sábado, 8 de maio de 2010

Afronta ao Povo Português

Questionado em Paris se receava contestação a novas medidas restritivas que fossem implementadas, essa abencerragem politica que incrivelmente continua a ser primeiro ministro, disse com toda a desfaçatez de que só os imbecis são capazes:
Não tenho qualquer receio !!!
Isto, em linguagem corrente, tem de ser entendido desta forma;
Estou-me cagando ( peço desculpa do termo, mas só pode ser este ) para esse monte de merda ( volto a pedir desculpa ) que é o povo Português. "Traduzido por miúdos" é o que este personagem pensa das gentes que por aqui habitam.
Embora me custe a aceitar, até parece que o "homem" está seguro naquilo que disse.
Se calhar até tem a certeza.
Provavelmente nem se engana.
Isto é de facto uma afronta, mas está feita á medida deste povo embrutecido e atarantado, que continua a sentir-se bem de canga ao pescoço e nem para se coçar a tira.

Mas nós, os outros, que nos julgamos mais espertos e entendidos, que escrevemos e emitimos opiniões em colunas de jornais e em blogues, que deixamos por vezes transparecer raiva e revolta, que julgamos ter capacidade de análise e entendimento da situação em que nos encontramos e para onde estamos a caminhar, sim...nós.....o que é que fazemos ? ? ?
NADA.
Somos nós que aceitamos estas afrontas de forma passiva.
Os "outros" se calhar nem as entendem.
É a nós que compete tomar posição.
É a nós que compete agrupar todos os que não querem viver o futuro negro que se aproxima.
É nosso dever enquanto cidadãos e gente esclarecida, perguntar.
Porque é que ninguém vem para a rua expressar a revolta que nos grassa na alma.
Ou simplesmente falar.
Ou apenas demonstrar que não aceitamos mais este comportamento de desprezo, com que sistematicamente somos tratados.
Onde é que estão os homens do Norte, carago!!!

Já não há homens.
Continua pra frente, josé. Chama-nos burros, pois de facto os imbecis somos nós.
Desculpa se alguma vez te ofendemos.
Quando fomos a S.Bento entregar a carta a solicitar que te demitisses, era só uma brincadeira, pá !
Olha.....avança com aquilo que te parece conveniente e esquece estes merdosos que como nós nunca conseguiram ver o alcance da tua genialidade enquanto gestor e governante.
Agora finalmente compreendi que tens uma Missão a cumprir.
Acabar o mais rapidamente possível com este País !
E tu vais conseguir.

posto por Carlos Luís

12 comentários:

JotaB disse...

Não posso deixar de, também, manifestar a minha indignação pelas palavras de afronta que, o ainda 1º ministro, proferiu em França.
Chegou a hora de dizermos BASTA, a esta canalha.
Basta um LÍDER que diga que é preciso agir. A REVOLTA paira no ar. Basta uma pequena chispa.

Deixo aqui alguns artigos jornalísticos, de Alexandra Barata, publicados no Jornal de Leiria desta semana:


Perigo de explosão social paira no ar
Sentimentos de indignação e revolta crescem entre pessoas com menos rendimentos

O agravamento das condições sociais no País, em consequência do encerramento de empresas e do aumento do desemprego, está a criar sentimentos de indignação e revolta nas classes mais desfavorecidas. Os casos de fome e de prostituição estão a aumentar e o desespero é evidente. Teme-se o risco de explosão social

O risco de explosão social volta a estar na ordem do dia, na sequência do agravamento das condições de vida dos portugueses, a quem está a ser pedido um esforço adicional para o País conseguir equilibrar as contas públicas. Apesar de estarem habituados a fazer sacrifícios, os portugueses que vivem com mais dificuldades sentem-se revoltados com o acentuar das desigualdades sociais.
Se dúvidas houvesse, um estudo sobre Salários, Políticas Macroeconómicas e Desigualdades, da CGTP, a que o Diário de Notícias teve acesso, garante que o número de trabalhadores a receber o salário mínimo duplicou desde 2006. A explicação avançada tem a ver com a crise e com o desemprego elevado, que conduz à redução dos ordenados. Nesse sentido, calcula-se que cerca de 342 mil trabalhadores por conta de outrem recebam o salário mínimo, no valor de 475 euros.
Em contrapartida, os salários auferidos por alguns gestores de empresas públicas ou onde o Estado tem participação não deixam ninguém indiferente. Paulo Macedo, ex-director de Finanças, foi o primeiro caso a instalar a polémica. Mais recentemente, o assunto voltou a causar indignação com a divulgação do ordenado de António Mexia, da EDP. “Os 3.1 milhões euros que António Mexia ganhou num ano, como prémio de desempenho, significa que ganhou em cada mês 25 anos de salário médio de cada português, mais do que o presidente da Microsoft, a maior empresa do mundo”, denunciou Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda (BE), num encontro no Entroncamento, refere o núcleo do BE em Olhão.
Estas diferenças abismais de ordenados geram um sentimento de revolta nas pessoas das classes mais desfavorecidas, sobretudo aquelas com ordenados em atraso ou em situação de desemprego, ou seja, 10.5% da população portuguesa. Kalidás Barreto, técnico oficial de contas e sindicalista de Castanheira de Pera, manifesta preocupação em relação a uma eventual explosão social. “Todo este clima vai enfurecendo as pessoas. Não sei se são simples desabafos, mas as condições vão-se criando. Há salários em atraso, desemprego e começa a haver fome. Duas pessoas distintas comentaram comigo que estão dispostas a roubar ou a matar no dia em que os filhos deixarem de ter o que comer.”

JotaB disse...

Ambiente de hostilidade

“Temos gestores de empresas públicas a receber valores brutais e prémios fabulosos e, depois, temos trabalhadores que não têm o mínimo nem reformas que dêem para viver”, denuncia Kalidás Barreto. “Esta situação é dramática e tem de ser tratada com muita seriedade e com muita calma. Está a criar-se um ambiente de hostilidade”, avisa.
José Humberto de Sousa, coordenador da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria (USDL), confirma os sentimentos de indignação, desespero e desânimo. O dirigente sindical conta o caso de um desempregado que, há cerca de três anos, se tentou suicidar na sede da USDL, porque não estava a receber subsídio há cinco meses e tinha dois filhos a seu cargo. Recentemente, voltou a contactar o sindicato para pedir ajuda, pois o subsídio estava a acabar.
“O fundo de desemprego está--se a acabar. Esse é que é o problema. Noutro dia, passei pelo centro da cidade e vi pessoas, acompanhadas por crianças, a remexer nos caixotes do lixo. E nem sequer estavam mal vestidas. Este problema está a atingir a classe média e os reformados”, avisa José Humberto de Sousa. “Há uma miséria enorme escondida atrás da porta das pessoas.”
O coordenador da USDL acredita que o “grito de revolta” pode estar iminente. E diz que o sentiu na pele, recentemente, durante um plenário em Peniche com 500 mulheres. “Se eu lhes pedisse, elas revoltavam-se ali no momento”, garante. “As pessoas deixaram de acreditar. Estão no limiar da pobreza. Uma semana ou duas antes do fim do mês já não têm dinheiro.”



Fome e prostituição

“´Qualquer dia, vou roubar´ é uma expressão que se ouve cada vez mais”, assegura José Humberto de Sousa. “Há quatro ou cinco anos, não se viam desaparecer coisas, como sucede hoje: galinhas e patos”, exemplifica. O dirigente sindical refere ainda como consequência da crise o “aumento considerável” da prostituição, sobretudo na zona da Marinha Grande e da Benedita. “Está a voltar com uma força enorme, devido às dificuldades das pessoas.”
António Costa Pinto, politólogo, não acredita que Portugal corra riscos de ter uma ruptura social. “O passado permite-nos dizer que o grau de conflituosidade social em Portugal não é muito elevado, nem nunca foi”, argumenta. Admite, contudo, que poderá haver um “endurecimento” das atitudes das pessoas mais afectadas pela crise.
No sentido de evitar que isso suceda, António Costa Pinto defende que“a elite tem de partilhar os sacrifícios”. “É importante que os nossos dirigentes façam acompanhar esse plano de austeridade por um discurso e práticas políticas que levem toda a sociedade a assumir esse esforço.”
O politólogo, alerta, contudo, que as medidas que terão de ser tomadas nos próximos tempos vão conduzir a uma diminuição do salário real, quer no sector público quer no sector privado. “As condições de vida dos portugueses vão agravar-se.”

JotaB disse...

Sinais de riqueza indignam classes mais desfavorecidas

A situação económica e financeira do País é encarada, cada vez mais, com apreensão pelos portugueses que sentiram o seu poder de compra diminuir nos últimos anos e temem que a situação se agrave, devido ao encerramento de empresas e ao aumento do desemprego. Os sinais exteriores de riqueza, num período em que é pedido um esforço adicional, geram sentimentos de indignação e revolta.
Márcia Cardoso, advogada em Leiria, refere o caso de um empresário que convocou uma reunião com os trabalhadores para os informar que ia encerrar a fábrica e compareceu no local com o seu novo BMW descapotável. Situações como estas são mais comuns do que se possa imaginar e só acontecem porque a lei protege o património pessoal dos empresários, mesmo que tenham salários em atraso e dívidas a fornecedores.
Manuel Azenha, também advogado em Leiria, explica que só se pode penhorar os bens pessoais quando há pagamentos em atraso às Finanças e à Segurança Social. “Nesses casos, o Estado pode reverter as dívidas para os sócios. Os empresários podem deixar de pagar a toda a gente, desde que continuem a pagar ao Estado.” Contudo, não é preciso muita arte para fintar o Estado. O procedimento mais comum passa por pôr os bens em nome de familiares para evitar que sejam penhorados ou até por divórcios fictícios para passar os bens para o nome da mulher.


Anestesiados

Face a estas situações, há colaboradores que ficam sem reacção, pelo que alguns acabam por deixar passar os prazos para reclamar os créditos. Outros dão-se por satisfeitos se receberem uma pequena quantia do fundo de garantia salarial. “As pessoas parece que ficam anestesiadas”, observa Manuel Azenha.
“Muita gente, nunca viu tanto dinheiro junto, apesar de corresponder apenas a 10% ou 20% daquilo a que tinham direito.” Com a agravante de desaparecer rapidamente pois aproveitam para liquidar o pagamento das prestações ao banco e as dívidas à família.
“Alguns têm esperança que o patrão consiga resolver a situação. Têm medo de o confrontar”, afirma Márcia Cardoso. Contudo, os dois advogados acreditam que estes sentimentos podem vir a dar origem a posições de revolta quando os subsídios de desemprego acabarem.

Textos: Alexandra Barata (Fotos: Ricardo Graça)

JotaB disse...

Os Artigos:

- Perigo de explosão social paira no ar.
- Ambiente de hostilidade.
- Fome e prostituição.
- Sinais de riqueza indignam classes mais desfavorecidas.
- Anestesiados.

…foram extraídos do JORNAL DE LEIRIA e são da autoria da Jornalista ALEXANDRA BARATA.

Lusitano disse...

Caro
Carlos Luís,
Até tem razão naquilo que escreveu, mas o problema é que já não há regime "fascista" (este, é pior, porque mais hipócrita e mais demagogo, mas é "democrático"), por isso, já não há necessidade de aguçar a capacidade combativa das pessoas, agora estamos todos bem, está institucionalizado o "politicamente correcto" e quem desalinhar dessa cartilha está automaticamente lixado, os cidadãos, à "sombra" de que vivemos numa "democracia", tem passado as suas próprias responsabilizados para os seus eleitos, só que estes estando à vontade, não tendo quaisquer limites nem freio à sua ambição, pura e simplesmente, uma vez no poleiro, tratam-de de se locupletar com tudo o que conseguem agarrar, aliás, não passou há uns tempos uma entrevista com um ex-Ministro que ele próprio admitiu ter saído do Governo "pobre", como e aonde foi arranjar depois a fortuna colossal, que, pelos vistos, depois conseguiu arranjar???
O problema é esse, hoje, aparecem novos-ricos vindos do nada e ninguém se preocupa com isso, isto, já não é uma sociedade humana organizada e com princípios éticos, é antes, uma espécie de terra do Ali-Ba-Bá aonde todos tentam roubar o mais que podem, sabendo que nada lhes acontece, só tem é de seguir uma "pequena formalidade", roubar em grande, assim, sempre dá para distribuir pela restante camarilha, dando razão àquele velho ditado que diz: "Quem um milhão é Barão, quem rouba um tostão é ladrão".
Ora, não havendo quem se indisponha contra isto, nem nos meios políticos, nem fora dele, não havendo por parte dos homens e mulheres da Justiça uma clara e forte oposição e crítica pública contra essa situação, só quem é parvo é que não se aproveita, em países em que a regra é o "vale tudo" como o nosso, o resultado é o que está à vista, o problema é que já não há democracia que consiga tirar isto do buraco, lá vamos voltar a ter novamente a canga em cima dos ombros, pode ser de maneira diferente, mas não nos vamos safar, é certo, certinho.
Caro Amigo, não adianta ir para a rua se não houver uma estratégia, é pura perda de tempo, já ninguém liga se virem meia dúzia de malucos a protestar, seja à frente do Parlatório Nacional, ou onde quer que seja, a indifereça está de tal forma generalizada, que, todos se estão nas tintas para todos, a Lei que vigora em Portugal, é "cada um por si", é a autêntica Lei da Selva, o resto são cantigas.
Isto já não tem cura, e olhe que não digo isto desde ontem nem de hoje, mas sim, desde há umas 3 dezenas de anos.
Sou do "contra", o que se há-de fazer!!!
Um abraço.

LUSITANO

JotaB disse...

Para que serve o Tribunal de Contas?!
Para quem são os dinheiros públicos?!
Porque permitimos que isto aconteça?!

“Obras Públicas
Primeiro contrato do TGV já foi assinado

Económico
08/05/10 12:25

O contrato do troço de alta velocidade Poceirão-Caia foi assinado hoje, dois dias antes de o Presidente da República receber um grupo de economistas e ex-ministros das Finanças que contestam o projecto.
Este é o primeiro contrato a ser assinado no projecto nacional de alta velocidade ferroviária, que tem sofrido uma contestação crescente. As linhas Lisboa-Porto e Porto Vigo já foram adiadas por dois anos em relação ao previsto, respectivamente, para 2017 e para 2015.
A partir de hoje, o Tribunal de Contas tem seis meses para se pronunciar sobre o contrato e, caso recuse o visto prévio, o Estado assumirá os custos e despesas incorridos pela concessionária.
De acordo com o decreto-lei que aprova as bases de concessão do troço Poceirão-Caia, em caso de renúncia de visto prévio pelo Tribunal de Contas, as partes "acordam que os custos comprovadamente incorridos pela concessionária com a realização de todas as actividades e investimentos" serão pagos pelo concedente (o Estado) à concessionária.”

Lusitano disse...

TRAPALHADAS À VISTA

CAROS AMIGOS
ATENÇÃO
Foi hoje assinado o contrato de concessão do percurso de Alta Velocidade entre Caia e o Poceirão, ao mesmo tempo foi anunciada a suspensão da construção da 3ª travessia doTejo e do novo Aeroporto.
Chamo a vossa atenção para este facto, que demonstra, ou incongruência de quem "manda" aqui no quintal, ou então, não passa duma forma cínica e hipócrita de levarem a deles à vante.
Repare-se no seguinte, a construção do traçado final da linha Madrid a Lisboa em alta Velocidade, só será viável, caso a mesma chegue EFECTIVAMENTE a Lisboa, se ficar no Poceirão, que dista umas dezenas de quilómetros da capital, serve a quem e para quê? Aos alentejanos, para irem comprar caramelos a Badajoz???
Isto não passa duma falácia ou duma maneira de levarem a àgua ao moinho deles, não tem qualquer lógica nem isso interessa a ninguém, e será que os espanhóis aceitam isso? Que gastem uma fortuna para ficarem no meio do Alentejo???
Esta é uma "estória" muito mal contada, tanto mais, que sendo fundamental uma ponte ferroviária ou mista, rodo-ferroviária para o atravessamento do Tejo, este seria um dos primeiros equipamentos a construir, não só porque estas obras de arte normalmente são as mais demoradas, como são as que trazem mais problemas, ora, como é fundamental que quando a linha chegue próxima da capital já tenha todas as infra-estruturas prontas, refiro-me naturalmente à ponte, mas também à estação terminal de Lisboa, sem se começar imediatamente essas obras, qualquer coisa que se faça é pura perda de tempo, tanto mais, que sendo este tipo de traçado um traçado inter-capitais dos dois países, não faz sentido nenhum o comboio ficar em nenhures, no tal "deserto" do Ministro "Jamé", como é que se vinha depois para Lisboa, a pé, de camioneta, de lambreta, como???
O que me admira, é o Presidente da República se congratular pela suspensão dessas grandes obras, não questionando então, porque é que se vai investir num troço sem qualquer interesse de por si só.
Não sabe, ninguém lhe explicou, não se interessa???
Faz-me lembrar a linha do Sabor em Trás-os-Montes, era para chegar a Miranda do Douro, ficou-se por Duas Igrejas a cercade 10 Kms, resultado, foi sempre uma linha falhada, até que Cavaco Silva a mandou fechar de vez, será o mesmo destino que espera essa tão célebre linha de "TGV"???
Tenhamos pois atenção, que, ou isto é mais uma trapalhada e demonstra a incompetência de quem manda, ou é urgente fazer qualquer coisa para satisfazer os empreiteiros, ou então, demonstra puro cinismo e hipocrisia, pois, sabendo de antemão que este troço é inviável sem a ligação a Lisboa, só estão à espera de o iniciar para virem com o "choradinho", de, que, sem a parte final a linha não é rentável.
É tempo dos blogueres e dos comentadores começarem a manifestarem-se a interrogar-se o que anda realmente por detrás desta jigajoga toda.
Cumprimentos.

LUSITANO

Força Emergente disse...

Caros amigos JotaB e Lusitano

A vossa prestimosa colaboração é uma das mais valias deste blogue.
De facto não devia de ser eu a agradecer. Se o faço, é porque sinto que damos o melhor de nós em prol de uma sociedade mais digna e mais justa e parece que o País adormecido nem sequer tem interesse em ler ou escutar o que em prol essencialmente deles, vimos fazendo.
A vossa disponibilidade e saber oferecido, é de facto um serviço de esclarecimento á Nação.
Ao mesmo tempo demonstra que este País não é apenas a Pária de gente lerda e lorpa, que continua a permitir a cavalgada miserável que muitos destes políticos vêm fazendo.
O dia vai no entanto chegar. E como diz o José Maria Martins, morrer agora ou daqui a uns anos a morte é sempre anunciada e garantida.
Assim sendo, pelo menos que seja com honra, se para tal for necessário. Isto não é uma proclamação marcial, entenda-se.
Para já, na nossa galeria de gente de qualidade, onde somos mais do que aquilo que se pensa, os amigos JotaB e Lusitano são algumas das referências com assento de honra. Esperemos que o País ainda se possa vir a recordar de nós.
Um abraço

Diogo disse...

«Porque é que ninguém vem para a rua expressar a revolta que nos grassa na alma. Ou simplesmente falar.»


Porque ir falar para a rua é inútil. Ou fazer manifestações, mostrar cartazes ou atirar pedras a polícias. Tudo isso é inútil. 50 mil professores fizeram uma manifestação e o Poder sorriu.

Os criminosos do Poder devem ser caçados um a um. Sem barulho nem manifestações. Sem um cordão policial à volta. Quando estiverem relaxados, de copo na mão, a comemorar uns milhões que ganharam ou deram a ganhar aos seus amigos.

Um individuo que perde o emprego e sabe que já não arranjará outro, tem medo de quê?

JotaB disse...

Verifica-se que há imensa gente preocupada com a situação no nosso País, mas que parece não preocupar aqueles que nos (se) governam.

Mais um artigo, publicado no Jornal de Leiria desta semana:


“opinião

Não há solução contra a cultura

A actual crise portuguesa é um síndrome típico da cultura mediterrânica em que se inclui a Grécia (e o Vaticano) e só é do domínio da economia se for vista superficialmente. O facto é que a economia não é uma causa mas sim um efeito, um produto, da cultura. A cultura é que comanda a economia.
Vejamos: gastar mais do que os ganhos; privilegiar o lazer (e a lazeira) em prejuízo do trabalho; abrir créditos para ostentar riqueza (até para passar férias); gastar em obras públicas em vez de investir na produção; enaltecer os subsídios; pretender «não ficar atrás» em gastos e passar por «grande»; gastar os dinheiros municipais em ostentações urbanas; «servir-se» da governação em vez de servir a colectividade e acusar os críticos de inveja («se lá estivesses fazias o mesmo»...).
Recusar o modelo tradicional da «boa dona-de-casa» em favor das modernas engenharias financeiras e das «contabilidades criativas» ensinadas nas universidades... E, com esta mentalidade (a que chamamos cultura), as catástrofes económicas (doméstica, empresarial e nacional) são inevitáveis. Não há solução contra a cultura (só a contra-cultura).
A crise não priva o Estado, a Igreja e algumas câmaras de esbanjar meios para agradar ao Papa (a histeria já está instalada...). A cultura prevalece. Um vereador da Câmara de Ourém, para justificar os 500 mil euros (que a câmara não tem mas espera do Governo) gastos com arranjos na Cova da Iria para a visita do Papa, traduz bem a cultura: «Apesar dos problemas de ordem financeira, trata-se de uma situação de excepção», reiterando a disponibilidade da câmara em que «tudo corra bem e que saiam dignificados o nome do País, da cidade de Fátima e do município de Ourém» (...). «Fátima, neste momento, é o espelho deste País para muita gente que nos visita de todo o mundo»; a cidade tem obrigação de se apresentar nas «melhores condições». Um exemplo microcultural que explica a macroeconomia.

Moisés Espírito Santo, sociólogo das religiões, Batalha”

Mrzepovinho disse...

O BENFICA É CAMPEÃO!!!! VIVA!!!
A BOLSA DISPAROU 8%!! VIVA!!!

os impostos vão aumentar...

O BENFICA É CAMPEÃO!!!! VIVA!!!
A BOLSA DISPAROU 8%!! VIVA!!!

...é o país (e o povo) que temos...

JotaB disse...

Por lapso, repeti um artigo que já havia publicado.
Era este o artigo que pretendia dar a conhecer, também publicado no Jornal de Leiria:

"I m p r e s s õ e s
Coisas do arco-da-velha

Cada vez que leio o que a nossa classe obriga os portugueses a
engolir fico pasmado com a passividade bovina, como se de fatalidade
se tratasse, com que a população aceita as histórias mal engendradas
dos contadores de tretas. Imagine-se que o partido que nos
governa decidiu convidar para deputada por Lisboa uma senhora que
vive em Paris. Nada a obstar, pensará o leitor na sua boa-fé. O problema
é que a deputada vai a Paris semanalmente e somos nós que
vamos pagar as viagens uma vez que a Assembleia da República
aceitou fazê-lo, em vez de a mandar ir cobrar ao partido que a elegeu?
Esta história já nem suscita indignação perante o “fartar
vilanagem” a que se chegou e de que os jornais fazem eco.
Aliás, na internet circula uma definição da AR que, apesar
de excessiva, não deixa de ser curiosa. Lê-se e provoca o sorriso
amarelo e triste que arvoramos para com as nossas instituições:
“O actual Parlamento e o Governo português são
compostos por dois grupos: um formado por gente totalmente
incapaz , o outro por gente capaz de tudo”.
O regime em que vivemos é, naturalmente, o que
merecemos. Somos nós que votamos nas pessoas
que os directórios partidários normalmente escolhem
pela fidelidade canina mostrada em relação aos chefes. O regime,
pouco a pouco, foi transformado numa república de bananas em que
a legalidade, por vezes, nada tem a ver com a moralidade. Basta lembrar,
até porque está na ordem do dia, os obscenos prémios com que
as empresas públicas ou de participação do Estado, vão obsequiando
os seus geniais gestores.
O governo ainda não interveio pondo um pouco de ordem no regabofe.
Por isso, ainda há quem lembre a lei nº 2105, publicada por
Salazar há 50 anos, para impedir as desigualdades pornográficas e
abjectas a que chegámos. Entre muitas coisas acertadas eram abrangidos
os organismos estatais, as empresas concessionárias de
serviços públicos onde o Estado tivesse participação accionista,
ou ainda aquelas que usufruíssem de financiamentos
públicos ou "que explorassem actividades em regime de exclusivo".
E, pasme-se, nenhum gestor podia ganhar mais que
um ministro!
Finalmente o governo tomou uma medida genial para sair
da crise: decidiu tolerância de ponto da função pública no
dia da vinda do papa. De facto, só uma medida divina
nos pode salvar dos nossos actuais salvadores.
Esperemos que esteja bom tempo para a praia.

Orlando Cardoso
orlandocardososter@gmail.com"