domingo, 10 de abril de 2011

Banco Central Europeu

Imagine que isto é exactamente assim !!
A quem pertence o Banco Central Europeu?

Vamos perceber PORQUE O BCE EMPRESTA O DINHEIRO A 1% AOS BANCOS PARA ESTES EMPRESTAREM AO NOSSO PAÍS A 8%.
O Banco Central Europeu, ou BCE, pouco ou nada tem a ver com a União Europeia.
Ao juntar os termos "Central" e "Europeu", a ideia era transmitir a sensação de que este fosse o Banco da União. E a ideia passou, pois confundem-se as duas coisas. Mas a verdade é bem diferente. Se existirem dúvidas acerca da total independência do BCE, é bom ler o Artigo 130 (ex-artigo 108 do TCE): "No exercício dos poderes e no cumprimento das tarefas e deveres que lhes são conferidos pelos Tratados e pelos Estatutos do SEBC e do BCE, nem o Banco Central Europeu, nem os bancos centrais nacionais, nem qualquer membro dos respectivos órgãos de decisão podem solicitar ou receber instruções das instituições, órgãos ou agências da União, dos governos dos Estados-Membros ou de qualquer outra entidade. Instituições, órgãos e agências da União e os governos dos Estados-membros se comprometem a respeitar este princípio e a não tentar influenciar os órgãos de decisão do Banco Central Europeu ou dos bancos centrais nacionais no exercício das suas funções". No documento de 18 de Dezembro de 2003, "Das percentagens detidas pelos bancos centrais europeus no esquema de subscrição dos capitais do Banco Central Europeu", assinado pelo Presidente Jean-Claude Trichet e publicado na Gazeta Oficial da União Europeia (15.1.2004 L 9/28), é possível observar a quem pertence, de facto, o mesmo BCE.
Eis as percentagens detidas pelas várias instituições financeiras: Nationale Bank van België/Banque Nationale de Belgique 2,8297 % Danmarks Nationalbank 1,7216 % Deutsche Bundesbank 23,4040 % Bank of Greece 2,1614 % Banco de España 8,7801 % Banque de France 16,5175 % Central Bank and Financial Services Authority of Ireland 1,0254 % Banca d'Italia 14,5726 % Banque centrale du Luxembourg 0,1708 % De Nederlandsche Bank 4,4323 % Oesterreichische Nationalbank 2,3019 % Banco de Portugal 2,0129 % Suomen Pankki 1,4298 % Sveriges Riksbank 2,6636 % Bank of England 15,9764 %.
Duas coisas bastantes interessantes: a presença da Bank of England, isso é, do banco central dum País que ainda não adoptou o Euro como moeda oficial, e o facto do documento falar de forma explicita de senhoriagem: O mesmo princípio aplica-se à repartição dos proveitos monetários dos BCN [bancos centrais nacionais, NDT] em conformidade com o artigo 32.1 do Estatuto, à distribuição da receita de senhoriagem, à remuneração dos créditos dos BCN iguais aos activos de reserva transferidos para o BCE [...] Um assunto particularmente complexo este último, mas que cedo ou tarde terá de ser enfrentado dada a sua importância.

A quem pertencem os bancos nacionais?
Estabelecido o facto da BCE pertencer aos vários bancos centrais, a próxima pergunta que segue é: a quem pertencem os bancos centrais dos vários Países? Também neste caso a resposta pode parecer óbvia: tal como o Banco Central Europeu deveria pertencer à União Europeia, assim os bancos centrais nacionais deveriam pertencer aos vários Estados nacionais. Deveriam, mas não é. Descobrir os verdadeiros donos é muito difícil: os bancos centrais não gostam de divulgar este tipo de noticia. Mas temos sorte.
O banco central italiano, a Banca d'Italia, publica na internet a lista das instituições que detêm as quotas de participação e que têm direito de voto. Eis alguns exemplos: Intesa Sanpaolo S.p.A. 91.035/50 UniCredit S.p.A. 66.342/50 Assicurazioni Generali S.p.A. 19.000/42 Cassa di Risparmio in Bologna S.p.A. 18.602/41 INPS 15.000/34 Banca Carige S.p.A. - Cassa di Risparmio di Genova e Imperia 11.869/27 Banca Nazionale del Lavoro S.p.A. 8.500/21 Banca Monte dei Paschi di Siena S.p.A. 7.500/19 Cassa di Risparmio di Biella e Vercelli S.p.A. 6.300/16 Cassa di Risparmio di Parma e Piacenza S.p.A. 6.094/16 Cassa di Risparmio di Firenze S.p.A. 5.656/15 Fondiaria - SAI S.p.A. 4.000/12 Allianz Società per Azioni 4.000/12 ......etc, etc. Total quotas: 300.000 Total votos: 539
No meio desta floresta de bancos privados é possível encontrar duas participações do Estado Italiano: INPS, com 15.000 quotas e 34 votos, e INAIL, 2.000 quotas e 8 votos. Assim, no total. o Estado é representado no Banco Central Italiano com 42 votos, menos de 10%.
Para perceber a importância destes factos, é possível observar a "evolução" das antigas moedas italianas, hoje substituídas pelo Euro. Neste caso a comparação é entre uma nota de 500 Lire (1974 - 1979) e uma de 1.000 Lire (1990 - 1998): No primeiro caso, 500 Lire, temos uma nota do Estado Italiano. No segundo caso, uma nota dum banco privado.
É exactamente o que se passa com as notas dos Euros: se o Euro for da União Europeia, não seria lógico encontrar a escrita "UE"?. Mas em lado nenhum podem encontrar "União Europeia", apenas "BCE". Uma ligeira diferença...

A quem pertencem os bancos privados? (o caos intencional). Este esquema repete-se na maioria dos bancos centrais nacionais que, de facto, são privados. Mas a quem pertencem os bancos privados? Aqui entramos no sancta sanctorum, uma espécie de caixa de Pandora na qual é difícil penetrar. Os bancos não pertencem a uma pessoa mas a conjuntos de accionistas que, por sua vez, pertencem a outros accionistas.
O Banco Unicredit, por exemplo, conta entre os próprios accionistas um banco líbio, o grupo Allianz (Alemanha), um banco inglès com um cadastro assustador (Barclays: ajuda ao governo do Zimbabwe, acusações de reciclagem de dinheiro, envolvimento no comércio de armas...), uma sociedade americana (BlackRock) com participação inglesa (Merlin Entertainments), a Autoridade de Investimentos da Líbia.
O Monte dei Paschi di Siena conta com a participação do grupo francês Axa e da JP Morgan (!!!).
Concluindo: o BCE é privado Uma super-Matryoshka que constitui a melhor forma de protecção: uma maneira para afastar os curiosos e para tornar o esquema incompreensível, pois tudo se perde num jogo de percentagens de empresas espalhadas pelo globo. O que pode ser afirmado com certeza, é que os bancos centrais nacionais não pertencem aos Estados (há muitas poucas excepções neste sentido) mas aos privados.
Agora, se o BCE é independente da União Europeia e de propriedade dos bancos nacionais, que são privados, o mesmo BCE não passa dum banco privado.
RESUMINDO: a economia da União Europeia está nas mãos dos interesses privados, o que não é uma novidade: também a Federal Reserve é um banco privado...
Assim talvez se compreenda melhor porque é que os bancos acedem ao crédito do BCE á taxa de 1% e o emprestem ao País a 8%.
Está esclarecido, ou acha que não é bem assim?
Desconhecemos o autor desta interessante análise

4 comentários:

Diogo disse...

Muito bom post!

JotaB disse...

Excelente artigo.
Dá para perceber ao serviço de quem estão os políticos e as políticas, por eles promovidas.

Link para vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=QiY8QB1fNAY

JotaB disse...

Carta de um cliente ao seu banco


*(Esta carta foi direccionada ao banco BES. Porém, poderia ser direccionada a todas as instituições financeiras.)*

Exmos. Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/ Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria desta forma: os senhores e todos os usuários pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.
Que tal?
Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além disso impõe-me uma taxa de acesso ao pão, outra taxa por guardar pão quente e ainda uma taxa de abertura da padaria. Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação, com que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.
Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão. Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.
Para ter acesso ao produto do v/ negócio, os senhores cobram-me uma taxa de abertura de crédito -equivalente àquela hipotética taxa de acesso ao pão, que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.
Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/ Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma taxa de abertura de conta.
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa taxa de abertura de conta se assemelharia a uma taxa de abertura de padaria, pois só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.

(continua...)

JotaB disse...

(...continuação)

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como “Papagaios”. Para gerir o “papagaio”, alguns gerentes sem escrúpulos cobravam “por fora”, o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de “por fora” temos muitos “por dentro”.
Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês – os senhores cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR para manutenção da conta - semelhante àquela taxa de existência da padaria na esquina da rua.
A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo.
Semelhante àquela taxa por guardar o pão quente.

Mas os senhores são insaciáveis.
A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.
Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de v/ Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?!
Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/ responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc. e que, apesar de lamentarem muito e de nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/ negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.

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(não identificado)