quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Raíz do Mal

Tivemos dúvidas sobre este titulo. Talvez se aplicasse melhor a "marcha atrás".
Isto porque aqui há uns anos a Europa resolveu ajudar alguns dos Países mais atrasados que iam integrando a U.E., fornecendo meios financeiros para a execução de projectos estruturantes tanto para o sector privado como para o sector publico.
Quiseram puxar-nos para a frente. Para junto dos mais desenvolvidos, dos mais prósperos, com melhores níveis educacionais, com sistemas políticos mais representativos e mais responsáveis perante os cidadãos.
Pensavam que nos estavam a permitir avançar e evoluir.
Como julgavam que estavam a lidar com gente séria, não foram cuidadosos na atribuição e encaminhamento de verbas que nos foram fazendo chegar.

Os anos passaram e para lá de algumas estradas e muitas rotundas, a formação dos portugueses foi nula, o Estado não se alterou, os desníveis sociais são cada vez maiores, a economia está á beira do colapso total, os desempregados em breve irão começar a "agradecer" a linda situação em que foram colocados e...... pasme-se .........Portugal conseguiu descer para o último lugar no concerto dos Países que integram a União Europeia.
Ver dados da OCDE no Site da Força Emergente.

Aqui chegados bem se poderia dizer que o titulo deveria ser marcha atrás.
Mas....ainda não acabámos.
A Europa ainda nos mima com mais uns dinheiros, designados por F.P.A.P.C., a integrar num programa a que chamaram QREN, para o qual puseram um prazo e um lote de realizações a cumprir.
E é aqui que surge a Raiz do Mal, ou seja a classe política que infesta o País.
Com efeito, as estruturas empresariais privadas em processo de rápido desmantelamento e a orgânica de gestão publica, não conseguem sequer definir e aplicar as verbas consignadas para a realização do previsto nos vários programas deste Quadro de Apoios.
Após dois anos de execução, apenas 25% dos fundos foram aplicados. O País não só passou para o fim da tabela, como conseguiram desfibrar a espinha dorsal de um Povo, que de manso passou a adormecido.

Caros amigos, qualquer um pode ser político, chegar mesmo a primeiro ministro mesmo sendo incompetente, mentiroso, incapaz e irresponsável, tal como aquele que ainda temos. O que já não se admite é que aqueles que vão percebendo o embuste em que se caiu não façam nada.
Para onde é que pensam que vão as verbas ainda não aplicadas ?
Para onde é que pensam que foram as verbas já aplicadas ?
Quem é quer quer saber as verdadeiras responsabilidades já assumidas pelo Estado e que nos irão surgir mais á frente?
Quem é que vai subscrever títulos de Dívida Publica ?
Quem é que vai permitir que continue esta bandalheira ?
Será que esta gente mais esclarecida apenas quer continuar refugiada nos blogues à espera que meia dúzia dê o corpo ao manifesto ?
Quem é que ainda não percebeu que já estamos de novo em recessão ?
Estamos á espera de quê ? Que o Passos Coelho resolva o problema ? Que o António Costa substitua o socrates ?
Estamos apenas a atrasar a recuperação do País.
Estes políticos não têm ideias nem capacidade para fazer evoluir o Sistema que já está esgotado. Tudo isto é pura ilusão. O facto de serem melhores pessoas não faz deles os políticos que se necessitam para fazer a ruptura que se impõe.

Temos que gerar um vasto movimento que imponha a revisão das leis eleitorais.
O Sistema politico virá por acréscimo.
Isto, será nossa obrigação fazê-lo e em consequência forçar a tomada de medidas de excepção.
Contudo se nada fizermos nada se irá alterar e a Raiz do Mal continuará a gerar novas sementes que nada de bom trarão ao País.
Quer continuar a afundar-se ?

posto por Carlos Luis

5 comentários:

Diogo disse...

Os dinheiros (uma diminuta percentagem dos custos) que vêm de Bruxelas (o que é Bruxelas?), destinam-se a estoirar as economias nacionais e a fazer uma barbaridade de obras inúteis das quais os grandes beneficiários são os bancos. «Bruxelas» representa simplesmente o monopólio bancário.

Lusitano disse...

Caros Amigos,
Não tenham ilusões, Portugal não está no estado em que está por termos maus políticos, nós, estamos como estamos, porque não prestamos para nada como povo, temos um comportamento bovino, andamos em manada com a cabeça baixa, não passamos de escravos obedientes e estúpidos, não temos vontade nem amor-próprio, pois se o tivéssemos nunca esta matilha política poria os pés aonde está, mas, que se há-de fazer, somos verdadeiros "artistas portugueses"???!!!
Cumprimentos.

LUSITANO

JotaB disse...

Artigo de Henrique Neto, publicado no Jornal de Leiria de hoje (08 de Abril):

Crónicas sobre o futuro
O determinismo do progresso económico
A semana passada escrevi
que o grande desafio
que a Europa
enfrenta é o de saber
se é possível conciliar
o chamado modelo social europeu
com a liberdade de comércio
e com a livre movimentação de
pessoas e de capitais. Muitas pessoas
pensam que não é possível e
que mais tarde ou mais cedo haverá
uma redução drástica dos direitos
adquiridos pelos europeus,
enquanto outros consideram inevitável
um movimento proteccionista.
De facto, continuar tudo como
está não será possível. Tenho escrito
que a deslocalização de sectores
inteiros das economias do ocidente
para a China e para outros
países da região, onde em presença
de um stock de mão-de-obra
praticamente inesgotável, haverá
uma limitação natural ao crescimento
dos salários e do poder de
compra e as condições políticas
existentes reduzirão fortemente a
capacidade de reivindicação dos
trabalhadores por melhores condições
de trabalho e de vida. O que,
em conjunto com uma logística
quase perfeita destinada à exportação,
o baixo custo dos transportes
e a existência de estratégias
financeiras para manter baixo o
valor de troca da moeda e de facilitar
o investimento produtivo, tornam
a China um produtor mundial
imbatível. Além disso, beneficia
dos critérios ideológicos liberais
de uma parte importante dos
governos da Europa e dos Estados
Unidos.
A semana passada foi anunciada
a compra da empresa sueca
Volvo por um fabricante chinês de
automóveis de má qualidade, aquisição
que revela a força da ideologia
dominante, mesmo na Suécia,
o que a seguir à compra da Jaguar
pela indiana Tata, mostra a fraqueza
do pensamento dos dirigentes
políticos e dos empresários europeus.
Permitir que as empresas da
China e da Índia tenham acesso
fácil e barato ao melhor que existe
na tecnologia e no conhecimento
do negócio automóvel na Europa
é simplesmente suicidário. Principalmente
quando, nas actuais condições
da economia mundial, bastará
o enfraquecimento de dois sectores
industriais europeus – automóvel
e equipamentos industriais
– para desequilibrar a economia
europeia de forma, a meu ver, insustentável
e irreversível.

(Continua...)

JotaB disse...

(...Continuação)

A tese que justifica a passividade
europeia baseia-se na concepção
de que a perda de sectores
da economia europeia para os chineses
e indianos será compensada
pela criação de novas empresas de
sectores, tecnologias e serviços mais
avançados. Esta tese tem a sua origem
na realidade histórica, em que
a fase agrícola foi substituída com
vantagem pela era industrial, que
o trabalho manual deu lugar à
máquina sem prejuízo do desenvolvimento
económico e com uma
imensa melhoria da qualidade de
vida dos europeus e que até agora
a economia do conhecimento e
dos serviços substituiu com sucesso
a indústria.
Sem deixar de reconhecer a validade
histórica desta tese, a questão
que se coloca hoje é a de saber
se essa evolução, que se baseia
num certo determinismo histórico
do progresso sem fim, se poderá
manter no futuro, ou seja, se a
curva do crescimento económico
pode continuar de forma ascendente
até ao infinito. Ou se, pelo
contrário, a curva do progresso
contínuo terá um fim, ou, no mínimo,
uma redução suficiente para
colocar em causa o modelo social
europeu.
O desemprego é hoje o maior
desafio que a Europa enfrenta e
até agora tudo indica que as novas
empresas dos novos sectores da
economia do conhecimento e da
informação, empregam muito
menos pessoas do que as empresas
industriais, mesmo as mais
avançadas. Por exemplo, comparando
a Google com a Caterpillar,
com capitais semelhantes
e com um número elevado de
patentes – 350 para a Google e
3800 para a Caterpillar – a Google
emprega apenas 20 mil pessoas
para 110 mil da Caterpillar.
O que justifica o elevado desemprego
na Europa, porque empresas
da chamada nova economia
empregam menos trabalhadores
do que as empresas tradicionais,
mesmo quando se trata de empresas
tecnologicamente avançadas,
como é o caso da Caterpillar, o
que é indicado pelo número de
patentes. Voltaremos a este tema
na próxima semana, procurando
demonstrar que é preciso repensar
o modelo económico e os
actuais critérios seguidos pelos
governos europeus.
HENRIQUE NETO
empresário
netohenrique8@gmail.com

Lusitano disse...

Caros Amigos,
Henrique Neto, apenas diz aquilo que entra pelos olhos adentro de qualquer pessoa com bom senso, o mesmo venho eu dizendo há muitos anos, tendo-me valido já a acusação, por parte de pessoas sem nada na cabeça, de xenófobo, como se defender a Economia dum país tenha alguma coisa a ver com xenofobia, mas quem semeia esses ventos anti-nacionais pode ser que um dia perceba o que é realmente a xenofobia quando o destino do Mundo mudar de mãos e outras gentes, não sejam tão tolerantes e estúpidas quanto alguns de nós, passarem a mandar nos nossos destinos, talvez já não falte muito.
Cumprimentos.

LUSITANO