sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mesmo longe, sente-se-lhes o cheiro

Assis e "burrinho" - há quem no gozo lhe chame zurrinho por analogia com o som dos asnos -, são duas das figuras emblemáticas desta democracia. Não nos merecem qualquer respeito ou consideração. O seu nível é apenas um degrau acima de relvas. Nada mais do que isso.
O nosso amigo Carlos Falcão Afonso, a propósito destas personagens, escreveu esta peça notável no Correio dos Açores:
Até quando?
As recentes e repugnantes declarações do inexpressivo gestor Zorrinho e do inefável filósofo Assis, sobre a compra dos novos carros para o grupo parlamentar do PS, deixaram-me atónito, revoltado e enojadíssimo.
As explicações bolçadas pelo ilustre professor de gestão, fazem-nos temer que alguma vez tenha de gerir alguma coisa. Que gere bem a sua vida, não ponho em dúvida, mas tratando-se do dinheiro alheio, julgo que ninguém lhe confiaria a gestão duma mercearia…
Quanto ao Dr. Francisco de Assis, tal como seu longínquo homónimo, acolheu-se numa ordem igualmente mendicante, sem contudo fazer voto de pobreza, dedicando-se à pregação, à evangelização, diz ele que ao serviço dos pobres e desfavorecidos. Mas, ao que parece, fartou-se da roupeta e alpergatas, aprecia carros de luxo e exige que sejam os pobres a servi-lo. E tem toda a razão! Não tem, o refinado mendicante, qualquer responsabilidade no descalabro a que nos vem conduzindo a classe política…
Há muito que se sabia que esta gente, sem princípios e sem valores, está unicamente apostada em sacar ao Estado e a todos nós, tudo o que é possível sacar para manter as escandalosas regalias que se atribuem, exibidas de forma vergonhosa e ostensiva - como convém à mentalidade do novo-rico - numa altura em que se exige ao país contenção e sacrifícios.
Sendo, todos nós, “accionistas” obrigatórios de todos os partidos políticos, pelos exorbitantes subsídios que o Estado lhes atribui com os nossos impostos, qualquer cidadão deveria ter o direito de conhecer em pormenor as suas actividades, as suas contas, assistir e participar nas suas reuniões e, claro está, participar nas votações para eleição dos seus órgãos dirigentes, nas escolhas da sua lista de deputados, etc.
Se quem paga mandasse alguma coisa, teria de ser assim!
Como isso não é possível, nem sequer desejável, não deveríamos ser obrigados a subsidiar os partidos políticos, hoje transformados em grupelhos inúteis, incompetentes e gananciosos, responsáveis pela ruína do país e pelo descrédito total da política, dos políticos e deste regime dito democrático. Que o façam os seus dirigentes, militantes e deputados!
Acusam-se mutuamente de insensibilidade social, mas não ouvimos, nem mesmo os que se apregoam defensores dos interesses da povo e dos trabalhadores, propor reduzir o número de deputados e escandalizam-se se lhes propõe acabar com as suas regalias. Justificam-se com a Constituição, com as suas superlativas necessidades (!!!), com o seu enorme prestígio (???), com o populismo, etc. Uma enorme desfaçatez e uma completa ausência de escrúpulos.
Se a Constituição não permite a redução para metade do número de deputados, então mantenha-se o número, reduzam-se os ordenados em 50% e acabem-se com todas as regalias que deveriam ser iguais às de qualquer outro trabalhador. Seria o mínimo que se poderia exigir para que num regime dito democrático houvesse, pelo menos, alguma equidade. Pouparíamos aqui mais de 100 milhões de euros por ano! Sem contar com os Parlamentos Regionais…
Não sendo exigido aos políticos e deputados qualquer tipo de preparação para o exercício dos cargos que ocupam, não se pode acusar de populismo quem os critica pelas excessivas regalias que usufruem, ao exercerem, de forma voluntária, interesseira e incompetente, as funções que lhes são exigidas.
Nem sequer existe a preocupação de escolher, entre os militantes partidários, os mais capazes, os mais competentes e os com melhor curriculum.
Importa só que saibam falar, para melhor enganarem, que usem gravata, para fingirem que são senhores e que sejam arrogantes, para simularem que têm alguns conhecimentos. O que se tornou verdadeiramente importante é a empatia com o chefe, o sectarismo exacerbado e o servilismo repulsivo. E, claro, uma enorme e insaciável ganância…
Haverá quem entenda qual a diferença entre o presidente, o vice-presidente ou o deputado, dum qualquer grupo parlamentar, de um juiz, de um advogado, de um médico, de um economista ou de outro qualquer funcionário público que se deslocam para os seus empregos (públicos!) nos seus carros, com a gasolina e seguros pagos do seu bolso?
A diferença é contudo abissal. Uns não precisaram de estudar, de trabalhar ou sequer de ter profissão. Dizem-se eleitos e representantes do povo, mais uma das muitas falsidades do regime, dado que só se elegem partidos e não pessoas. Mas isso abre-lhes as portas a todas as regalias. Ordenados chorudos, subvenções vitalícias, subsídios de reintegração, de deslocação, de residência, despesas de representação, viagens, refeições, carros, etc.
Aos outros que investiram muito dinheiro e anos da sua vida, estudando e preparando-se para o exercício das suas profissões, obtidas na maioria dos casos por concurso público, reserva-se-lhes um futuro sombrio quando não a emigração para um país decente, não destruído pelos abusos, corrupção e incompetência.
Faz-nos muito mais falta ter uma Justiça a funcionar e Hospitais bem apetrechados do que alimentar uns centos de rapazolas impertinentes, inúteis e improdutivos que não se preocupam com o país mas sim com os seus partidos, com as suas regalias e com os seus negócios.
Pode pôr-se em risco a sobrevivência do país, despedir funcionários, reduzir salários e pensões a toda a gente. É constitucional. O que não se pode é tocar nos privilégios dessa turbamulta sem princípios, voraz e motorizada! Porque a Constituição não permite!
“É dinheiro dos contribuintes? Claro que é. Mas quem quer uma democracia sem custos, o que verdadeiramente deseja é uma não democracia”, afirma o gestor Zorrinho do alto da sua cátedra.
Por uma vez concordo com S.Exª.
Acredito mesmo que a maioria da população deste país não quer esta “democracia”, nem estes “democratas”, que deveriam deslocar-se, se possível para muito longe, pelos seus próprios meios - a pé, de bicicleta ou de patins – e ser responsabilizados por todas as falcatruas, má gestão e abusos a que nos submetem.
O que precisamos, verdadeiramente, é de gente sensata, honesta e responsável que defenda e proteja os interesses do país e da população, sem arrogância ou egoísmo.
Se tivéssemos adivinhado o que nos custaria esta espécie de “democracia” e de que raça eram esta espécie de “democratas”…

Adenda - Sobre o mesmo tema, leia-se o depoiamento  de Pedro Dias.

MEUS QUERIDOS AMIGOS SOCIALISTAS.
Depois de ouvir o vosso líder parlamentar, numa extraordinária quão breve dissertação sobre os Renault Clio, venho pedir-vos que não gozem comigo, por ter comprado um, às prestações de 290 € por mês e usado.

Não ando de Mercedes, BMW ou Audi, porque, como professor Catedrático do 4º escalão da Universidade de Coimbra, ( e Membro das Academias Nacionais da História, das Belas Artes, da Marinha, da Real Academia de Bellas Artes de San Ferando de Espanha e de mais meia dúzia delas, decano da área de Património das Universidades Portuguesas, Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, Medalha de Mérito-Classe Ouro de Belas Artes, Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra, e com cerca de 200 livros e artigos publicados, 12 com prémios, como o Prémio Gulbenkian ), não tenho dinheiro para mais. Percebi, ontem, que é vergonhoso andar de Clio, em Portugal, que isso nos apouca.

Só que isso nos diminui aos olhos de quem, na vida, nunca fez nada e nunca trabalhou no duro, e passou a juventude na intriga e a comer, beber e viajar à conta dos partidos políticos, a esperar pacientemente nas Jotas, para chegar a adulto e, de preferência, como o Zorrinho, para entrar para uma loja maçónica e na Assembleia ou num gabinete ministerial. Eu cá, loja, só a mercearia do meu Avô, na Rua do Corvo.

3 comentários:

JotaB disse...

Deputados do PS gastam 210 mil euros em carros

http://www.tvi24.iol.pt/politica/ps-deputados-carros-veiculos-tvi24/1382571-4072.html

E porque hão-de os senhores deputados sentar o rabinho em carrinhos pagos por nós?!
Andem no transporte que quiserem mas à sua custa.

JotaB disse...

Conta-se

Conta-se que aqui perto, numa cidade vizinha, havia um prefeito. Não muito bom, mas era político!

Conta-se que ele tinha uma "rusga" antiga com o padre da cidade. Bom padre, por sinal. Aliás, os padres são figuras desse naipe.

Conta-se que ninguém mais lembrava a causa, o motivo, a origem do desentendimento dos dois. Mas tinha a ver com coisas mal feitas por um e criticadas pelo outro.

Conta-se, também que apesar de padre e prefeito serem inimigos, ambos desempenhavam bem suas funções específicas.

Conta-se, apenas que o representante dos eleitores e o representante de Deus viviam às turras, cada um aprontando algo que causava mais irritação no outro que ficava esperando sua vez de dar o troco, criticando o que havia criticado. E as farpas eram de lascar faísca.

Conta-se que foi então que o caso se deu:

Conta-se que na cidade sempre andavam, soltos, vários animais: cavalos, éguas, burros...potrinhos costumavam ser vistos passeando nas praças, ao lado de suas éguas mães. Burrinhos e jegues trocavam coices no meio da rua, sem que ninguém tomasse providências. Alguns até diziam que eram funcionários da prefeitura, pois pastavam as gramas dos canteiros das ruas.

Conta-se que mais de uma vez algum motorista tivera que frear, bruscamente, para não atropelar um potro desatento. Sem contar outros tantos que eram atropelados.

Conta-se que não foram poucas as brigas entre motorista mais apressado e algum dono dalgum potrinho andarilho, atropelado e morto no meio da rua.

Conta-se que foi por causa dum desses episódios de morte, dum burrinho, que o episódio em questão ocorreu.

Conta-se que apareceu morto, no meio da praça, em frente à Igreja, ali perto daquele monte de ciprestes de várias procedências, deste lado da rua, um burrinho. Novo ainda, cerca de ano e meio, como se podia ver pelos dentes do animal.

Conta-se que apareceu morto numa segunda-feira. Na terça, à tarde, ainda estava lá. Na quarta, de manhã, já era insuportável o cheiro do burro morto. Burro não, um burrinho qualquer, daqueles tantos que havia e trafegavam, soltos pelas ruas da cidade.

Conta-se que à hora do desjejum o padre, sem poder se refastelar e reabastecer da noite mal dormida devido ao mau cheiro, já irritado pelo descaso com o falecido burrinho, ligou para a prefeitura.

Conta-se que quem atendeu foi a secretária. Mas ela, carola antiga, reconheceu a voz, irada, do padre que não pedia, mas iradamente exigia falar com o prefeito.

Conta-se que ela, nem engatou assunto de igreja. Passou a ligação para o patrão, o prefeito.

Conta-se que o diálogo foi acalorado. Saía fumaça do fio do telefone. Naquele dia, não estivessem separados, teriam se atracado: padre e prefeito, numa briga entre o poder temporal e o espiritual.

- Já é Quarta-feira...

- Não acredito que você ligou pra cá só prá me informar que dia é hoje, como se eu não soubesse...

- Não me daria ao trabalho. Muito embora a tua ignorância me permitisse te ensinar até os dias da semana...

- Você me ensinar? Você não ensina nem teus paroquianos, com teus sermões...

Conta-se que o clima entre ambos estava nesse pé. Mas ninguém sabe contar como eles se deram conta de que estavam discutindo, sem resolver o problema da ligação.

- Então fala: o que te moveu a me dar o desprazer de ter que ouvir tua voz...

- Tem um burro morto, na praça da igreja. Está lá desde segunda-feira e o pessoal da prefeitura ainda não veio retirar a carniça de lá. Você poderia ter a fineza de mandar que os lixeiros façam o que precisa ser feito, limpando a praça...

- Ora, padre. Não é função da prefeitura dar assistência a moribundos ou defuntos. Quem entende de extrema-unção e deve confortar os parentes dos falecidos é a Igreja, não a prefeitura...

- Certo, prefeito. A Igreja deve confortar os parentes dos falecidos. Mas para isso deve, primeiro, avisar os parentes. E é para isso que estou ligando...

Conta-se que falando isso o padre desligou o telefone e o prefeito continuou, xingando o padre, pelos furinhos do aparelho de telefone!

(Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação)

Diogo disse...

Porque não formar um grupo de grupos dispostos a limpar o sebo à pandilha do arco do poder - PSD/CDS/PS, aos interesses financeiro-económicos que controlam os governantes corruptos e quem os promove nos mass media?