quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um País que tresanda a pivete

Este artigo merece ser aqui reproduzido.
Até porque fala de Alexandre O'Neill, Eça de Queiroz e até de George Orwel. As mentes mais exigentes do ponto de vista intelectual, ficarão satisfeitas após a sua leitura.
O titulo não é bonito mas é este;
Esta “piolheira” de nome Portugal
Eça dizia que Portugal era “um sítio” ligeiramente diferente da Lapónia, que nem sítio era.
O rei D. Carlos achava Portugal “uma piolheira”, “um país de bananas governado por sacanas"
 Alexandre O’Neill referia-se-lhe como “três sílabas de plástico, que era mais barato”, “um país engravatado todo o ano / e a assoar-se na gravata por engano.”
Um sítio, uma piolheira, três sílabas de plástico – a síntese perfeita do esplendor da pátria.
“No sumapau seboso da terceira / contigo viajei, ó país por lavar / aturei-te o arroto, o pivete, a coceira / a conversa pancrácia e o jeito alvar” (O’Neill).
Arroto, pivete, coceira, conversa pancrácia, jeito alvar. Assim continua a ser Portugal.
Um país de juízes confessadamente incompetentes. Exemplos?
O processo dos CTT que envolve o ex-presidente Carlos Horta e Costa – um juiz de Lisboa declarou-se incompetente para o julgar e remeteu-o para Coimbra onde uma juíza se declarou igualmente incompetente!
O processo TagusPark, nascido de uma certidão extraída do Face Oculta – um juiz da 8ª Vara Criminal de Lisboa declarou-se incompetente e vai mandar o processo para Aveiro onde, é suposto, se revele publicamente a auto-incompetência de qualquer outro “meritíssimo”, passe a ironia que o adjectivo explicita.
Ainda em Lisboa, dois juízes de diferentes varas declararam-se incompetentes para apreciar o processo contra três administradores da empresa gestora dos bairros sociais, a Gebalis! O julgamento do processo-crime do BCP foi adiado sine die, provavelmente à espera de um juiz que, finalmente, se possa considerar competente. Que fazem nos tribunais juízes que confessam a sua própria incompetência? Afinal de contas, uma parte dos nossos “meritíssimos” apenas se revela em toda a sua competência nos julgamentos de “pilha-galinhas” ou quando apanha um desgraçado que, famélico, tropece num pacote de bolachas que lhe cai inadvertidamente no bolso num supermercado qualquer! Pena pesada no lombo do “criminoso”, exemplo que fica como uma espécie de compensação para a incompetência declarada em julgamentos de processos de crime económico! E não há remédio senão suportar este “pivete”, este “arroto” permanente de uma justiça ao nível desta “piolheira” lusíada. Desta “piolheira” lusíada governada por “sacanas” a praticar uma política demencial.
O Gasparinho das finanças, por exemplo, que afirma numa entrevista ao Expresso: “Não sou nem nunca fui um banqueiro central. Caracterizar-me-ia como um bancário central”!! Esta espécie de “mr. Bean” do governo parece-me um alter-ego de Armando Vara, com um percurso político a evoluir de uma forma similar à do génio socialista que, como é sabido, começou como bancário, ao balcão de uma agência da CGD, e acabou a banqueiro, no Conselho de Administração.
O Gasparinho ainda vai na fase do bancário. Não tardará muito (basta-lhe sair do governo, como é costume) e chegará a banqueiro. E pode até acabar mesmo a trocar robalos por alheiras!
E o Álvaro da Economia? Que “passou a vida” entre cangurus no Canadá e que deve ter sido convencido, provavelmente pela economia de um deles, que, aumentando as horas de trabalho para os trabalhadores no activo, conseguiria reduzir o desemprego! Permitam-me que exprima aqui sérias reservas a propósito da sanidade mental do… canguru inspirador.
E Passos Coelho? O que terá levado um ex-jotinha sem currículo, sem cultura, sem uma só ideia para o país, sem uma única solução para nos tirar da crise, a desejar ser primeiro-ministro?
A resposta só pode ser uma – os seus “quinze minutinhos” de fama. Ao nível de um qualquer candidato a “estripador de Lisboa” ou a entrar na “Casa dos Segredos”, muito provavelmente a única “vacaria” do país onde se “ordenham bois”. Que me desculpem a grosseria imagística que me ocorreu tão só porque li que uma das concorrentes masturbara um daqueles grunhos enquanto os outros foçavam, grunhindo sobre os pratos!
É este o “país por lavar” a exalar um “pivete” que tresanda e que pode levar a um desejo incontido de fugir desta atmosfera fétida, deste “sítio” miserável, sem esperança e sem futuro. Mas jamais as palavras criminosas de Passos Coelho incitando a uma emigração forçada, que apenas comprovam o seu raquitismo mental. Enfim um “país” indigente, dirigido por uma “colecção grotesca de bestas”, para utilizar uma feliz síntese queirosiana. “E, de repente, ninguém resmungou com a sua ração. As quezílias e a inveja, que eram coisas normais do passado, quase que desapareceram”, escreveu George Orwell no “Triunfo dos Porcos”, ironizando sobre a passividade humana. Esta “glorificação da inércia” que nos anestesia a todos e que leva os portugueses a aceitarem passiva e reverentemente a “ração” que lhes dão por esmola, esquecendo aquelas que criminosamente lhes tiram. E que escrevem mensagens de Natal como esta: “Nestes tempos difíceis que atravessamos, como se fossem rios medonhos e perigosos de tão revoltos, a solidariedade deve ser vista como a mãe de todos os portugueses.” Que merda de gente! Que filho da puta de país!
Luís Manuel Cunha in Jornal de Barcelos de 28 de Dezembro de 2011.

Petição para julgar o CANALHA-MOR, já ultrapassou as 30.000 assinaturas!!!!
Por favor, divulgue.
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N9288

7 comentários:

pvnam disse...

-> Tal como é dito 'aqui' no blog Força Emergente: «Ás vezes apetece-nos gritar ! ACORDEM SEUS IMBECIS».

-> Explicando melhor: não há tempo a perder com lastimações sobre sócretinos e afins... há, isso sim, é que LUTAR PELA SOBREVIVÊNCIA!

Resumindo e concluindo: Não vamos ser uns 'parvinhos-à-Sérvia'.... antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para se envolver num projecto de luta pela sobrevivência... e SEPARATISMO!...

JotaB disse...

Como disse o “DIOGO”, os verdadeiros culpados do estado a que o país chegou são os políticos, os jornalistas e os magistrados.
Enquanto não nos virmos livres dessa gentinha, dificilmente conseguiremos mudar o que quer que seja!

Vejamos as afirmações do Otelo, perfeitamente inócuas e que qualquer cidadão proferiria, usando palavras bem mais violentas e a conotação negativa dada pela comunicação social e a reacção tacanha do ministério público…

De facto, Portugal não passa dum sítio muito mal frequentado, em que o ar se está a tornar irrespirável…

A. Ramos disse...

Não sei bem se o post está a falar do conceito de competência do juiz ou do conceito de competência do tribunal. Confesso que estou baralhado. No caso da competência dos tribunais tem a ver com o facto de o caso poder ser julgado nele ou noutro tribunal. Pode ser apenas porque o crime foi cometido noutro sitio.
Para lhe dar um exemplo, um tribunal cível não pode aceitar uma acção que seja matéria de um tribunal administrativo.
O que me parece é que existe uma grande incompetência para poder fazer afirmações acerca do que é a Jutiça. Quem está por dentro não fala muito e quem está por fora fala demais. Demais apenas porque não sabe e pretende saber. Este sim é um caso de incompetência clara. Discutir assuntos para os quais não está habilitado. O mais aborrecido é que mesmo assim presenteiam-se com insultos todos os outros que certamente saberão mais do assunto em discussão.
A internet pode ser uma coisa boa e má. Boa porque nos permite rapidamente encontrar bases de conhecimento. Má se for apenas uma forma de extravasar a ignorância. No caso deste post confesso que estou dividido, mas seja como for aqui fica o link para perceber o conceito de competencia do tribunal http://octalberto.no.sapo.pt/competencia_do_tribunal.htm

Força Emergente disse...

Caro A.Ramos
Compreendemos perfeitamente as suas reticências sobre a generalização das incompetências. Existem situações que de facto não se podem atribuir a incapacidades ou interesses pessoais.
No entanto o que prespassa desde há muito e é uma matriz de contestatação quase generalizada é a ineficiência do sistema judicial.
Mais do que a culpa dos Juízes, aquilo que é visivel e notório é o ordenamento juridico criado ao longo dos anos e que manifestamente foi construído e desenhado para permitir sistemas de defesa á classe politica e seus apêndices, instalados após abril /74. Não é por acaso que os Loureiros, os Varas, os socrates, os isaltinos e tantos outros que nem sequer arguidos ainda são, continuam impunemente a governar-se do País que conseguiram levar à bancarrota e que lhes continua a pagar excelentes reformas.
Não foi por acaso que Alberto Mesquita foi ministro da justiça, Pinto Monteiro procurador da republica e Angela Ribeiro responsável pelo DCIAP.
Os resultados até agora visiveis permitem concluir que o ordenamento juridico instalado mais não é do que um SISTEMA DE ENCOBRIMENTO DE POLITICOS CORRUPTOS
Não é por acaso que j.socrates está descansado em Paris após a Cova da Beira ou a vergonhosa evolução do processo Freeport. Nestes casos nem podemos atribuir culpas aos juizes. Só não viu ou percebeu quem não quiz.
A sua posição sobre este post está correta.
Obrigado pelo comentário

Força Emergente disse...

Caro A. Ramos

Esquecemo-nos do Lopes da Mota. Aquele que conseguiu ir controlando as coisas com as autoridades judiciais britânicas.
Estamos a referir-nos ao processo Freeport.
É por estas e por outras que se torna exigivel levar j.socrates a julgamento.

Força Emergente disse...

Caro amigo "anónimo"
Obrigado pela identificação do blogue que nos aconselhou.
gostámos e vamos desde já adicionar.

Caro amigo PVNAM
Tal como o anterior vamos adicionar o DIVISÃO 50-50.

OBRIGADO

Força Emergente disse...

Caros amigos

Por lapso, no 5º comentário, chamámos Angela Ribeiro á nossa "amiga" do DCIAP Cândida Almeida. Estavamos certamente a pensar em Angela Merkle. O ribeiro, vem da enxurrada de asneiras que ali têm sido produzidas.