segunda-feira, 24 de maio de 2010

Estado de incompreensão

Em cada dia que passa, mais dificuldade temos em compreender a evolução Politico e Psíquico-social deste País.
Melhor dito. Em cada dia que passa mais dificuldade temos em aceitar o comportamento dos políticos que têm feito o que querem e ainda ninguém está preso ou sequer acusado de crimes de lesa-pátria.
Sejamos claros com um só exemplo.
O presidente da republica, perante a situação de descalabro a que já chegámos, vem agora dizer que desde 2002 vem alertando para o agravamento da situação do País e as medidas erradas ou incorrectas que têm sido tomadas pelos responsáveis políticos.
Quando em 2005, alguns como nós, votaram em Cavaco Silva, era na esperança e no convencimento que iria estar na Presidência alguém com lucidez suficiente para poder criticar e opor-se mesmo ás decisões que considerasse gravosas ou mesmo irresponsáveis.
Acontece que passaram 5 anos, o País afundou-se e nunca vimos qualquer iniciativa ou atitude capaz de se opor ao descalabro que ano após ano se ia sentindo.
É mesmo estranho olharmos agora para essa figura quase patética, vir fazer afirmações destas.
Então o que é que esteve a fazer ?
Porque é que não agiu ?
Porque é que, sabendo que o País se estava a afundar, nunca tomou uma posição firme perante aquilo que já conhecia ?
Bem, nós sabemos de algumas inter-relações estabelecidas entre vários dos mais mediáticos agentes políticos, que os prendem a situações menos claras e normalmente envolvendo troca de favores ou favorecimentos.
Também sabemos o esforço feito por vários comentadores a soldo do sistema, que nos diversos órgãos de comunicação se esforçam por esclarecer o âmbito das funções presidenciais.
O que não entendemos é que a única coisa que ouvimos da Presidência é o apelo á ESTABILIDADE, quando aquilo que seria necessário era o apelo à REVOLTA.
Quando um Povo se afunda o que é necessário é REACÇÃO.
Quando a única coisa que nos propõem é pagarmos mais impostos para taparem os buracos que há mais de cinco anos vêm cavando, o que é preciso fazer é não pagar impostos. É dinheiro pura e simplesmente deitado à rua e só agravará mais a situação já difícil em que nos encontramos.
Para os que têm duvidas ou não entendem, estas medidas apenas terão um efeito de curto médio prazo e irão isso sim, gerar mais dificuldades á recuperação do sistema empresarial de base, ao comércio das pequenas e médias unidades, á criação de emprego e levarão mesmo á diminuição das receitas fiscais. Se nada se alterar e se ainda cá estivermos daqui por 4 anos, veremos as consequências destes incompetentes que a única coisa que são capazes de fazer é pegar no mais imediato, independentemente dos interesses do País.
É completamente falso que os investidores estejam, ou estivessem pendentes da tomada destas medidas.
Do que eles estão à espera, é de ver se o País se tornará ou não num Estado credível e capaz de responder perante as responsabilidades de pagamento dos créditos já assumidos.
Os analistas internacionais, as agências de "rating", ou os investidores, mais do que darem crédito a medidas avulsas, o que pretendem saber é se as políticas de fundo são credíveis e respondem ás necessidades de desenvolvimento e solvabilidade que futuramente será exigida.
Para isso era preciso que o País não fosse perdendo a credibilidade perante o Exterior.
No entanto o Estado Português só sobrevive porque está neste momento a ser suportado politica e economicamente pela União Europeia.
Quem vai passando os atestados sobre o nosso cumprimento são por enquanto a Alemanha e talvez a França. Isto só sucede pela necessidade de se prolongar a mistificação e o embuste que é a U.E.
Fomos enganados na sua génese e continuámos a ser aquando do chamado tratado de Lisboa. Esta Europa só serve no essencial á classe politica.
É o coito final para toda esta escumalha que vai desgastando Países e depois bebe o champanhe no recato de Bruxelas, Paris, ou Estrasburgo.
E nós por aqui continuamos de bandeja na mão.
posto por Carlos Luis

4 comentários:

Diogo disse...

Na América e em todo o lado passa-se o mesmo. O que é absolutamente necessário é que mais gente compreenda o papel vampiresco da Banca Internacional.

JotaB disse...

Ao aníbal de Boliqueime falta estatuto e, sobretudo, estatura para ocupar a Presidência da República.
Ao analisarmos o seu percurso e actuação políticas, constatamos o cumprimento de uma agenda pessoal que apenas visa a sua glorificação pessoal e a apropriação de mais uma reforma.
E os rabos-de-palha lembram-no, certamente, dos “cuidados” a que está obrigado.

As medidas de austeridade que nos irão ser impostas até 2013, não irão resolver o problema da dívida e das finanças públicas.
A dívida pública irá crescer cerca de 30 milhões de euros/dia, até final de 2013, crescendo mais cerca de 44,2 mil milhões até lá.
E que dizer da outra dívida pública que tem vindo a ser varrida para debaixo do tapete?! Falo das Empresas Públicas, das Empresas Municipais e das Parcerias Público-Privadas!
UM DIA A BOMBA IRÁ REBENTAR, MAS SERÁ TARDE DEMAIS.
Os ladrões, os responsáveis, já terão fugido e nós seremos vendidos como escravos aos credores!

JotaB disse...

Na minha aldeia, ainda criança, ouvia dizer que “os bons” vão morrendo, enquanto “os maus” ficam cá todos.
Aqui fica um artigo em memória de Saldanha Sanches:

CRÓNICAS SEM TÍTULO
Mal tinha acabado de pisar
o aeroporto de Lisboa, depois
de uma longa viagem de regresso
de um país onde se fala a
língua portuguesa, quando recebi
uma chamada de uma das
minhas filhas dando-me conta de que Saldanha
Sanches já não estava entre nós. Fiquei perplexo
e triste, confessando que essa notícia quebrou
parte do encanto da minha chegada ao país.
Sabia, por ele próprio, que estava afectado por
uma doença não fácil de curar, mas o à vontade
com que me escreveu sobre isso e também o
desejo que tinha de poder continuar a vê-lo, ouvir
e ler, faziam-me crer que o desfecho seria melhor.
Esperanças infundadas, afinal. Conheci o seu
nome na década de 60 quando, depois da clausura
de quatro anos na Academia Militar, antecedidos
de quase outros tantos num colégio de
instrução similar, me confrontei com o efervescente
ambiente estudantil da Universidade de
Lisboa, no Instituto Superior Técnico. Nos extensos
muros que o circundavam estavam escritas
palavras de ordem e nomes de estudantes, símbolos
do antagonismo entre as políticas do governo
de então e a Universidade. Num desses muros
lia-se “Libertem Saldanha Sanches”.
Este estudante militante de causas políticas
claras, estava preso por se revelar activamente
contrário ao regime que impedia o país de conviver
com as liberdades públicas e que defendia
ao mesmo tempo, a continuação da guerra em
África, uma guerra já sem sentido e sem previsível
fim. Com o tempo percebi as razões de Saldanha
Sanches, ficando também a saber quem
era esse estudante de direito que, tendo sido militante
do PCP, veio depois a ser dirigente do MRPP,
movimento que atraía para as suas fileiras, especialmente
depois do 25 de Abril, jovens particularmente
determinados a combater as tentativas
hegemónicas do próprio PCP.
Mais tarde tive a oportunidade de o conhecer
de mais perto, não só através dos programas
de televisão em que participava e dos escritos
em revistas e jornais, mas também noutras circunstâncias
relacionadas com a sua actividade
profissional. Para além disso, tive o privilégio de
com ele privar à mesa, ainda que poucas vezes,
tendo-me isso proporcionado um melhor conhecimento
da sua maneira de ser. Ao último convite
que lhe fiz, há poucos meses atrás, para vir
à Nerlei fazer uma intervenção pública, respondeu-
me que tinha pena de não poder, explicando
porquê. Ficaria para depois. Não ficou. O destino
assim não quis.
De Saldanha Sanches fica-nos o registo, pouco
comum, do seu exemplo de independência,
de coragem, de seriedade e rigor e do seu amor
ao país. Fica-nos a recordação da sua firmeza
de carácter combinada com uma exemplar complacência
para ouvir os que dele discordavam.
Fica-nos a imagem do seu sorriso de criança.
Fica-nos, ainda, a memória do seu saber e da
sua disponibilidade. A saudade e o respeito. Fica-nos
principalmente o exemplo. _
José Ribeiro Vieira
(Director do Jornal de Leiria)

Lusitano disse...

Ò Rapaziada,
Andam alguns de vocês para aqui a falar das fufas e dos fufos e os vossos queridos deputados decidiram aumentar o Orçamento do Parlatório Nacional em mais 7 milhões de Euros, até para decoração há uma verba extra.
Oh! Meus amigos, vão mas é passear o Bobby, que isto já deu o que tinha a dar, e é melhor irem engordando as animálias lá de casa, que isto da maneira como vai, ainda vão ter serventia para uns almoçozitos, à falta de melhor...
Olhem que os chineses comem cão e parece que gostam, e ainda não morreram.
Divirtam-se que eu vou à procura do meu tareco, que um dia destes ainda vira lebre!!!
Cumprimentos e divirtam-se que a vida são dois dias.

LUSITANO

Para lerem e ouvirem, aqui:

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Orcamento-da-AR-aumenta-em-tempo-de-crise.rtp&headline=46&visual=9&article=347223&tm=9