Nesta terça-feira, dia 7 de Setembro, Nigel Farage, deputado inglês, atacou na Comissão Europeia o Presidente José Manuel Durão Barroso, a quem chamou de presidente não eleito, criticando a falta de rumo da Comissão e da UE:
Excelente contributo de Nigel Farage. Quem tiver oportunidade de ver e escutar algumas das intervenções deste deputado, ficará a conhecer melhor aquilo que também entendemos como conceito de DEMOCRACIA. O que agora temos por aqui e também no resto da Europa pouco tem a ver com esse Estatuto, as suas regras e objectivos. Fomos vitimas de um embuste monumental e contra isso teremos de encontrar uma solução. A força e o brilhantismo de Nigel Farage poderá ser um factor importante em futuros desenvolvimentos que fatalmente se terão de produzir. Parabens ao Pedro por ter trazido até nós este importante documento.
Crónica semanal de Henrique Neto, publicada no semanário Jornal de Leiria:
Crónicas sobre o futuro
José Sócrates, primeiro-ministro do PSD
(Os actuais dirigentes do PS movem-se por interesses e não por programas ou ideais políticos)
Pedro Passos Coelho afirmou recentemente que o Governo do PS não caiu já porque ele não quis. O que sendo verdade não é a verdade toda. Poderia ter acrescentado que não quis porque José Sócrates é, de facto, o primeiro ministro do PSD. Seja porque aplica as politicas em que o PSD acredita e em que a sua base social se revê, seja porque, com pequenas nuances de diferença, o Governo do PS serve a maioria dos interesses, legítimos e ilegítimos, dos barões do PSD. Essa é a razão porque Pedro Passos Coelho se reúne sempre com José Sócrates sozinho e sem a presença de terceiros. O que tratam nessas reuniões não pode ser conhecido. É evidente que os leitores estão agora a pensar: então e as propostas de revisão constitucional? Caros leitores, não é preciso ser Maquiavel para compreender que a revisão constitucional é a demonstração clara de que os dois líderes estão preocupados de que a sintonia entre ambos possa surgir aos olhos da opinião pública como excessiva e nada melhor para marcar a diferença do que uma proposta que ambos sabem não ter condições para ser aprovada no Parlamento. Daí que muito gente não tenha compreendido o objectivo de Pedro Passos Coelho, de iniciar o processo de revisão constitucional sem grande margem de sucesso. O líder do PSD não é um génio, mas sabe bem que com a revisão constitucional conseguiu duas coisas: satisfazer os sectores mais liberais do seu partido e esconder da opinião pública que José Sócrates é, de facto, o primeiro ministro que lhes interessa.
Claro que a vida é cheia de contradições e existem sempre ambições pessoais, em primeiro lugar as ambições do próprio Passos Coelho, e surtos emocionais que podem complicar este arranjo. É nisso que pensa o Professor Marcelo Rebelo de Sousa quando aconselha calma ao líder do PSD, sugerindo- lhe, de forma indirecta, que mantenha, nos próximos tempos, José Sócrates em funções. São avisos para Passos Coelho, mas também para a generalidade dos militantes e dirigentes do PSD, que podem desalinhar e comprometer os objectivos e os interesses do partido. Em condições normais estes objectivos do PSD seriam inaceitáveis para o PS e para a afirmação do seu programa na sociedade portuguesa. Várias razões concorrem para que assim não seja: os actuais dirigentes do PS movem-se por interesses e não por programas ou ideais políticos; nenhum outro líder do PS serviria melhor do que José Sócrates, e de forma mais competente, este objectivo da sua direcção; dada a longa ausência de debate político, de renovação de ideias e de novos militantes com qualidade, o PS é hoje um partido envelhecido e sem energia, nem pessoas, para arrancar Portugal do atoleiro em que a actual direcção o meteu. Aliás, esta será a outra razão que poderá levar o PSD a querer substituir o PS no Governo, por considerar que o PS não é suficientemente competente para manter o País, no mínimo, governável. A rentrée politica do PS, feita este ano em duas doses, é o exemplo claro desse envelhecimento do partido. José Sócrates sozinho e com o partido às costas, a fazer o seu habitual número acerca do sucesso das politicas governamentais e do milagre do próximo Orçamento do Estado, sem qualquer pudor ou respeito pela realidade nacional e pela vida cada vez mais difícil da maioria dos portugueses, alheado por completo da insustentabilidade económica e financeira do País. Com alguma razão disse Paulo Portas não ter havido na intervenção nenhuma ideia, ou uma qualquer proposta, para o futuro próximo da governação. Finalmente, Cavaco Silva, que foi o iniciador e o principal responsável pelo caminho que conduziu Portugal até aqui, dirige, a partir de Belém, este bloco central, implícito e não expresso, estando nas suas mãos a continuação do actual primeiro ministro, sendo ele a decidir o momento em que considere ultrapassado o prazo de validade de José Sócrates
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3 comentários:
Excelente contributo de Nigel Farage.
Quem tiver oportunidade de ver e escutar algumas das intervenções deste deputado, ficará a conhecer melhor aquilo que também entendemos como conceito de DEMOCRACIA.
O que agora temos por aqui e também no resto da Europa pouco tem a ver com esse Estatuto, as suas regras e objectivos.
Fomos vitimas de um embuste monumental e contra isso teremos de encontrar uma solução.
A força e o brilhantismo de Nigel Farage poderá ser um factor importante em futuros desenvolvimentos que fatalmente se terão de produzir.
Parabens ao Pedro por ter trazido até nós este importante documento.
Crónica semanal de Henrique Neto, publicada no semanário Jornal de Leiria:
Crónicas sobre o futuro
José Sócrates, primeiro-ministro do PSD
(Os actuais dirigentes do PS movem-se por interesses e não por programas ou ideais políticos)
Pedro Passos Coelho
afirmou recentemente
que o Governo
do PS não caiu
já porque ele não
quis. O que sendo verdade não
é a verdade toda. Poderia ter
acrescentado que não quis porque
José Sócrates é, de facto,
o primeiro ministro do PSD.
Seja porque aplica as politicas
em que o PSD acredita e em que
a sua base social se revê, seja
porque, com pequenas nuances
de diferença, o Governo do PS
serve a maioria dos interesses,
legítimos e ilegítimos, dos barões
do PSD. Essa é a razão porque
Pedro Passos Coelho se reúne
sempre com José Sócrates sozinho
e sem a presença de terceiros.
O que tratam nessas reuniões
não pode ser conhecido.
É evidente que os leitores
estão agora a pensar: então e
as propostas de revisão constitucional?
Caros leitores, não é
preciso ser Maquiavel para compreender
que a revisão constitucional
é a demonstração clara
de que os dois líderes estão
preocupados de que a sintonia
entre ambos possa surgir aos
olhos da opinião pública como
excessiva e nada melhor para
marcar a diferença do que uma
proposta que ambos sabem não
ter condições para ser aprovada
no Parlamento. Daí que muito
gente não tenha compreendido
o objectivo de Pedro Passos
Coelho, de iniciar o processo
de revisão constitucional
sem grande margem de sucesso.
O líder do PSD não é um
génio, mas sabe bem que com
a revisão constitucional conseguiu
duas coisas: satisfazer os
sectores mais liberais do seu
partido e esconder da opinião
pública que José Sócrates é, de
facto, o primeiro ministro que
lhes interessa.
(continua...)
Claro que a vida é cheia de
contradições e existem sempre
ambições pessoais, em primeiro
lugar as ambições do próprio
Passos Coelho, e surtos
emocionais que podem complicar
este arranjo. É nisso que
pensa o Professor Marcelo Rebelo
de Sousa quando aconselha
calma ao líder do PSD, sugerindo-
lhe, de forma indirecta,
que mantenha, nos próximos
tempos, José Sócrates em funções.
São avisos para Passos
Coelho, mas também para a
generalidade dos militantes e
dirigentes do PSD, que podem
desalinhar e comprometer os
objectivos e os interesses do
partido.
Em condições normais estes
objectivos do PSD seriam inaceitáveis
para o PS e para a afirmação
do seu programa na
sociedade portuguesa. Várias
razões concorrem para que assim
não seja: os actuais dirigentes
do PS movem-se por interesses
e não por programas ou
ideais políticos; nenhum outro
líder do PS serviria melhor do
que José Sócrates, e de forma
mais competente, este objectivo
da sua direcção; dada a longa
ausência de debate político,
de renovação de ideias e de
novos militantes com qualidade,
o PS é hoje um partido
envelhecido e sem energia, nem
pessoas, para arrancar Portugal
do atoleiro em que a actual
direcção o meteu. Aliás, esta
será a outra razão que poderá
levar o PSD a querer substituir
o PS no Governo, por considerar
que o PS não é suficientemente
competente para manter
o País, no mínimo, governável.
A rentrée politica do PS, feita
este ano em duas doses, é o
exemplo claro desse envelhecimento
do partido. José Sócrates
sozinho e com o partido às
costas, a fazer o seu habitual
número acerca do sucesso das
politicas governamentais e do
milagre do próximo Orçamento
do Estado, sem qualquer pudor
ou respeito pela realidade nacional
e pela vida cada vez mais
difícil da maioria dos portugueses,
alheado por completo
da insustentabilidade económica
e financeira do País. Com
alguma razão disse Paulo Portas
não ter havido na intervenção
nenhuma ideia, ou uma
qualquer proposta, para o futuro
próximo da governação.
Finalmente, Cavaco Silva,
que foi o iniciador e o principal
responsável pelo caminho
que conduziu Portugal até aqui,
dirige, a partir de Belém, este
bloco central, implícito e não
expresso, estando nas suas mãos
a continuação do actual primeiro
ministro, sendo ele a decidir
o momento em que considere
ultrapassado o prazo de
validade de José Sócrates
HENRIQUE NETO
empresário
netohenrique8@gmail.com
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