quarta-feira, 17 de março de 2010

Entrevista a Carlos Luís (presidente em 2009) e José Maria Martins, novo Presidente da Força Emergente para 2010

Depois de um ano de trabalho pela cidadania activa, Carlos Luís (gestor), passou a pasta da presidência desta associação a José Maria Martins, (advogado) tão bem conhecido publicamente pela sua luta pessoal e associativa contra a corrupção que se tem vindo a instalar no nosso país. Poderá ver os videos em:


posto por Pedro Duarte

2 comentários:

JotaB disse...

E porque hoje é 5ª feira, aqui fica o artigo de HENRIQUE NETO, publicado no Jornal de Leiria de hoje:

PEC- Programa de Estabilidade e Crescimento (2)

Não me enganei a
semana passada ao
prever que o PEC não
teria qualquer estratégia
sobre o futuro
de Portugal, ou desenvolveria quaisquer
ideias para superar o bloqueio
económico e promover a
produção de riqueza e o crescimento.
Em nove magras páginas,
o Governo apresentou um conjunto
de intenções direccionadas
principalmente para reduzir o nível
e a qualidade de vida dos portugueses
da classe média, aumentar
o desemprego pela via da administração
pública e, através da eliminação
de isenções fiscais, aumentar
a carga fiscal. Trata-se de um
Programa de Estabilidade e Estagnação,
que deixa claros os sacrifícios
que pede à maioria dos portugueses,
que é obscuro sobre as
medidas reais que podem conduzir
à redução da despesa e do desperdício
do Estado e inexistente
em relação ao crescimento. De facto,
faz impressão que um Governo
do Partido Socialista seja tão
mau e que num documento com
esta importância, nacional e internacional,
não apresente uma única
ideia, menos ainda uma estratégia,
para retirar o Pais do buraco
onde sucessivos governos o
meteram. Limita-se a procurar convencer
os analistas internacionais
de que Portugal poderá chegar ao
final de 2013 com um défice de
3%. Neste contexto, confesso a
minha total incompreensão sobre
as razões que podem levar o PS a
aprovar semelhante documento e
a manter a confiança neste Governo
e neste primeiro ministro, que,
espantosamente, continua a debitar
“boas notícias” para apresentar
aos portugueses. Não será portanto
por acaso que o PS tem um
líder que a maioria dos portugueses
considera ser mentiroso.
Entretanto, sem uma estratégia
para o crescimento económico,
o PEC está fadado a ser um
insucesso. Sem medidas imediatas
de drástica redução da despesa
do Estado não haverá défice de
3% em 2013 e o endividamento
aumentará para níveis próximos
dos gregos. Sem medidas inteligentes
de redução da despesa e de
aumento das receitas, haverá mais
injustiça social e uma distribuição
injusta dos sacrifícios. Com o
aumento dos impostos sobre o trabalho
e sem aumentar os impostos
sobre a propriedade economicamente
inútil, ou sobre a riqueza
inactiva, a economia tem uma
razão adicional para estagnar. Um
exemplo: o Governo concordou
com a bondade da tributação das
mais-valias na Bolsa, mas deixou
isso para mais tarde; para já, fica
o congelamento dos salários da
função pública.
(continua...)

JotaB disse...

Uma nota curta para enumerar
algumas das medidas possíveis,
que acrescento às medidas
do texto da semana passada: (1)
adicionar portagens em todas as
auto estradas e não apenas em
algumas; (2) aumentar os impostos
sobre o património de valor
relevante que não tenha utilização
económica; (3) fomentar a
poupança dos portugueses através
do pagamento de juros semelhantes
aos pagos pelo Estado aos
credores internacionais; (4) criação
de um imposto adicional sobre
os carros e barcos que custem acima
dos 100 mil euros e da habitação
de valor superior a um milhão
de euros; (5) impedir a revisão dos
preços nas obras públicas; (6) eliminação
do IRC a pagar pelas
empresas nos três primeiros anos
de actividade; (7) redução de todos
os custos nacionais para a criação
de patentes e marcas; (8) criação,
no âmbito do Ministério da Economia,
de um grupo de trabalho
destinado a estudar a substituição
de importações nas compras do
Estado e das empresas públicas;
(9) acabar com as parcerias público
– privadas; (10) ataque verdadeiro
à corrupção.
Muitas das medidas propostas
têm como objectivo não apenas
contribuir para a redução do
défice e para a dinamização da
economia, mas também fomentar
um padrão de vida dos portugueses,
coerente com as dificuldades
que o País atravessa.
Não é justo e é imoral que ao pé
dos portugueses que mal têm o
suficiente para sobreviver, se
alardeie riqueza de que ninguém
sabe a origem, o consumismo e
o desperdício. Portugal não vive
apenas uma crise económica e
financeira, mas também uma crise
de competência, de honradez
e de justiça, a que é preciso por
cobro. _

HENRIQUE NETO
empresário
netohenrique8@gmail.com