sábado, 6 de março de 2010

Inteligência, Discernimento, capacidade de Decisão

É tudo isto que falta a este povo.
O fosso que se foi criando ao longo dos anos que leva este chamado estado de direito democrático, acabou por gerar um amalgamado de gente inculta e incapaz de discernir entre o Mundo que existe lá fora e a cinzenta existência que têm cá dentro.
As novas classes dirigentes sabem isso e fazem disso o seu modo de vida.
Somos um Estado putrefacto assente na mentira e construído sobre a desgraça alheia.
30 anos de dádivas e apoios externos apenas geraram uma pequena elite de oportunistas agrupados num clã de gente sem palavra, sem respeito pela essência dos princípios programáticos em que dizem legitimar o poder e sem vergonha nem pudor perante a indignidade das acções que vão cometendo.
Este Regime nada de bom tem que justifique a sua continuação.
A palavra Democracia gastou-se nas mãos desta gente sem princípios nem respeito pelo miserável povo que ainda os tolera.
E isso acontece porque somos gente de pouca inteligência e sem qualquer capacidade para discernir os pontos de engano em que sistematicamente vamos vivendo sem sermos capazes de minimamente ponderar as realidades mais simples e visíveis que demonstram e denotam a extrema desplicência como somos tratados, no convencimento adquirido de que assim podem proceder.
Não se incomodam em dizer as maiores falsidades e assumir o direito á presunção do bom nome.
Não têm problemas em justificar o injustificável e exigirem a presunção de inocência.
Perante tais evidências e o despudor desta gente, não vemos nem ouvimos ninguém a levantar a voz ou outra coisa qualquer
Chegámos assim a um ponto em que assumimos a nossa incapacidade perante a dimensão do problema. Este povo não tem inteligência, nem descernimento, nem capacidade de reacção.
Sabemos contudo sem duvidas nem ilusões, que este País tem que mudar e isso só irá acontecer quando formos capazes de descer à rua e fazermos valer a nossa força e os nossos direitos.
Mário Soares deveria assumir a vergonha de ser considerado o "pai" deste Sistema politico. A cobertura que tem dado a socrates e companhia, acaba no entanto por se entender, ao sermos informados que o tal rui soares, administrador da PT, parece que é seu sobrinho. A cabeça do polvo começa agora a ser visível.
Estamos assim perante um País inquinado por quem atraiçoou os ideais e não tem vergonha de defender e sustentar uma linha politica de gente desonesta e sem princípios.

4 comentários:

JotaB disse...

Porque hoje é 2ª feira, aqui deixo o artigo de opinião de ARF, publicado no jornal Público de hoje:

Estado do Sítio
Maldita economia
Os indígenas estão-se nas tintas para moções de censura. Querem saber é se alguém lhes garante um futuro menos triste e miserável.
O PSD, ou melhor, os três principais candidatos à liderança dos sociais-democratas, anda doido por derrubar o Governo do senhor presidente relativo do Conselho, o chefe. O principal partido da Oposição perdeu as eleições há seis meses, mas está desejoso de saborear o poder. É natural. Desde 1995 que assim acontece, com excepção dos dois anos e meio em que Durão Barroso, primeiro, e Santana Lopes, depois, estiveram alojados em São Bento. Um período, aliás, de muito má memória, que ficou marcado pela fuga de Durão Barroso para Bruxelas, para ocupar o lugar de presidente da Comissão Europeia, fuga muito saudada cá pelo sítio com os mesmos argumentos pacóvios usados agora para saudar a ida gloriosa de Vítor Constâncio para vice-presidente do Banco Central Europeu.
É verdade que esta dieta de poder está a fazer muito mal aos sociais-democratas. Percebe-se porquê. Não é que tenham excelentes ideias para tirar o sítio do estado a que chegou. Não é que os seus princípios e valores sejam muito diferentes dos que regem a vida do partido do senhor presidente relativo do Conselho, o chefe. No fundo, são as duas faces de uma má moeda. O problema é a imensa clientela que anda por aí com água na boca a sonhar com os apetitosos lugares que o imenso e generoso Estado oferece a quem está no poder. E como não conseguiram o poder com os votos, andam a inventar caminhos ínvios para lá chegar.
O último é uma comissão de inquérito ao negócio supostamente falhado entre a Portugal Telecom e a TVI e as mentiras do senhor presidente relativo do Conselho, o chefe, a propósito do dito. Já se fala em moções de censura e em eleições antecipadas lá mais para o Verão. Tudo isso pode ser muito legítimo e muito constitucional. Mas primeiro do que isso será necessário mostrar aos indígenas que as suas propostas são verdadeiramente alternativas às do Governo. Primeiro do que isso será necessário que o PSD mostre que é capaz de apresentar um Orçamento alternativo ao do PS. Primeiro do que tudo, é fundamental que o PSD mostre aos indígenas que tem uma alternativa ao Programa de Estabilidade e Crescimento do chefe. Enquanto isso não acontecer, os indígenas deste sítio pobre, manhoso, corrupto e, obviamente, cada vez mais mal frequentado, estão-se nas tintas para moções de censuras, liberdades de expressão ou eleições antecipadas. Querem saber é se alguém lhes garante um futuro menos triste e miserável.


António Ribeiro Ferreira, Jornalista

JotaB disse...

Apesar de saber que estudos sobre o mesmo tema, poderão conduzir a resultados diferentes, não ponho em causa as conclusões a que este estudo chegou.
Não me surpreende a tolerância manifestada pelos portugueses em relação à corrupção. Só não percebo o que o autor do estudo entende por corrupção de "efeitos benéficos para a população em geral"!
Isso é o quê?!
E o que é "corrupção estilo Robin hood"?!
Quando a maioria dos portugueses é inculta,miserável, invejosa, mal-formada, será que ainda nos poderemos surpreender com as conclusões deste estudo?!
(publicado no Público):

Maioria dos portugueses é tolerante com a corrupção e considera combate ao fenómeno ineficaz
Por Luciano Alvarez
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Cerca de 63 por cento dos portugueses toleram a corrupção desde que produza efeitos benéficos para a população em geral, revelou ontem no Parlamento o investigador Luís de Sousa, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e especialista na análise do fenómeno da corrupção. Foi também revelado que 84 por cento dos portugueses consideram ineficaz o combate à corrupção.

O investigador apresentou uma detalhada exposição na comissão parlamentar para o fenómeno da corrupção, com base em vários inquéritos e estudos nacionais e internacionais sobre a matéria, revelando que a corrupção estilo "Robin Hood" (que favorece os mais fracos) ainda tem uma grande aceitação na sociedade portuguesa.

Esta cultura permissiva face à corrupção é "produto da forma como o poder político e administrativo se organizam". "Boas leis e boas instituições reduzem as estruturas de oportunidade e incentivos para a corrupção", revelou.

O investigador acentuou algumas das condições que favorecem a corrupção, que passam pelo comportamento e funcionamento dos órgãos do Estado - concentração de poderes num cargo "sem que tenham sido criadas garantias horizontais e verticais ao exercício das suas competências"; ineficiência administrativa "que, muitas vezes, deriva de uma política de recrutamento do tipo familiar, partidário e sem mérito e sem qualidade". E salientou a "insuficiência da disciplina/repressão, que é tardia, onerosa, redutora e selectiva (visando sobretudo o "peixe miúdo"), impotente (por causa das amnistias) e sem credibilidade (devido ao regresso a funções depois de praticar actos de corrupção). Também a passagem de políticos para os corpos de direcção de empresas após o termo do mandato e vice-versa foi outro exemplo apresentado. O financiamento político não foi deixado de fora, com Luís de Sousa a revelar que a "não contenção das despesas eleitorais, a falta de disciplina financeira interna, a ineficácia dos instrumentos de controlo" também contribuem para a corrupção.

Segundo um dos estudos, os eleitos nacionais e regionais surgem no topo da tabela das áreas de risco. Para melhor combate à corrupção, Luís de Sousa defende maior transparência, levantamento do sigilo bancário, criação de uma nova CNE com o papel de supervisionar os registos de património - hoje da responsabilidade do TC.

JotaB disse...

Para ouvir:

http://www.youtube.com/watch?v=9WXfCLXCGIY&feature=player_embedded

JotaB disse...

Surpreende-me ver Garcia Pereira ao lado da propalada legalidade, parecendo secundarizar a Justiça.
Será que o segredo de justiça deverá estar acima da Verdade?
Os Portugueses não têm o direito a ser informados sobre tudo aquilo que possa constituir um atentado ao Estado de Direito?
Os responsáveis portugueses poderão estar muito mais corrompidos do que imaginava!