quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O eterno cansaço

O tempo de férias possibilita-nos o afastamento de algumas das nossas vivências diárias e dá-nos a ilusão de um retemperamento de forças para a nova época em que iremos entrar.
Infelizmente a situação em que se encontra o País e a reiterada incapacidade desta classe politica em poder encontrar soluções, não nos deixam margem para podermos descansar ou esquecer que o pior ainda está para vir.
Seja qual for o sítio em que nos encontremos, muitas são as coisas que evidenciam e demonstram até onde chegou a incompetência e a incoerência daqueles que ao longo destes anos foram exercendo os cargos de gestão da coisa publica.
O País é uma manta de retalhos compostos por legislação avulsa inadequada, que acabou por gerar um ordenamento administrativo incoerente e impeditivo do desenvolvimento das diversas regiões.
O fosso social é cada vez maior e não se vê um projeto mobilizador que permita recuperar a confiança e o estimulo para um novo caminho a percorrer.
Quer nos desloquemos para as Beiras ou para o Algarve o sentimento é sempre o mesmo e a pergunta repete-se ! Como é que é possível que ninguém veja o que se passa ?
O País vai definhando "a olhos vistos" e parece que todos estão à espera de algum milagre.
É verdadeiramente criminoso ouvir alguns políticos dizerem que estamos no bom caminho e que em breve iremos começar a recuperação. Isto só é possível ser dito por quem desconhece a realidade do funcionamento da economia e a crescente depêndencia que vamos tendo do exterior.  Aos poucos vamos destruindo o comercio e a industria e será extremamente difícil reerguer estruturas e recuperar mercados.
No entanto a principal força motriz de uma Nação é e terá de ser a sua gente.
A nossa no entanto está desgastada, desmoralizada e incapaz de reagir.
Perdemos a noção de grupo e do valor potencial que por força da história deveríamos ter armazenado.
Precisamos de nos por de pé e correr com esta ignóbil gente acoitada na classe politica e da qual nada há a esperar, senão desenganos, mentiras e traições.
O País está sem rumo e a presente situação apenas subsiste pela cobertura diária, massiva e constante que a comunicação social lhe vai garantindo. Com jornalistas e orgãos diretivos a ganharem milhares de euros mensais e com o controlo nas mãos de grandes grupos, não é de esperar gritos de revolta ou denuncia.
Eles irão continuar a servir-nos diariamente as declarações apalermadas de um qualquer passos ou seguro e fálo-ão a todas as horas até nos convencerem de que está ali uma alternativa. 
Pelo meio lá irão aceitando de quando em vez  alguma voz mais crítica para parecer que vivemos numa autêntica democracia. 
Esperemos que os portugueses possam começar a perceber o autêntico embuste que há longos anos se vem mantendo.

7 comentários:

menvp disse...

«No entanto a principal força motriz de uma Nação é e terá de ser a sua gente»
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- Uma NAÇÃO é uma comunidade de indivíduos de uma mesma matriz racial que partilham laços de sangue, com um património etno-cultural comum;
- Uma PÁTRIA é a realização e autodeterminação de uma Nação num determinado espaço.

JotaB disse...

DESÂNIMO, IMPOTÊNCIA, REVOLTA
São palavras que definem bem o meu estado de espírito.

Que impede os cidadãos deste país de se revoltarem?!

Que um grupo de cidadãos decididos, poderá fazer para alterar o rumo dos acontecimentos?!

Quem, com credibilidade, está disposto a proferir o grito de revolta?!

menvp disse...

«Quem, com credibilidade, está disposto a proferir o grito de revolta?!»



Para já, para já, na minha opinião, a contestação deve seguir o seguinte caminho:
- REIVINDICAR o Direito à defesa do contribuinte!!!
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-> De facto:
Votar sim!
… mas…
Votar não é passar um cheque em branco!!!
Leia-se, O CONTRIBUINTE TEM DE DEFENDER-SE: o cidadão não pode ficar à mercê de pessoal que vende empresas estratégicas para a soberania – e que dão lucro (!?!?!) -, e que nacionaliza negócios “madoffianos” (aonde foram ‘desviados’ milhões e milhões); ex: BPN.
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-> Democracia verdadeira, já! -> leia-se, DIREITO AO VETO de quem paga (vulgo contribuinte).
[veja-se o blog «fim-da-cidadania-infantil»]

Diogo disse...

Ouve-se muitas vezes dizer que "a violência gera violência", que "a violência nunca consegue nada", ou que "se se usar a violência para nos defendermos daqueles que nos agridem, ficamos ao nível deles". Todas estas afirmações baseiam-se na noção errada de que toda a violência é igual. A violência pode funcionar tanto para subjugar como para libertar:

* Um pai que pegue num taco para dispersar à paulada um grupo de rufias que está a espancar o seu filho, está a utilizar a violência de uma forma justa;

* Uma mulher que crave uma lima de unhas na barriga de um energúmeno que a está a tentar violar, está a utilizar a violência de uma forma justa;

* Um homem que abate a tiro um assassino que lhe entrou em casa e lhe degolou a mulher, está a utilizar a violência de uma forma justa;

* Um polícia que dispara contra um homicida prestes a abater um pacato cidadão, está a utilizar a violência de uma forma justa;

* Os habitantes de um bairro nova-iorquino que se juntam para aniquilar um bando mafioso (que nunca é apanhado porque tem no bolso os políticos, os juízes e os polícias locais), estão a utilizar a violência de uma forma justa;

* Um povo que usa a força dos músculos e das armas (já que sonegado de todas as entidades que que o deveriam defender), contra a Máfia do Dinheiro acolitada por políticos corruptos, legisladores venais e comentadores a soldo, cujos roubos financeiros descomunais destroem famílias, empresas e a economia de um país inteiro, esse povo está a utilizar a violência de uma forma justa.

Num país em que os políticos, legisladores e comentadores mediáticos estão na sua esmagadora maioria a soldo do Grande Dinheiro, só existe uma solução para resolver a «Crise»... Somos 10 milhões contra algumas centenas de sanguessugas...

JotaB disse...

Amanhã terá início o julgamento de um amigo de há mais de 40 anos.
Irá ser julgado porque matou.
O tribunal irá decidir se foi legítimo o acto do meu AMIGO.
Para quem o conhece, para quem está a par dos acontecimentos que culminaram nessa morte, acredita que agiu em defesa pessoal e de terceiros (neta e filha, entre outros).

Será que “a violência poderá ser usada de forma justa”?
Eu acho que, por vezes, não temos alternativa, porque não nos deixam outra opção.

Lamento ter que dizê-lo, mas acredito que uma verdadeira mudança, em Portugal, terá que passar, inevitavelmente, pelo “recurso à violência de uma forma justa”.

Anónimo disse...

Causas mais profundas se identificam, aqui: "O plano de seis etapas para a mudança do comportamento" (google) A leitura dos sub-temas do documento são desafio para a leitura do documento na íntegra. "destruição do aparelho produtivo industrial"...."despesa superior à arrecadação tributária"... etc.... O PR Cavaco Silva, discursando no 25 de Abril disse que Portugal foi pioneiro na implementação dos cartões MB.

Anónimo disse...

"Destruição da Floresta". O cenário que alimenta os espaços noticiosas das televisões será (é) bem a confirmação da expressão contida no documento sugerido pelo subscritor das 12:46. Populações em desespero e na miséria, bombeiros exaustos, país assiste incrédulo. Aquilo que já foi a maior mancha florestal de pinheiro bravo da Europa está reduzido a cinzas. Noutro, nesse tempo, não havia exército de bombeiros por terra e pelo ar, não havia alertas amarelos, laranjas, etc.. Havia sim, responsabilidade e esperança e não se falava em globalização. Havia a mordaça, que não volte nunca, nunca mais!