segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O lento despertar

A fuga de Cavaco e os apupos de Coelho são talvez os primeiros sinais do fim da letargia instalada. Parece que o impulso da população se vai dirigindo cada vez mais no sentido de focar diretamente os principais responsáveis pela manutenção do sistema.
E é urgente que isso aconteça, pois aquilo que não desculpamos a quem compete a responsabilidade pela governação é vermos a continua impunidade dos gestores que continuam no ativo e a aumentarem as despesas e os prejuízos das empresas do estado.
E vermos o aumento galopante dos encargos resultantes dos acordos feitos no governo de socrates com as concessionárias das scuts, por exemplo.
E continuarmos a não ver renegociados e corrigidos os contratos das parcerias publico / privadas.
E continuarmos sem saber quem são os arrendatários dos edifícios do Campus da Justiça.
E continuarmos sem reagir ao aumento brutal dos custos da electricidade.
Poderíamos continuar com mais uma série de exemplos. No entanto aquilo que já se torna incompreensivel e inaceitável é a manutenção do encobrimento inter partidos.
Tornou-se claro e é evidente que estamos cercados e aperreados a um ciclo politico de gente sem princípios nem valores, a quem apenas interessa ir garantindo a alternância politica para manutenção do sistema que lhes vai garantindo os privilégios, sabendo que a grande maioria da população é facilmente controlável através dos meios de comunicação que têm ao dispor.  
Aquilo que se vem passando com as medidas tomadas até agora por este governo são reveladoras do intuito subjacente à politica seguida e que se traduz na redução da massa salarial em cerca de 30% de forma a "equilibrar" o sistema com os "mercados" e assim garantir a continuidade da politica de um País, duas classes. A classe politica que continuará a usufruir a seu belo prazer do sistema e a restante população subdividida numa classe média nos limites da pobreza e os verdadeiros pobres.
Será que os que apuparam Coelho já perceberam isto ?
Claro que não. Por enquanto só sabem que estão mal e necessitam gritar.
Mas... se amanhã houvesse eleições aqueles que tinham votado psd, iriam certamente votar ps. Quebrar este equivoco é certamente um desiderato a alcançar. Mas como ?
Se souberem, ajudem-nos.
Obrigado.

6 comentários:

Diogo disse...

Que os blogues mais informados cheguem a atenção, sempre que puderem, para essa ilusão bi-partidária.

JotaB disse...

A verdadeira mudança só será possível com a criação de círculos uninominais, a que possam concorrer todos e quaisquer cidadãos, fora do enquadramento partidário actual ou mesmo futuro.
Paralelamente terão que existir mecanismos de destituição eficazes, céleres e ao alcance dos cidadãos eleitores, sempre que os eleitos se desviem do programa com que se apresentaram à eleição.
Doutro modo, nada feito!

Mas aquilo que aqui proponho e que não constitui qualquer novidade, é que me parece quase impossível de alcançar, pois o poder decisório está nas mãos dos políticos e dos partidos e estes não irão abrir mão desta prerrogativa, a não ser à força!

Rui Pinto disse...

Uma solução é renovar esta classe politica que governa Portugal há 37anos, por outra mais justa, séria, honesta, que trabalhe para o bem estar comum do povo português.

JotaB disse...

É um fenómeno curioso:
O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.
Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.

Miguel Torga (1961)

JotaB disse...

Boaventura Sousa Santos à SIC:

“A desobediência civil vai caminhar para apelo para uma nova assembleia constituinte, popular…que blinde os Estados e a Europa dos actos predatórios dos mercados financeiros não regulados.”

http://www.youtube.com/watch?v=G9cnR1x7dVw

bruno disse...

Portugal é um pais de capados. Gente sem dignidade. Metem-me nojo. Por isso nunca voto.Eu faria outra coisa.