domingo, 28 de junho de 2009

O politicamente correcto

São demasiadas evidências e poucos processos judiciais a demonstrarem-nos que vivemos num País de regras viciadas e costumes pouco recomendáveis mas muito bem inseridos nas Estruturas Orgânicas da sociedade.
Tudo foi sendo construído num circulo restrito de inteligentes ou iluminados, que ditaram o "Modus" e fizeram as Leis.
A princípio eram rapazinhos, muitos deles vindos das chamadas "berças", vulgo Interior, que assim que chegados á cidade se foram juntando aos já mais evoluídos, que com alguma "rateirice" lhes apontaram os caminhos e as melhores formas de poderem usufruir e controlar um País de atrasados e subdesenvolvidos.
Foi como chegar um fosforo à gasolina.
Os rapazes, agora munidos das tais informações e percebendo que o futuro estava nos partidos, rapidamente se inscreveram e avançaram velozes para o primeiro desiderato.

Aprenderam rapidamente alguns conceitos ideológicos, com os quais fizeram profissão de fé adequada aos partidos para onde entraram.
Já inseridos, começaram a "Botar faladura", forte e sentida, de forma a convencer as estruturas partidárias que eles eram os homens certos para a governação do País.
Como a massa militante saiu da mesma fornalha, de tão atrasados e subdesenvolvidos nem perceberam quem eram e de onde vinham aqueles rapazes.
Assim, os nossos agora já homens, de repente estavam sentados na Assembleia da Republica. A fazer Leis. A terem tempo para pensar bastante. A sentirem que podiam chegar muito mais alem.

Porque não delinear o País de forma a que aqueles 90 e tal por cento de "massa bruta" pudesse ser contida sempre que os instintos cavalares lhe pudessem surgir?

Havia que construir um Ordenamento Jurídico que acautela-se as suas actividades e assim salvaguardavam-se as nobres funções que teriam de desempenhar. Que diabo, não podiam estar a desempenhar um serviço de tanta valia para o País e estarem sujeitos á selvajaria do Povo, algumas vezes incentivada por uma comunicação social irresponsável e sem sentido de Estado.
Com o tempo, conseguiram mesmo convencer quase todos os partidos que era essencial adoptarem o conceito do Politicamente correcto. Isto implicava, que mesmo nas situações mais sórdidas, nos casos de nítida corrupção, nos desvios de dinheiros, nas adjudicações favorecidas, nas derrapagens dos custos, nas falsificações das contas do Estado e das Estatísticas, nos diversos incumprimentos e acima de tudo no autentico desvario que tem sido a gestão das Coisas Públicas, aquilo que se exige e espera, é que tudo seja dito e feito com Dignidade e Elevação.
Quando muito, é permitido por-se em causa a eficácia das decisões, mas nunca a honorabilidade das personagens.
Conseguiram assim criar um País de ladrões e corruptos da máxima respeitabilidade.

Confessamos que pertencemos aos 90% de massa bruta. Assim como não percebemos bem aquilo que muitas vezes dizem, rimo-nos de forma boçal quando o senhor socrates disse que não sabia nada do negócio da TVI. Nem tinha nada a ver com isso. E até naquele seu jeito apalhaçado, verberou os intuitos de outros deputados.
É que é engraçado, pois quase todos nós sabíamos que tinha. Até os outros políticos, de forma correcta claro, disseram que ele sabia e que era um mentiroso. Hoje mesmo, vem um semanário explicar que isso já vinha muito de trás.
Mas esta coisa de faltarem á verdade, só é muito grave por comprometer o País e a nossa vida futura. É que não se trata de uma simples mentira.
É quase todo um Regime imerso em escândalos e desvarios, que vão da Banca, ao Estado, ás empresas Publicas, ás Fundações, á Gestão Autárquica. Esta gente apodreceu o País e contaminou os alicerces da nossa sustentabilidade.

A revolta sentida por tantos Portugueses, é o sinal visível que irá servir para derrubar este Regime e exigir responsabilidades a quem colocou o País neste estado.
A qualquer momento as emoções podem extravasar. Nós mesmo, sentimos já dificuldades em explicar a algumas das pessoas que nos dão atenção, que será aconselhável irmos preparando novas ideias e conceitos sobre o que poderá ser o nosso futuro, antes de se dar inicio a uma contestação mais forte.
Quando isso acontecer, que ninguém duvide que estaremos na 1ª linha.
Portugal merece e precisa de outra gente.
Talvez e até Politicamente incorrecta.

4 comentários:

JotaB disse...

Brilhante análise dos políticos que povoam este quintal à beira mar. A cronologia evolutiva dessa "espécie" (que queremos ver em extinção) está perfeita.
Se não formos capazes de alterar o seu habitat, ela tornar-se-à dominante e impossível de controlar, num futuro próximo.
Parabéns pela excelente análise.
Força, muita Força, por Portugal e pelos Portugueses.

Força Emergente disse...

Caro Jota B
Obrigado pelo incentivo.
A nossa força vai crescendo, sempre que sentimos que as nossas opiniôes vão sendo partilhadas e sentidas por um numero crescente de Portugueses.
É por um País melhor que estamos nesta batalha.

a_mafia_portuguesa@hotmail.com disse...

Excelente análise. Não poderíamos estar mais de acordo...!!!

JotaB disse...

Seria cómico, rir-nos-íamos imenso, de todas as histórias que ouvimos dos políticos, se não fossem realidade. Mas, quando paramos para pensar, constatamos que :
- até poderiam ser incompetentes, até poderiam ser corruptos, até poderiam ser mentirosos, até poderiam ser uns trastes, até poderiam "ter" muitos "amigos", até poderiam ..., mas o problema, o nosso problema, é que eles têm o poder. É um poder feito à sua medida, com leis feitas por eles e para eles.
TEMOS QUE ENCONTRAR MANEIRA DE DESATAR ESTE NÓ.