E vai certamente acontecer.
Por muito que as coisas se dilatem e as consequências não surjam de rompante, terá de existir um ponto de viragem e de imputação de responsabilidades por tudo aquilo que de forma leviana e irresponsável tem sido feito neste país.
Há quem tenha assumido de forma arrogante e imperativa, que tudo se faria como "eles" entendessem.
Burilaram o Direito, controlaram a Justiça, assumiram a gestão do País como se fosse uma coutada privada de alguns políticos, e convenceram-se que iriam sair impunes fossem quais fossem as decisões tomadas ou a gravidade das acções em que se envolvessem.
Contavam e sabiam que tinham um povo manso e embrutecido à conta das religiões e dos políticos.
E que isso lhes iria facilitar a vida.
Como tem acontecido e que ainda lhes vai garantir mais algum tempo de sobrevivência.
De facto, como Nação, nós não temos um Povo no verdadeiro significado que por vezes atribuímos.
Somos no entanto verdadeiros "patriotas" quando nos exacerbam os sentimentos, como acontece com o futebol.
Se considerarmos que um Povo deve ser a soma de conjuntos de pessoas harmoniosamente agregadas num espaço delimitado e bem definido onde se inserem num projecto global que se apresenta unido e caracterizado culturalmente perante outros povos e Nações que de alguma forma se diferenciam de nós e com quem se desenvolvem muitas vezes sentimentos contraditórios, a que a história não é alheia.
Tal como as coisas estão, poderemos dizer que somos uma Nação estratificada pelo saber a economia, o bem estar e a alienação sistemática.
Talvez possamos dizer que ainda temos o "povo original", inculto, brutificado, crente e inapto politica e socialmente, a que acresce um "novo povo" que emergiu a partir dos anos 60 e que incorpora em grande parte a classe politica reinante e que interage directamente com um "povo indiscriminado" que vive nas orlas deste novo povo a quem alimentam e lhes prestam serviços e de quem recebem expectativas de empregos e qualidade de vida por contrapartida de um "modus vivendis" muito partilhado e inter-dependente.
Não temos o equilíbrio e a estruturação social que vemos na quase totalidade dos outros povos Europeus.
Hoje somos um País em que grupos diversos comprometeram o desenvolvimento dos conjuntos e desiquilíbraram a matriz enformante que nos deveria qualificar enquanto POVO que pretende integrar um Espaço alargado onde temos cada vez menos enquadramento politico e social, tal é o desiquilibrio existente e resultante da inépcia ou irresponsabilidade das politicas implementadas por uma geração de incompetentes e corruptos, que trocaram o interesse nacional pela ganancia própria de quem vinha do nada.
Será sempre responsabilidade de cada um de nós, tentarmos construir um País melhor onde o Povo seja gente e os políticos sejam povo.
Até lá não poderemos ficar parados ou expectantes.
Façam ferver o sangue que deveria existir em cada um de nós.
Esta gente inqualificável só subsiste porque nós permitimos.
posto por Carlos Luis
Business Integrity Forum Portugal: a iniciativa que a tua empresa precisa!
-
Business Integrity Forum Portugal: a iniciativa que a tua empresa precisa!
A TI Portugal lançou este ano o Business Integrity Forum Portugal (BIF
Portuga...
Há 15 horas
7 comentários:
Como ninguém avança, com as necessárias tropas, para o derrube desta canalha e como parece não caírem de maduros, temos que encontrar, urgentemente, uma alternativa!
Acabemos com a canalha, antes que ela acabe connosco!
Trago, até aos seguidores e simpatizantes da Força Emergente, a habitual crónica semanal de Henrique Neto, publicada no semanário Jornal de Leiria:
Crónicas sobre o futuro
Tudo boas notícias
Instalou-se na politica portuguesa
o poder dos especialistas
do marketing político,
os spin doctors dos
ingleses, a ponto de no PS
as reuniões de estratégia política
serem agora muito mais importantes
e decisivas do que as reuniões
do Conselho de Ministros.
Tudo começou com António Guterres,
mas José Sócrates, ele mesmo
um especialista da política
espectáculo, levou muito mais longe
esse objectivo de proclamação
da verdade conveniente. Quando
António Guterres era Primeiro- -
Ministro, participei em duas ou
três reuniões com o pequeno grupo
dos spin doctors desse tempo,
para, supostamente, discutir o Orçamento
do Estado antes da sua apresentação
pública. Aprendi então
que muito poucos participantes
tinham lido o documento, já que
o objectivo principal das reuniões
era decidir sobre a melhor forma
de vender o Orçamento às oposições
e aos jornalistas, para, através
destes, convencer os portugueses
em geral. Recordo que numa
dessas reuniões o problema mais
grave resultou de que em São Bento
não havia nenhuma impressora
a cores, quando alguém descobriu
que os gráficos a cores
seriam mais convincentes do que
a preto e branco. Foi decidido mandar
alguém de urgência a uma
empresa para fazer a impressão,
concretizando, por essa forma, a
principal decisão do dia. Recordo
que Sousa Franco se recusava sistematicamente
a participar nessas
reuniões.
José Sócrates é um devoto da
crença de que uma afirmação repetida
até à exaustão acabará por
ser aceite como uma verdade, ou
entendida como um facto. Esta
semana, pela enésima vez, afirmou
que o crescimento da economia
portuguesa de 0,2% no último
trimestre, era uma boa notícia,
porque demonstrava que a
economia não estava em recessão.
Ao mesmo tempo, perante o
País a arder, afirmou repetidas
vezes que o combate aos incêndios
melhorou muito nos últimos
anos, concedendo, apesar disso,
que ainda há muito a fazer em termos
de prevenção, mas que essa
é uma tarefa de todos os tempos.
Tudo boas notícias.
(continua...)
Infelizmente, não ocorre a José
Sócrates de que esta via do contentamento
mata quaisquer orientações
governativas, ou incentivos
para o progresso do País, ou
o sentimento de urgência necessário
para mudar o que está mal.
Mas se tudo está bem, para quê
mudar? Como aparentemente também
não lhe ocorre que nas sociedades
modernas, todas as matérias
são objecto de quantificação
e que com o tempo essa quantificação
torna-se incontornável,
mesmo para alguém que procura
controlar toda a informação negativa.
E, a esse propósito, esta semana
aconteceu que a área ardida
em 2010, pela estatística nacional,
seria metade da que foi apresentada
pela estatística europeia. Milagres
da matemática portuguesa.
Claro que José Sócrates não
é o único culpado da politica de
contentamento que atravessou
o PS e de alguma forma influenciou
uma parte relevante do
País. Os outros dirigentes do
partido têm enormes culpas e
quando for feita a história deste
tempo de estagnação económica
e de definhamento nacional,
os actuais dirigentes do PS
não serão poupados. É um tempo
sem ideias e sem a criatividade
de soluções verdadeiras
para os graves atrasos de Portugal
na Europa. Basta ler os
diversos textos publicados, neste,
como em quase todos os jornais
portugueses, escritos por
pessoas com responsabilidades
no PS, para se ter a noção clara
desse vazio. São palavras e
palavras, amontoadas para combater
o PSD e o seu líder, com
ou sem razão é irrelevante, mas
onde nem uma ideia ressalta
sobre a educação, a justiça, a
economia, que não seja o elogio
bacoco do ministro, do secretario
de Estado ou do chefe providencial.
A luta política tem naturalmente
o seu papel na via democrática.
Mas a luta política baseada
nas diferentes estratégias,
em ideias inovadoras e em propostas
competentemente pensadas
e elaboradas. O que acontece
actualmente é a luta política
para conseguir algum quinhão
do poder do Estado, algum
emprego bem pago, ou alguma
das mordomias que o poder político
se dispõe a repartir. Assim,
durante o próximo ano, quando
o PSD se decidir a avançar
para o poder, vamos assistir no
PS a uma luta desesperada pelos
lugares possíveis. É a vida, recordarão
muitos.
HENRIQUE NETO
empresário
netohenrique8@gmail.com
A ESPERA
É dos sentimentos mais estranhos que se deparam perante nós quando vamos de encontro a esta situação. Todos os cenários possíveis e imaginários passam pela nossa cabeça levando-nos a presenciar os estados mais excitados, repletos de conotação positiva, optimismo extremo, felicidade duradoura, mas também evocar o mau, o negativo, a tristeza, a morte... Pode ser quase equiparada como a passagem repentina do Céu ao Inferno. Mas atenção, pois não é a mesma coisa. É raro alguém num determinado momento, conseguir viver essa experiência tão perturbadora, tão degradante para a condição humana. O insensível chora, o mais forte fraqueja, o mais corajoso acobarda-se, o poeta deixa de amar e a sua chama viva esmorece e extingue-se nos campos da solidão. É nessa altura que as questões irrompem por todos os poros pelos quais respiramos a vida. Todas surgem, independentemente da estupidez que cada uma poderá acarretar. é como que o nosso cérebro descompensasse, buscando desesperadamente respostas, soluções para combater o impiedoso choque.
Quando estamos à espera que algo aconteça, é o momento em que não temos o nosso destino na mão. A vida resume-se a um caminho pelo bosque, onde, de tempos a tempos encontramos bifurcações, nas quais temos de decidir o nosso destino. Ou vamos por um, ou vamos por outro. Somos nós que decidimos. Mas quando esperamos por uma decisão, tome ela a forma que tomar, sentimo-nos pequenos, inseguros, desorientados. É o momento em que algo ou alguém vai decidir por nós. É o momento em que o nosso próprio destino nos escapa das mãos. Sintomatologicamente , o nosso corpo reage, das mais variadas formas que toda a gente já experienciou . A verdade é nua e crua: não podemos fazer nada... a não ser esperar. ( refexoes.blogs.sapo.pt/1083.html )
http://www.youtube.com/watch?v=Ibow_K7fqF0
Boa noite,caro C.Luís.
Nada de novo na frente ocidental.
Todos os partidos/seitas do hemiciclo corrupto,mais os aspirantes,sabem bem o que deve permanecer na margem do discurso político e na penumbra do conhecimento do grande público(porque isto é espectáculo,como refere também o engº Henrique Neto,aqui muito bem colocado pelo JB).
Com os mais altos cargos do poder judicial usurpados pela irmandade,as polícias subordinadas e chefiadas por um esbirro,os jornais e tv's domesticados...pouco nos resta.
A bovinidade é apenas aparente.Há um manto reticular de interesses.
As autarquias tornaram-se agências de emprego,que colocam como única exigência currícular o cartão do partido.
Em toda a Função Pública se deixou de falar e passou-se a murmurar e a olhar para trás,antes de balbuciar qualquer arremedo de opinião.
Homens e mulheres mudam de partido,aderem à rosa do gamanço.
Não vou procurar explicações sociológicas,todos temos algumas,mesmo que empíricas.
O facto é que a sociedade portuguesaa não conseguiu produzir uma elite íntegra e leal aos valores morais e interesses nacionais.
Vendem-se por uma casinha da Câmara,um subsídio,uma cunha,um lugarzinho na TV,no jornal do amigo Joaquim,etc.
Como já frisei anteriormente,sinto a maior admiração por um punhado de audazes homens de honra nos quais o incluo,mas a hidra de Vilar de Massada,ou outro arrivista qualquer que se prepara para a substituir,só pode ser destruída banhando a ponta das setas no seu próprio sangue,para a envenenar,segundo reza a lenda,creio.
Só com inteligência e uma superior organização se poderá reverter a maré negra.
A causa justifica-o.
Parabéns,é sempre agradável ler o que escreve,mesmo que seja apenas catártico.
Cumprimentos.
Caro amigo João
Obrigado pela informação que vai trazendo e que bem complementa muitas das ideias e visões que temos sobre o estado do País.
Um abraço
Caro amigo Miguel
Permita que o trate assim, pois os seus comentários demonstram que é alguèm que se identifica com as nossas preocupações e expectativas e como tal, esses são os nossos amigos.
Infelizmente a questão de fundo mantem-se.
O barco ainda está muito vazio e os ventos continuam a soprar em sentido contrário.
No entanto, por razões idiossincráticas, somos compelidos a não desistir. A isso nos obriga o apoio de alguns e o facto de termos colocado neste País mais algumas pessoas. Enquanto pais ou avós, teremos sempre essa responsabilidade acrescida e que tem a ver com a sociedade em que estamos integrados e que não gostariamos de deixar ás próximas gerações.
Se me perguntar se estaria disposto a lutar por este "povo", dir-lhe-ia que não. No entanto tento integrar-me nesse pequeno "batalhão" que tudo fará para tentar influenciar, modificar ou derrubar, esta "organização politica" que de forma ardilosa se instalou no País.
Se alguma coisa se conseguir, sim, o "povo" poderá beneficiar. Resta saber qual "deles" é que nos viria agradecer. É que o "bom povo" não percebe e o "outro" nem lhe interessa saber.
Enviar um comentário