quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Estado Latente

Ou a estranha mansidão de um País a apodrecer devagar.
Os sinais vitais são quase imperceptíveis. Ninguém grita, ninguém chora, ninguém se movimenta. A morte desce de mansinho no recato da paisagem.
Estranho País este em que a política para lá de folclore, é embuste assumido. É traição consagrada e aceite. É o destino merecido dos cobardes.
Hoje somos uma Nação sem sangue e sem alma. Sem vigor e sem ideias. Incapaz.
A bofetada na face apenas serve para nos ajeitar a cabeça.
Já não reagimos ao insulto, ao descrédito, á dor.
Chegámos ao Estado Latente.
Ainda temos órgãos vitais mas já quase sem vida.
Alguns deslocam-se devagar e sem reacção. Assumiram a condição inactiva e inerte em que se encontram. Não ouvem, não lêem, não sabem nem acreditam.
A realidade e a evidência, são coisas estranhamente negadas.
Seja quem for que nos tente alertar para a desgraça eminente, é de imediato contradito por estes seres moribundos que até para falarem já sentem dificuldade.
Estamos no patamar da inconsciência, com a morte a bater á porta e os coveiros a alargarem o buraco. Ninguém parece capaz de lhes tirar a enxada das mãos.
Estamos em plena lactescência do Estado.
Caímos na imberbidade senil de quem só abre a boca para sugar umas pingas de leite. Satisfazemo-nos com a mentira e a miséria, à espera que a morte não seja rápida.
Estranho País, este.

Veja-se a triste figura que fazemos;
http://videos.sapo.pt/iECLU4Z1HBBvDVCulieO

Entretanto lá fora, onde a vida flui e se redige a nossa certidão de óbito, alguns analistas vêm dizer:
Portugal em subida vertiginosa, já está em 3º lugar depois da Grécia e da Islândia, no que se refere aos chamados Credit Default Swaps. Isto é, os títulos de divida Publica emitidos, são cada vez mais títulos de risco agravado.
Chegámos ao ponto de sermos citados como um País que baseia o seu financiamento publico num esquema tipo Pirâmide.
E assim é de facto.
Portugal em vez de abater os juros da divida, tem vindo a refinanciar o pagamento de juros através da emissão de nova dívida.
Bernard Maddof não conseguiria fazer melhor.
Só que este já está preso e os nossos ainda continuam à solta.

posto por Carlos Luis

10 comentários:

Força Emergente disse...

Amigo JotaB
Obrigado lelo link para este video bem elucidativo e que complementa o post de hoje.

JotaB disse...

PROCURA-SE UM LÍDER!
Temos que encontrar, urgentemente, alguém que esteja disponível para ir para a frente do grupo e pegar o boi pelos cornos.
Talvez não sejamos muitos a segui-lo, mas seremos, de certeza, homens e mulheres determinados.
Os portugueses têm que sair do imobilismo e do torpor em que se encontram. Acredito que um grito mais forte os acorde e que uma pequena chispa os faça saltar.
Urge fazer alguma coisa.
PARAR É MORRER!...

JotaB disse...

Portugal um grande "Vasa"

Para aquele que pensam no País, acima dos seus legítimos interesses individuais, trago mais um artigo de opinião, publicado no Jornal de Leiria:


E, assim, o “Vasa” foi ao fundo
Na passada semana
estive em Estocolmo
numas breves
férias. Para além
de ter trocado o sol
português (que parece arredio
quando eu apareço) pelo ainda
bastante frio nórdico, houve
três notas de “reportagem” que
mais vivas se fizeram no meu
espírito:
- a enorme quantidade de
bebés e crianças de tenra idade
que são passeadas pelos pais
no centro da cidade, frequentemente
em cadeirinhas duplas,
mas, na sua grande maioria,
não são gémeos, mas irmãos
com pequenas diferenças de idade.
- a quase total ausência, nesse
centro da cidade, de pessoas
a pedir, ao contrário do que é
visível na generalidade das capitais
europeias e, muito particularmente,
na Europa do Sul.
- uma grande homogeneidade
social visível nesse centro,
nos grandes armazéns, nos
estabelecimento comerciais mais
especializados e nos diversos
tipos de restaurantes (por acaso,
bastante cheios por norma,
nesta altura do ano).
Será isto tudo resultado das
apregoadas virtudes do chamado
“modelo nórdico”?
Não me cabe a mim, aqui e
agora, dar resposta a esta pergunta,
por duas razões: em primeiro
lugar, o que acima descrevo
é uma observação única,
pessoal e localizada, no espaço
e no tempo, que não permite
qualquer generalização que
fundamente uma hipótese a testar.
Em segundo lugar, mesmo
que tal hipótese fosse cientificamente
legítima, não tenho,
neste momento, dados que me
permitam responder, com rigor,
à pergunta que formulei.
Mas, independentemente da
resposta, o que observei não
deixa de me incomodar quando
olho para a sociedade portuguesa,
uma das com menores
índices de natalidade da
Europa (e do Mundo, claro), com
enormes (e crescentes), diferenças
sociais, com a presença
constante (e incomodativa ou
será que já nem isso incomoda?)
de pessoas a pedir, pessoas
(pessoas, repito!), das mais variadas
idades e procedências!

(continua...)

JotaB disse...

(continuação...)

É a crise, dir-se-á , e essa pala-
vra “crise” parece suficiente para
nos descartar de toda a responsabilidade
individual, familiar
(sim! Familiar) e colectiva.
Mas não é! Pelo contrário é,
tem de ser, mais interpelativa e
mais exigente para cada um de
nós e para cada um dos grupos
sociais e para o País como um
todo!
E a pergunta que todos temos
de nos fazer é esta: Como estou
eu a viver e a partilhar os custos
da crise?
E a pergunta para a sociedade
é esta: Quais os interesses
que estão a ser atendidos com
prioridade nas grandes decisões
colectivas?
Pegando na Suécia, de novo,
será que as prioridades colectivas
lá (e a consciência social de
cada indivíduo que daí, eventualmente,
decorre) serão as mesmas
que em Portugal?
Visitei, em Estocolmo, um
museu que contém um navio
enorme e impressionante, construído
no início do séc. XVII (!),
recuperado após mais de 3 séculos
enterrado na lama do fundo
do porto de Estocolmo, onde
se afundou logo na primeira viagem,
ainda mal tinha zarpado
(a viagem do Titanic durou mais!).
A causa próxima do afundamento
foi uma rajada de vento
que fez adornar o navio, dando
origem à entrada de água pelas
escotilhas abertas por onde saíam
várias dezenas de canhões.
Mas a causa remota, o “pecado
original” dessa causa próxima
e física, encontrei-a em duas
descrições relativas à construção
do navio.
Numa primeira inscrição, referia-
se que o Rei da Suécia fazia
questão em que não houvesse
atraso no lançamento do navio
e que ficaria muito desagradado
se tal viesse a suceder.
Numa segunda inscrição era
referido que o Rei, já depois do
navio em avançada construção,
quis que fosse aumentado o
número de canhões, obrigando
a uma redução da quantidade e
do posicionamento do balastro.
E assim… se afundou o Vasa
(o nome do navio). E quase assim
(a diferença foi no tempo de viagem,
mas também no desejo de
mostrar aos investidores que
seguiam a bordo o grande poder
e valor do navio) se afundou o
Titanic.
A que “príncipes” servimos?
JOSÉ AMADO DA SILVA
Economista

JotaB disse...

http://www.publico.pt/Política/jaime-gama-tem-despacho-para-parlamento-pagar-viagens-de-ines-de-medeiros-a-paris_1433247

A menina merece...nós pagamos!
Será que a menina não precisa de mais nada?!...

(mais uma vez…)

http://videos.sapo.pt/RSBlwE4Tw9cKYOiFtk6a

Força Emergente disse...

Amigo JotaB

De facto é oportuno

Clique aqui:
http://videos.sapo.pt/RSBlwE4Tw9cKYOiFtk6a

Diogo disse...

Lá fora acontece o mesmo que em Portugal. É a grande finança que controla, submete e mata.

Já que não sabemos quem é o «poder por trás do trono – os Rothchilds de hoje», ganhemos coragem e afrontemos directamente os «banqueiros portugueses» (na realidade, apenas gerentes de conta dos verdadeiros banqueiros internacionais), os políticos por conta e os jornalistas venais. Sem medo. A morrer já estamos nós e os nossos filhos.

JotaB disse...

SIC
Programa “Grande Reportagem”
"Corrupção: Crime sem Castigo"

http://sic.sapo.pt/online/noticias/programas/reportagem+sic/Artigos/Corrupcao+-+Crime+sem+Castigo+esta+teraa-feira+a+seguir+ao+Jornal+da+Noite.htm

Não esquecer o vídeo

Kruzes Kanhoto disse...

Pois. O Maddof em Portugal seria nomeado comendador...

Lusitano disse...

Caros
Amigos,
Vamos lá a ser realistas, mas acham porventura, que há assim tantos "heróis" que se queiram meter em aventuras contra o que quer que seja???
Caros confrades, desculpem que vos diga mas isso é pura ingenuidade, na realiadade nos estamos como estamos porquea a maioria do povo português é oportunista, hipócrita velhaco e cínico.
Independentemente daquilo em que descambou, o 25 de Abril de 74, só foi possível devido àquele célebre decreto 353/73 que desatinou as tropas, não fosse isso, e ainda o Marcelo Caetano ou qualquer outro seu sucessor estaria a governar, a tropa não se tinha mexido e o Zé Povinho continuava a meter o rabo entre as pernas e a rosnar baixinho, somos assim, não há remédio.
Não contem com o ovo no cu da galinha, porque afinal a galinha...é um galo!!!
Cumprimentos.

LUSITANO