terça-feira, 29 de junho de 2010

Discriminações Positivas Versus Isenções

Colocam-se portagens nas SCUT's, não se colocam portagens nas SCUT's, é legal, não é legal, é caro, não é caro, deve ser isenta para residentes, não deve ser isenta para residentes, é com chip, não é com chip, é com Via Verde, não é com Via Verde, é dispendioso construir portagens, não é dispendioso construir portagens, é anti-constitucional, não é anti-constitucional, não há alternativas de rotas, há alternativas de rotas...

Enfim, os políticos resolveram trazer para a rua as suas discussões da Assembleia da República.

O resultado é, mais uma vez a descridibilização de Pedro Passos Coelho, que não pode estar dentro da Assembleia da República a discutir estes assuntos de Estado, porque não tem legitimidade para o fazer (enquanto assessor e secretário de Sócrates). E a questão começa precisamente aí. Passos Coelho continua a confundir o seu cargo de líder do PSD com o de assessor do Primeiro-ministro.

E por isso mesmo veio ontem dizer à televisão que o problema das SCUT's é que não podemos confundir a "discriminação positiva" com "isenção" para os residentes. Ou seja o Governo PS queria isentar os residentes, mas Passos Coelho "crê" que estes deveriam pagar qualquer coisa, para não se ficarem a rir...

É curiosa esta política de portagens, quando estamos ao lado de um país onde nuestros hermanos se recusam pagar portagens, pura e simplesmente. Em Espanha as portagens existentes contam-se pelos dedos das mãos, mas em Portugal o Governo, seja lá qual for, põe todos os meios a contribuirem para os cofres do Estado (portagens, multas das polícias e da ASAE, multas das Finanças e Segurança Social) como fontes de receita...

Há muito que a Constituição Portuguesa foi feita refém dos deputados que trabalham na Assembleia da República, foi violada de todas as formas possíveis, arrastada por entre o povo, apedrejada e queimada na pira da praça pública, a mesma pira que a Inquisição usava para queimar os hereges, ou seja, os que não eram a favor dos estados totalitários corruptos que apenas defendem os interesses das elites que gerem os milhões provenientes da maior e mais antiga forma de engordar os corruptos: os impostos...!!! Para depois estes os gastarem aos milhões em despesas e corrupção a seu bel-prazer...

posto por Pedro Duarte

2 comentários:

Daniel Santos disse...

De forma participativa e de bom cidadão, gostaria de lançar para a discussão a minha lista de municípios a serem isentados do pagamento das portagens nas Scut:

1 - Todos.

2 - Os restantes.

JotaB disse...

Artigo semanal do DIRECTOR do JORNAL DE LEIRIA:

CRÓNICAS SEM TÍTULO
Começa agora a falar-se,
com alguma insistência, na
reorganização política e administrativa
do território, admitindo-
se a eventual redução
do excessivo e injustificável
número de concelhos e de freguesias que o país
tem. Esta preocupação resultará da absoluta necessidade
de reduzir as despesas de funcionamento
do Estado, condição essencial para que o país
possa crescer com valores do PIB superiores a 1%
ao ano e, dessa forma, sair da recessão. As empresas
só por si não podem fazer subir o crescimento
económico para níveis de 3 a 4%, por muito
eficientes que possam ser.
Pouco ou nada se tem falado, porém, na reorganização
do território a nível superior, onde se
incluem o número de ministérios, secretarias de
estado e de tantos institutos e delegações, parte
deles desnecessários, como se não falou também
da razoabilidade da existência dos distritos e das
comissões de coordenação. Bastaria existirem os
primeiros. Os “donos” do país, que são neste caso
os partidos políticos, a Assembleia da República
e o próprio Chefe de Estado, têm a obrigação
patriótica de fazer esta reforma. Aliás o envolvimento
do Presidente da Republica será essencial
neste domínio, a não ser que esta questão seja
por ele considerada como menos importante do
que a localização do novo aeroporto transferido,
por interesses vários, da Ota para Alcochete. Não
será necessário para se fazer a reforma da administração
pública e do ordenamento do território
que haja referendos à regionalização. Já um foi
chumbado e outros o serão. Políticos, já temos a
mais. O que é preciso é determinação e vontade
do Estado, sendo o Estado neste caso, o seu próprio
“chefe” e os partidos políticos, bastando que
o queiram o PS e o PSD. Esqueçam a regionalização.
É uma fuga para a frente, contra o tempo.
Não acredito, porém, que os partidos sejam
capazes de pegar e levar até ao fim esta Reforma
essencial para o seu futuro porque, para o fazerem,
teriam de ter a coragem dos navegadores
que fizeram Portugal grande há 500 anos. E estar
também disponíveis para acabar com boa parte
do emprego partidário que as estruturas públicas
hoje dão. Para resolver os problemas do país é
mais fácil, aparentemente, aumentar os impostos
e penalizar os que investem e trabalham, como
acontece particularmente no Alentejo, que agora
conheço melhor, do que fomentar o emprego
e a ocupação dos que estão desempregados. Uns
porque, de facto, não encontram trabalho, outros
porque preferem receber subsidio de desemprego
ou fazer formação, muitas vezes só para “inglês
ver”, servindo isso, principalmente, para alimentar
o ócio e a preguiça em nome de um Estado
Social que de justo, só pouco pode ter. Não por
falta de políticas de protecção social, mas por
ser desorganizado e perdulário, gastando onde
não deve, o que não tem. Será que só poderá
haver reformas na Saúde e na Educação, onde os
lobbies são, apesar de tudo, mais corporativos do
que partidários? Se não é assim, parece.
José Ribeiro Vieira