etc.
- Acabar com os ministros da república para as regiões autónomas.
- Renegociar as PPPs.
- Reduzir o número de deputados para o mínimo previsto na Constituição.
- Acabar com as viaturas e outras mordomias dos políticos e gestores públicos.
- Acabar com as reformas e prémios obscenos.
- Acabar com os paraísos fiscais.
- Acabar com as isenções fiscais a entidades privadas.
- Recuperar o roubo do BPN e prender os culpados.
- Etc., etc., etc..

O político/governante que tivesse a coragem de tomar estas medidas e de promover o crescimento da economia e do emprego, teria o apoio de todos os Portugueses.
Só que não se vislumbra ninguém capaz de o fazer e os cidadãos não têm meios para alterar este estado de coisas.

Diogo disse...

«Não restarão senão escombros dum trabalho de quarenta anos de democracia. É bem verdade, o que se fez em Portugal desde o derrube da ditadura não foi brilhante, longe disso. Podia ter-se feito muito melhor, sem dúvida. Mas não ver os enormes avanços, esquecer as mudanças fundamentais, negar que nunca como nestas quase quatro décadas se fez tanto por tantos é cegueira. É crime. E aquilo a que estamos a assistir é a um plano para arrasar todo o trabalho desses anos.»

Não foi feito grande coisa. Até 1974 estivemos acorrentados a um sacristão pobrete mas alegrete no Poder e a uma guerra colonial impossível de ganhar (porque contra guerrilhas pagas por grandes empresas) e que comia metade do PIB. Afastados esses dois pedregulhos, a tecnologia trouxe-nos rapidamente para a Europa.

Em relação ao holocausto social e económico a que a Banca nos está a conduzir através dos seus esbirros, só vejo uma solução – a revolta violenta. Mas que não sejam massas populares à pancada com polícias ou militares. Vivemos num mundo de redes sociais, em que podemos falar todos com todos.

O Poder da Banca só se aguenta com lacaios na sua base - no Governo, na Assembleia da República, nos Media, etc. Assim sendo, a população, com a facilidade das redes sociais, deve criar milhares de micro-grupos que terão por objetivo limpar o sebo a cada um destes lacaios.

Não tenho dúvidas de que o desaparecimento planeado destes serviçais (e que o medo não tornará fácil substituir), fará desabar a meia-dúzia que detém o poder. Este movimento poderá aparecer em qualquer lado da Europa e facilmente se estenderá a todo o continente e a todo o mundo.

O segredo é este: hoje todos podemos falar directamente uns com os outros e saber quem são os lacaios do Poder bancário – e eliminá-los

Anónimo disse...

O grande problema é que quando alguém decidir agir, já vai ser tarde...

menvp disse...

«...Em relação ao holocausto social e económico a que a Banca nos está a conduzir através dos seus esbirros...»
.
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-> É uma triste realidade!
.
---> Uma revolução à Islândia... permitirá ao CONTRUBUINTE defender-se dos banksters.

JotaB disse...

Permitam-me que “traga” aqui o que li e ouvi hoje sobre e de Isabel Jonet:


- Pacote de austeridade é um «mal menor», defende Isabel Jonet
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2771227&tag=Governo

- O inacreditável discurso de Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome
http://www.youtube.com/watch?v=8JeUnsnvJuA

- MUNDO DE JONET
http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.pt/2012/11/mundo-de-jonet.html

Anónimo disse...

Concordo absolutamente com o que Diogo escreve, e há anos que o tento fazer, mas os resultados são mínimos pois a maior parte das pessoas cómodamente acham que nada podem fazer e preferem nem se meter, se possível colaboram para também ganharem um pouco. Ainda não acordaram... Os colegas e os chefes incomodam-se com quem tenta defender o que é de todos, invariávelmente colaboram é na possível destruição e ou afastamento de pessoas assim. Um dos maiores flagelos foi a fabricação no nosso recente ensino de soldadinhos de chumbo sem cultura e sem carácter, mas obedientes e medrosos, o que facilita a vida aos mafiosos, pois já nem têm de corromper ninguém.

João Santos disse...

Jamais desejaria o regresso ao tempo em que servi o Exército Português nos anos de 1967 a 1970,visto não ter boas recordações,principalmente as de ter assistido ao embarque para as ex-colónias de alguns colegas e familiares que íam defender os interesses desta corja de corruptos que governaram e continuam,pelos vistos sem o mínimo interesse de abandonarem o barco ateimando cada vez mais,em colocar o País de rastos até chegar ao que resta do estouro final,está mesmo a chegar ao fim.Trabalhei uma vida como tantos outros no Duro,e hoje na situação de mal reformado,sinto-me espoliado por esta cambada de crápulas e corruptos,piores do que aqueles que me enviaram para o cumprimento do serviço Militar. Está na hora do Povo tomar medidas que tendam acabar com esta miséria de governação que teve um mau princípio,apartir do momento em que começaram a vender o nosso querido PORTUGAL. Para quando um novo 25 de Abril???

João Santos disse...
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