domingo, 4 de abril de 2010

Em plano inclinado

Já por diversas vezes nos interrogámos sobre as origens ou os motivos que levaram a constituirmos esta associação.
Refiro-me aos pressupostos que nos obrigaram a que tivéssemos avançado.
Seria porque de cada vez que ouvimos as intervenções do Dr.Medina Carreira sentimos uma total convergência de pontos de vista, assim como nos identificávamos com a forma frontal como expressava as suas opiniões?
Quando tivemos o privilégio de o ter encontrado, pudemos comprovar estarmos perante um dos poucos Portugueses a quem confiaríamos sem hesitação, a tarefa de estabelecer um conjunto de princípios e objectivos tendentes a reformular o Sistema Politico que vergonhosamente continua implantado no País.
Partilhamos as mesmas ideias sobre o Sistema Judicial e sabemos que sem um Sistema Económico activo e dinâmico, não será possível invertermos o plano inclinado em que nos encontramos.
Assumimos que não será expectável que o Sistema evolua e se altere só por si.

Isto significa que aquilo por que vimos pugnando desde o inicio e que se refere ao facto de termos que encarar formas mais dinâmicas de contestação, será a única forma possível que seriamente poderá levar à reversão do sistema.
Se se mantiver a mesma passividade, habilmente escondida no apelo à estabilidade feito pelos principais agentes políticos, nada se irá alterar.

Este sentimento que implica combate e enfrentamento, leva-nos contudo ás nossas origens.
De facto o Dr.Medina Carreira foi-nos elucidando de forma clara e sem margem para duvidas, mas o Jornal de sexta da TVI, foi o detonador de emoções que nos obrigou a avançar para de forma directa assumirmos a nossa posição face a este Regime e a estes políticos.
O País tem uma dívida de gratidão para com aqueles profissionais, que ousaram de forma directa expor algumas das maiores barbáries feitas por vários responsáveis políticos.
Foi e é triste vermos o abandono a que foram remetidos.
Competia-nos a nós, mais 2 milhões de assistentes diários, termos tido pelo menos um assomo de incomodidade por nos ter sido cerceada a principal fonte de informação séria e sustentada que nos era oferecida por Manuela Moura Guedes, Carlos Enes e Ana Leal, entre outros.

Uma coisa é cada vez mais sentida por todos. O País afunda-se e atrasa-se.
Cada vez estamos mais pobres.
Cada dia aumentamos mais a nossa divida ao estrangeiro. As noticias sobre corrupção sucedem-se. O lodaçal é abrangente. A única coisa que diverge é a nossa incapacidade em assumirmos a nossa obrigação perante a história e o futuro.

É a nós que compete a defesa do que consideramos necessário e urgente fazer. Recuperar a dignidade do País e julgar quem de forma sistemática tem usado o sistema habilmente implantado para lhes permitir escapar impunes perante a delapidação que têm feito dos recursos e bens públicos.
Este tem sido o combate que temos feito com os poucos meios humanos e financeiros de que dispomos. Mas, não lutamos por cargos ou favores e apenas pretendemos colaborar com aqueles que tenham ideias e objectivos ajustados àquilo que o País exige.
Para isso contam connosco, seja de que forma for.
Mas, por favor, mexam-se. Por cada dia que passa, será sempre tarde de mais.
Os que ainda têm ilusões, percam-nas. Não há solução enquanto se mantiver esta gente e este sistema político.
A crise vai continuar e vamos chegar ao ponto de negociar a nossa sobrevivência. Não será altura para começarmos a agir?
Ou está à espera que alguém faça o trabalho por si?

Posto por Carlos Luis

7 comentários:

atascadotijoao disse...

"Não há solução enquanto se mantiver esta gente e este sistema político."
Cabe a nós todos mudar-mos o estado do poder politico neste país !

JotaB disse...

Porque me pareceu apropriada, resolvi repescar esta modesta opinião que já havia publicado há quase dez meses.
Como é possível que, entretanto, as únicas mudanças tenham sido para pior?!:

Qualquer cidadão decente sente a necessidade em correr, urgentemente, com estes políticos corruptos. Mas como consegui-lo, a bem, se isso implica a colaboração daqueles que têm que ser varridos?
Como conseguir, por exemplo, a mudança da Constituição, retirando aos partidos a exclusividade de concorrerem à Assembleia da República?
Como criar círculos uninominais, a que possam concorrer os cidadãos não inscritos em partidos, tornando-os responsáveis perante os seus eleitores e não perante as chefias partidárias?
Como criar mecanismos de destituição desses mesmos eleitos, sempre que justificável?
Como acabar com a ocupação, indevida, dos lugares da administração pública, a todos os níveis, por incompetentes e corruptos, que se governam e levando ao desgoverno deste país?

Não acredito que isso seja possível sem uma atitude de força, de revolta, de todos aqueles que entendem que chegou a hora de acabar com este estado de coisas.

BASTA DESTE FARTAR VILANAGEM!

JotaB disse...

SEM PALAVRAS...

http://www.youtube.com/watch?v=G-SHAak_stc&feature=player_embedded

Flávio Gonçalves disse...

"fonte de informação séria e sustentada"????

Lusitano disse...

Caro
Amigos,
Pessoalmente não tenho quaisquer esperanças numa mudança política neste país para um regime mais ético, principalmente por três razões: 1ª - a situação amoral deste país sem Rei nem Roque é muito oportuna para muitas negociatas e enriquecimentos rápidos que de outra maneira não seriam possíveis, logo, o actual "satus quo" é um factor determinante para que este regime perverso e mafioso se mantenha, 2ª - No presente momento não há actualmente entre os políticos da nossa praça quem tenha os devidos no sítio para enfrentar este estado de coisas, não só seria esmagado como não obteria quaisquer apoios entre a maioria, quer dos restantes políticos, quer da população, exactamente porque a situação também é boa para boa parte deste povo e aí entramos na 3ª razão - Reparem meus Caros Amigos, que qualquer observador mais atento e perspicaz interrogar-se-à como é possível haver tanta gente desempregada, tanta gente com tantas dificuldades de emprego e sem futuro e ninguém se revoltar, pelo contrário, aceitar tranquilamente esta situação aparentemente difícil, pois, mas isso é se houvesse um pouco de formação ética entre os portugueses, mas esses princípios morais "atávicos" foram mandados às urtigas pelo actual regime nascido da golpada militar de 74, assim, as gerações que se formaram ou nasceram após essa data, adoptaram um princípio básico da sobrevivência, "passar por cima de toda a folha", desta forma, a Lei do mais esperto e mais sacana é que manda, e os portugueses já desde londa data habituados a "desenrascarem-se" apenas puseram esse expediente em prática, daí, que o "biscate" e o compadrio, alguns dos cancros da nossa sociedade estejam em maré alta, inviabilizando qualquer apoio deste povo a qualquer movimento político que tente restaurar princípios éticos, no fundo, nada mais fazem do que imitar os escalões mais altos.
Podemos, pois, concluir sem grande esforço, que é uma utopia prevêr quaquer mudança no sistema, há demasiada gente interessada em que assim continue.
Já não existem, nem Generais Carmonas, nem Salazares para tentarem dar um abanão neste quintal, estou convencido que nem Cristo conseguiria mudar este estado iníquo, mais parecido com Sodoma e Gomorra, do que com um país a sério e sério.
Venha a roubalheira, a corrupção, o deboche, que serão bem-vindos, Honra, Lealdade, Honestidade, isso foi chão que já deu uvas, e não são uma meia dúzia de "pobres lunáticos" que alguma vez conseguirão dar a volta ou despertar consciências no meio desta imundíce toda, pensar o contrário, é caminho certo para uma depressão sem remédio.
Cumprimentos.

LUSITANO

Força Emergente disse...

Caro Flávio
Sabemos que nem sempre é fácil podermos analisar os conteúdos informativos, tendo em conta o subjectivismo próprio de cada um. No caso do jornal de sexta a questão é esta. Estamos agora melhor sem essa informação?
Para mim não estamos. E tal como tentei expressar neste post, foi de facto esse jornal de sexta que levou a termos assumido esta tarefa, ingrata, incompreendida, objecto de diversas críticas e análises e acima de tudo combatida e secundarizada, por aqueles que mais perto e solidários deveriam ser desta causa porque lutamos.
Estranho, não é?
No entanto, por cada dia que passa, vamos aumentando a expectativa de poder chegar o dia em que haverá um impulso incontrolável que nos permitirá chegar a uma solução mais de acordo com aquilo que será a decência obrigatória em quem exerce cargos de responsabilidade publica e colectiva.
Obrigado por nos dar a sua opiniâo.

Força Emergente disse...

Caro amigo Lusitano
O senhor é uma das referências de destaque na blogoesfera, tanto pela sustentação dos comentários que faz como pela qualidade expositiva dos seus textos.
Temos que lhe dar razão na maior parte dos casos.
Nós mesmo, já passámos algumas vezes por essas depressões que refere.
È de facto desgastante vermos, quase sempre, irem caindo por falta de apoio muitas das iniciativas que tem sido tentadas.
O caso do movimento pela liberdade de informação, apoiado pela grande maioria dos blogues de referência e que permitiu a recolha de mais de 10.000 assinaturas em dois dias, mas não conseguiu mais que 40 pessoas frente á Assembleia da Republica, é o exemplo acabado da falta de combatividade, ou receio de grande parte dos contestatários assumidos e que expressam as suas posições através da NET.
Também foi conclusiva no plano das opções politicas o último resultado eleitoral. Partidos como o MMS ou o MEP ( que puseram em campo meios promocionais consideráveis )acabaram por ter uma votação inexpressiva face ao conteúdo das mensagens e propostas avançadas.
Não temos dúvidas sobre a nossa incapacidade actual em contrariar o sistema implantado.
Sabemos contudo que ele terá que cair, seja qual for a causa ou o motivo.
Por isso sentimo-nos obrigados a manter esta porta aberta, mesmo sem sabermos se por aqui virá alguèm a passar.
De repente as coisas podem acontecer. Nesse dia juntaremos forças.
Talvez até mais depressa que agora possamos prever. Uma coisa lhe garanto. Não anda tudo a dormir ou distraído. Nessa altura, o povo manso e embrutecido seguirá a "crença natural".
Obrigado por aquilo que vai escrevendo.